sexta-feira, 2 de março de 2012

Teve Deus um princípio?

O CÉPTICO francês, de pé e firmemente ereto em frente de casa, olhou para a Testemunha de Jeová bem nos olhos e disse: “Se puder me dizer de onde veio Deus, eu o escutarei.” Tranqüila, a Testemunha respondeu: “Algumas pessoas dotadas de muita lógica chegaram à mesma conclusão que Voltaire, filósofo francês do século 18: ‘Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo.’ Já refletiu por que um homem tão inteligente como Voltaire faria tal declaração?”
O senhor admitiu que não, e mandou a Testemunha entrar. A Testemunha desenvolveu sua argumentação no seguinte sentido:
Sejamos Lógicos
Como Voltaire, muita gente é da opinião que a vida e o universo têm de ter uma causa. A fim de poder produzir as coisas que vemos, esta causa teria de ser dotada de certos poderes e qualidades, tais como energia, capacidade de organização, gosto artístico, amor e sabedoria. Por quê? Por que as coisas observáveis no universo, notadamente em nosso planeta Terra, refletem tais características. Bem, estas não são atributos de coisas, mas de pessoas. Assim, o resultado é o conceito de um Ser Supremo — Deus.
“Isso é bem razoável”, replicou o incrédulo francês, “mas de onde veio Deus?”
Nenhum Princípio Absoluto
Vemo-nos confrontados com a realidade observável de um universo material e de muitas formas diferentes de vida na Terra. De onde se originaram? Alguns cientistas, embora nem todos, afirmam que estas formas de vida são obra do acaso. Mas as teorias divergentes dos cientistas sempre pressupõem a existência de algo, não importa como eles o chamem. Afirmam, e de modo correto, que a matéria é uma forma de energia. Nessa base, acham que o universo material poderia ter surgido acidentalmente. Mas não explicam como o conjunto inicial de circunstâncias veio a existir. Existe sempre algo preexistente, cuja origem não são capazes de explicar.
De modo que os ateus pressupõem a existência de uma coisa, ao passo que os que acreditam em Deus pressupõem a existência de uma pessoa. Em vista de todas as leis naturais, da precisão matemática, da organização, e da sabedoria observáveis na Terra e por todo o universo, as Testemunhas de Jeová depreendem que é mais lógico concluir que a Causa Primária é uma Pessoa em vez de uma coisa; um Criador inteligente, em vez de uma força cega. À premissa do ateísmo: ‘No princípio, algo’, preferem as palavras iniciais da Bíblia: “No princípio Deus.” — Gênesis 1:1.
“Sabia que o senhor acabaria citando a Bíblia”, disse o francês indagador.
A verdade é que as Testemunhas de Jeová consideram que o ponto de vista da Bíblia sobre os fatos básicos é lógico e se harmoniza com as realidades observáveis. Examinemos algumas delas.
Algo Não Pode Provir do Nada. Nenhum cientista conseguiu produzir algo do nada. O homem só consegue transformar ou construir à base de materiais já existentes. Similarmente, ninguém em são juízo sugeriria que um artigo manufaturado simplesmente surgiu por acaso. A Bíblia declara uma verdade auto-evidente: “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém.” Daí, prossegue à conclusão lógica: “Mas quem construiu todas as coisas é Deus.” (Hebreus 3:4) Reconhecer que uma casa precisaria dum arquiteto e dum construtor e, ao mesmo tempo, afirmar que um átomo complicado, uma molécula, ou uma célula surgiram do nada, simplesmente não faz sentido, do ponto de vista da Bíblia. A Bíblia pergunta com lógica: “Deve a coisa feita dizer referente àquele que a fez: ‘Ele não me fez’?” — Isaías 29:16.
A Vida Procede de Outra Vida. Embora alguns insistam em crer que a vida surgiu espontaneamente de matéria abiótica, nunca vimos fábricas transformarem vagões inteiros de substâncias químicas em células vivas manufaturadas. Se a vida é algo espontâneo, por que o homem não consegue repetir e desenvolver tal processo? Simplesmente porque os fatos mostram que todas as coisas vivas conhecidas provêm de outras coisas vivas preexistentes. A Bíblia reconhece que a primeva Causa Primária deve ter sido um Ser vivo, declarando: “De tempo indefinido a tempo indefinido, tu és Deus.” “Contigo está a fonte da vida.” — Salmo 90:2; 36:9.
A Matéria É Uma Forma de Energia. A Bíblia está em perfeito acordo com o fato cientificamente comprovado de que a matéria é uma forma de energia. O homem descobriu como liberar energia da matéria em suas bombas atômicas, e em suas usinas nucleares. A Bíblia mostra que Deus é a fonte da energia concentrada no universo material. Lemos: “Levantai ao alto os vossos olhos e vede [os corpos do sistema solar, as estrelas, as galáxias]. Quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sair o exército delas até mesmo por número. . . . Devido à abundância de energia dinâmica, sendo ele também vigoroso em poder, não falta nem sequer uma delas.” (Isaías 40:26) “Ele é Quem fez a terra pelo seu poder.” — Jeremias 10:12.
O Universo Fornece Evidência de Objetivo. De acordo com a experiência humana, a ordem jamais resulta da confusão. Por conseguinte, será lógico crer que a ordem visível na Terra, com suas estações e seus ciclos tão necessários à vida vegetal, animal e humana, poderia ser obra do acaso? Antes, não fornecem tais coisas uma evidência de projeto e de objetivo? Declara a Bíblia: “Assim disse Jeová, o Criador dos céus, Ele, o verdadeiro Deus, o Formador da terra e Aquele que a fez, Aquele que a estabeleceu firmemente, que não a criou, simplesmente para nada, que a formou mesmo para ser habitada.” — Isaías 45:18.
Maravilhoso Objetivo Para a Terra
O duvidoso francês opinou: “Criada ou não, a grande impressão que se tem é de que a Terra acabará mesmo desabitada.”
Seus receios são aparentemente justificados. Assim, a escolha hoje é entre a desesperadora descrença e o reconhecimento racional do eterno Dador de Vida, cuja Palavra escrita oferece a esperança de vida interminável na Terra, num paraíso global. (Mateus 6:10; Salmo 37:9, 11, 29) Por certo, tal perspectiva é digna de exame

As Testemunhas de Jeová — diferem das outras religiões

“OLHE, estou muito ocupado, e, além disso, não quero conversa com as Testemunhas de Jeová.” Essa foi a resposta do morador quando uma das Testemunhas de Jeová bateu à sua porta.
O visitante bondosamente respondeu: “Ouvi o senhor dizer que está muito ocupado, mas, permitiria perguntar-lhe por que disse que não quer conversa conosco?” As razões apresentadas provaram-se ser apenas mal-entendidos do que as Testemunhas crêem e praticam. Uma vez esclarecidos tais pontos, seguiu-se excelente palestra.
Sabe em que as Testemunhas de Jeová acreditam? Sabe o que as torna diferentes das outras religiões e que importância isto tem para o leitor?
As Crenças Delas
As crenças delas — não misturadas com tradições, idéias pagãs, ou conceitos nacionalistas — baseiam-se inteiramente na Bíblia, que crêem ser a inerrante e inspirada Palavra de Deus. Isto contribui para algumas diferenças significativas em suas crenças básicas.
Emprego do nome divino: O nome JEOVÁ — Iavé (ou Javé) para alguns — talvez pareça estranho para muita gente, todavia, seu emprego mais de 7.000 vezes na Bíblia argumenta que se espera que os adoradores de Deus não só conheçam, mas também empreguem, Seu nome pessoal. (Salmo 83:18) Visto que os cristãos são “um povo para o seu nome”, Jesus o empregou ao ensinar seus discípulos. (Atos 15:14 ; João 17:26) Assim sendo, em vez de pensar que as Testemunhas de Jeová são estranhas por usarem tal nome não seria mais apropriado perguntar por que outras religiões não o utilizam de forma coerente? — Malaquias 3:16.
O Reino de Deus: É um governo real — embora celeste — tendo a Cristo Jesus qual rei, com seu domínio sobre a Terra. Não é algo ‘apenas no coração’. “O governo estará sobre os seus ombros [i.e., os de Cristo).” (Isaías 9:6, 7, Almeida ed. da Imp. Bíblica Brasileira) Este reino vindicará a legítima soberania de Deus. Ele “estabelecerá um reino que . . . esmiuçará e porá termo a todos estes reinos [humanos]”, restaurando a unidade e a paz mundial para sempre. — Daniel 2:44.
A alma humana: Não é algo imaterial e imortal que, de algum jeito, sobrevive à morte do corpo, mas, antes, é a própria pessoa, ou a vida que ela usufrui. Quando foi criado, “o homem veio a ser uma alma vivente”. (Gênesis 2:7; 1 Coríntios 15:45) “A imortalidade da alma é uma idéia grega concebida nos antigos cultos de mistério e elaborada pelo filósofo Platão.” (Revista Presbyterian Life, de 1.° de maio de 1970) Assim, os mortos realmente não estão sofrendo em parte alguma. Estão dormindo. (Eclesiastes 9:5, 10) A esperança quanto a uma vida futura para os mortos reside no papel de Cristo Jesus qual sacrifício de resgate, e depende de se ter o favor de Deus para uma ressurreição. - João 5:28, 29; - Atos 17:31; 24:15; 1 Coríntios 15: 13, 14.
O futuro da Terra: A Terra não se tornará um montão de cinzas sem vida, quer pelas mãos de Deus, quer por um holocausto nuclear. Deus “não a criou simplesmente para nada”. Ele “a formou mesmo para ser habitada”. (Isaías 45:18; Eclesiastes 1:4) O Reino de Deus se certificará de que Sua vontade realize-se, como no céu, assim também na terra’. (Mateus 6:10) Então, “os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre”. — Salmo 37:29.
Aqueles que abraçam estas crenças experimentam uma mudança de atitude para com Deus, a vida e o próximo. A vida tem objetivo e significado. — Romanos 8:19-21.
Sua Metodologia
Esta também se baseia na Bíblia. Embora alguns de seus métodos possam ser encarados como esquisitos, são precisamente estes métodos que constituem significativos marcos identificadores da adoração verdadeira.
Ministério Público: Muitos citam isto como uma das principais diferenças nas atividades e na organização. Todavia, nesta obra, as Testemunhas de Jeová obedecem à ordem de Jesus: “Ide . . . fazei discípulos.” imitando o exemplo apostólico, todos que se habilitam quais ministros podem ensinar “publicamente e de casa em casa”. (Mateus 28:19, 20; Atos 20:20) Algumas igrejas têm a tradicional divisão de clérigos e leigos, mas “não há nem a mínima justificativa . . . para esta distinção em níveis diversos’”, afirma a revista Theology Today. Antes, como observa a Encyclopedia Canadiana: “A obra das Testemunhas de Jeová é o reavivamento e o restabelecimento do Cristianismo primitivo praticado por Jesus e seus discípulos durante o primeiro e o segundo séculos. . . . Todos são irmãos.”
Neutralidade cristã: Embora, neste assunto, sejam pouco entendidas, as Testemunhas de Jeová permanecem neutras quanto à política e todas as formas de conflito que exigem que a pessoa odeie o próximo. (João 18:36; Isaías 2:2-4) A respeito dos cristãos primitivos, afirma o historiador Edward Gibbon: “Negavam-se a tomar qualquer parte ativa na administração civil ou na defesa militar do império.” Assim, o que de início pode parecer radical, é realmente o papel pacífico daqueles que não devem ‘fazer parte do mundo’. — João 17:16.
Racismo: “A discriminação racial — que ainda é uma questão em algumas igrejas — não é problema para as Testemunhas”, disse um jornal do sul dos Estados Unidos. Genuíno amor pelos irmãos cristãos une-as numa fraternidade mundial. Embora imperfeitas, como todo o mundo, empenham-se em aplicar entre elas mesmas o ensino de Jesus: “Por meio disto saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” — João 13:35.
Procure Conhecê-las Melhor
Naturalmente, nem todas as coisas que tornam as Testemunhas de Jeová proveitosamente diferentes foram consideradas aqui. Assim, por que o leitor não procura conhecer melhor estes cristãos? Suas perspectivas de uma vida feliz, atual e futura, dependem de identificar a religião que tem de ser diferente, se ela há de enquadrar-se nos padrões de Deus. — Mateus 7:21.

Os suicidas — terão ressurreição?

AS NOTÍCIAS trágicas dum suicídio não encerram um capítulo na vida dos parentes e dos amigos; antes, elas iniciam um — um capítulo de sentimentos confusos de piedade e ira, de pesar e culpa. E suscitam a pergunta: Podemos ter alguma esperança quanto a nosso amigo ou nossa amiga, que acabou com sua vida?
Embora jamais se possa justificar, e jamais seja justa a morte infligida a si próprio, o apóstolo Paulo apresentou uma linda esperança até para alguns injustos. Como ele disse a um tribunal romano: “Eu tenho esperança para com Deus, . . . de que há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” — Atos 24:15.
Todavia, muitos teólogos há muito rejeitaram a sugestão de que a ressurreição dos injustos possa oferecer esperança para os que cometem suicídio. Por quê?
Teólogos Contradizem a Esperança de Ressurreição
William Tyndale identificou parte do problema no prefácio de sua Bíblia do século 16: “Ao colocar as almas que partiram no céu, no inferno, ou no purgatório, destruís os argumentos com os quais Cristo e Paulo provam a ressurreição.” Sim, séculos atrás, os eclesiásticos introduziram um conceito não-bíblico: as almas imortais que deixam o corpo, por ocasião da morte, vão direto para o céu, para o purgatório, para o Limbo, ou para o inferno. Tal conceito chocava-se com o ensino claro da Bíblia sobre uma ressurreição futura. Como perguntou o ministro batista Charles Andrews: “Se a alma já goza da beatitude celeste (ou já está justificadamente se assando no inferno), que necessidade existe de outra coisa?” Acrescentou ele: “Esta contradição interna continua a assolar os cristãos através dos séculos.”
Um dos resultados de tal teologia errônea foi que “desde os tempos de Agostinho [354-430 EC], a igreja tem condenado o suicídio como pecado”, afirma Arthur Droge, em Bible Review, de dezembro de 1989, “um pecado além de redenção, assim como a apostasia e o adultério”.
O duro veredicto de estar “além de redenção”, ou inapelavelmente consignado ao inferno de fogo, levava a extremo incerto o argumento de que o julgamento da pessoa é realizado por ocasião da morte. Admite o periódico National Catholic Reporter: “Dois dos maiores doutores da igreja alinharam-se contra o suicídio — Agostinho, chamando-o de ‘iniqüidade detestável e condenável’, e Aquino, indicando que se tratava dum pecado mortal [imperdoável] contra Deus e a comunidade — mas nem todos os eclesiásticos concordaram.”
Felizmente, podemos evitar tal “contradição interna” por aceitarmos duas verdades bíblicas compatíveis. A primeira, que “a alma que pecar — ela é que morrerá”. (Ezequiel 18:4) A segunda é que a verdadeira esperança para as almas (pessoas) mortas é viver de novo, mediante “uma ressurreição tanto de justos como de injustos”. (Atos 24:15) O que, então, podemos razoavelmente esperar quanto às pessoas que cometem suicídio?
Um Injusto a Ser Ressuscitado
Jesus disse a um criminoso sentenciado à morte: “Estarás comigo no Paraíso.” O homem era injusto — um violador da lei, em vez de uma infeliz vítima de suicídio — sendo culpado segundo a sua própria admissão franca. (Lucas 23:39-43) Ele não tinha esperança alguma de ir para o céu governar com Jesus. Assim, o Paraíso em que este ladrão poderia esperar retornar à vida seria a linda Terra sob o governo do Reino de Jeová Deus. — Mateus 6:9, 10; Revelação [Apocalipse] 21:1-4.
Para que fim Deus despertará este criminoso? Para que Ele, sem misericórdia, possa apresentar contra o criminoso os seus pecados passados? Dificilmente, pois Romanos 6:7, 23 diz: “Aquele que morreu foi absolvido do seu pecado”, e, “o salário pago pelo pecado é a morte”. Embora seus pecados passados não lhe sejam imputados, ele ainda necessitará do resgate para erguê-lo à perfeição.
Por conseguinte, o teólogo Albert Barnes estava errado e enganado quando asseverou: “Aqueles que fizeram o mal serão ressuscitados para serem declarados culpados ou condenados às penas eternas. Este será o objetivo de os ressuscitar; este e o único desígnio.” Quão indigno isso seria de um Deus de justiça e de amor! Antes, a ressurreição para a vida numa Terra paradísica dará a este ex-criminoso (e a outros injustos) uma excelente oportunidade de ser julgado pelo que fizer depois de sua ressurreição. — 1 João 4:8-10.
Oportunidade Misericordiosa
Amigos atônitos duma vítima de suicídio podem, assim, derivar conforto em saber que “Jeová tem sido misericordioso para com os que o temem. Porque ele mesmo conhece bem a nossa formação, lembra-se de que somos pó”. (Salmo 103:10-14) Apenas Deus pode entender plenamente o papel da doença mental, do stress extremo, até mesmo dos defeitos genéticos, numa “crise suicida”, que, conforme comentado pelo National Observer, “não é uma característica vitalícia, [mas,] com freqüência, apenas uma questão de minutos ou de horas”. — Veja Eclesiastes 7:7.
Admitamos que alguém que tira sua própria vida priva-se da oportunidade de arrepender-se de seu homicídio auto-infligido. Mas, quem pode afirmar se a pessoa impelida ao suicídio não mudaria de idéia caso falhasse sua tentativa fatal? Alguns notórios assassinos, com efeito, mudaram e granjearam o perdão de Deus enquanto ainda estavam vivos. — 2 Reis 21:16; 2 Crônicas 33:12, 13.
Assim, Jeová, tendo pago um “resgate em troca de muitos”, tem o direito de conceder misericórdia, mesmo a alguns que mataram a si mesmos, por ressuscitá-los e lhes dar a preciosa oportunidade de ‘se arrependerem e se voltarem para Deus por fazerem obras próprias do arrependimento’. — Mateus 20:28; Atos 26:20.
O Conceito Responsável e Bíblico Sobre a Vida
A vida é uma dádiva de Deus, e não algo do qual se deve abusar ou pôr fim, por suas próprias mãos. (Tiago 1:17) Assim sendo, as Escrituras nos incentivam a ver a nós mesmos, não como almas imortais, mas como valiosas criaturas do Deus que nos ama, que preza que estejamos vivos, e que aguarda com alegria o tempo da ressurreição. — Jó 14:14, 15.
O amor fortalece o nosso reconhecimento de que o suicídio — embora liberte a pessoa de suas cargas — apenas acumula mais problemas para os entes queridos que ficam. No que tange a alguém que precipitadamente tirou sua própria vida, nós, humanos, não podemos julgar se ele terá ou não ressurreição. Quão repreensível era? Somente Deus sonda ‘todos os corações e toda inclinação dos pensamentos’. (1 Crônicas 28:9) Mas, podemos estar confiantes de que ‘o Juiz de toda a Terra fará aquilo que é amoroso, justo e direito!’ — Gênesis 18:25

Será que o Diabo realmente existe?

QUANDO você era criança, tinha medo do escuro? Talvez imaginasse haver algum monstro espreitando do lado de fora de sua janela, esperando a oportunidade para arrebatá-lo de junto de seus pais. Agora que é adulto, sendo capaz de ler informações factuais e pensar mais racionalmente, seus temores da infância parecem absurdos. “Assim”, dizem alguns críticos, “por que não ir mais um passo à frente, e colocar o Diabo na mesma categoria não sendo mais real do que o monstro imaginário da criança?”
Não existe nenhum Diabo real? É exatamente isso que certo opúsculo religioso lhe garante: “A Bíblia nada informa sobre tal monstro do mal”, e: “Nos termos Diabo e Satanás temos o. . . princípio do pecado e da perversidade inerentes à natureza humana”. Ou como se expressou um professor de escola dominical nos Estados Unidos: “Os únicos diabos que existem são os homens.” Não lhe parece tudo isso muito simples talvez até simples demais?
A Explicação do Comportamento Humano
Se nós, humanos, somos os únicos diabos que existem, então por que quase todos nós mostramos interesse no bem-estar de nossa família? Por exemplo, como indivíduos, a maioria das pessoas fornece alimento para suas famílias; eles não se envenenam propositalmente, e evitam os perigos que ameaçam a vida. Não existe nada de diabólico nisso! Todavia, quando estas mesmas pessoas atuam no concerto das nações, algo bloqueia seu conceito do bem comum. Como nações, elas permitem que os excedentes de alimentos apodreçam, em vez de alimentar suas populações famintas. Elas poluem o meio ambiente terrestre. Elas se armam para o aniquilamento mútuo — a guerra nuclear. Que comportamento estranho, autodestrutivo!
Que influência é responsável por esta área cega do comportamento humano? A mentalidade de seguir a multidão? Alguns líderes irracionais? Por certo, há algo mais envolvido. Apenas a Bíblia identifica alguém que “tem cegado as mentes” de um descrente “sistema de coisas” mundial. Quem? “O chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada”. Ele manipula com tanto êxito a humanidade organizada que a Bíblia o chama de “o deus” deste sistema mundial. — 2 Coríntios 4:4; Revelação 12:9.
Este “deus” não é nenhum bicho-papão que se esconde do lado de fora de sua janela. Mas é um poderoso estrategista político, uma criatura espiritual invisível que, num lance malsucedido para obter a lealdade de Jesus, podia oferecer a Jesus todos os reinos do mundo. (Lucas 4:6, 7) Pelo visto, Satanás tinha concedido tal poder a outros antes de oferecê-lo a Jesus, pois o livro bíblico de Daniel revela que, como representantes do Diabo, anjos rebeldes tinham aceitado a autoridade sobre impérios mundiais — tendo títulos oficiais tais como “príncipe da Pérsia”, e “príncipe da Grécia”. — Daniel 10:20, 21.
Assim, Satanás edificou uma imensa organização — não só como “governante do mundo [visível]”, mas também como “governante dos demônios [invisíveis]”. (João 14:30; 16:11; Mateus 12:24) Este conhecimento de causa, de que o Diabo dirige uma organização mundial, explica muita coisa.
Por Que Ele Dirige Uma Organização
Assim como um chefão do crime organizado pode supervisionar muitas operações ilegais — tóxicos, prostituição, roubos, jogatina, contrabando, e assim por diante — sem pessoalmente revelar-se a todos os seus subordinados, assim também Satanás utiliza uma organização para controlar muito mais pessoas do que ele poderia fazer sozinho. Qual e a estratégia dele? Além de fustigar indivíduos, ele e os demônios tratam as massas de pessoas como se fossem um rebanho de gado. Não é preciso dirigir a cada um deles, pessoalmente. Basta desviar alguns na frente do rebanho, e a maioria os seguirá. Concentre-se então nos que se desgarram do rebanho.
Sim, o Diabo é bastante real, mas sua verdadeira identidade se assemelha muito pouco à caricatura que vemos em cartuns ou nas nebulosas teorias dos teólogos. Nebulosas? Sim, como comenta o livro Satan, A Portrait (Satanás, um Retrato): “A crença em Satanás tornou-se menos vívida” no século 19, e os teólogos “empenharam-se em explicar Satanás como algo diferente de um ser espiritual pessoal”.
Quem Fala a Verdade Sobre o Diabo?
A prontidão com que as religiões modernas duvidam do que a Bíblia diz sobre o Diabo satisfaz a uma sociedade materialista que não tem certeza até sobre o próprio Deus. “Atualmente”, diz Ruth Ansher em seu livro The Reality of the Devil (A Realidade do Diabo), “o Diabo desapareceu e . . . o próprio Deus foi afastado para a periferia”. Por lançarem dúvidas sobre o conceito da Bíblia, os modernos “peritos” religiosos desconsideram um fato ímpar que coloca a História em sua perspectiva. Como o teatrólogo romeno Eugène Ionesco admitiu a um Jornal alemão: “A História não poderia ser compreendida se deixássemos de fora o elemento demoníaco.” Welt am Sonntag, 2 de setembro de 1979.
Será que alguém tem a coragem de defender a verdade sobre o papel do Diabo na atual crise mundial? Evidentemente que sim! Considere a “Declaração Contra Satanás e a Favor de Jeová”, adotada unanimemente num congresso em 1928. Por meio dela, as Testemunhas de Jeová se comprometiam a proclamar, como um brado de guerra contra Satanás, o inimigo do homem, que a grande e vindoura batalha do Armagedom em breve porá fim a Satanás e sua organização maligna.
Na verdade, a História testifica que o Diabo é um verdadeiro inimigo de cada um de nós. Mas, como é evidente, Jeová Deus não nos deixou entregues a nós mesmos. Por que não examina mais este assunto? Vale a pena conhecer nosso inimigo, “para que não sejamos sobrepujados por Satanás, pois não desconhecemos os seus desígnios”. — 2 Coríntios 2:11.

Será que a ciência tornou obsoleta a Bíblia?

SERÁ que a ciência, com seu entendimento avançado sobre o universo, transformou a Bíblia numa coleção de mitos e lendas? Muitas pessoas, hoje em dia, acham que sim. O que pensa o leitor?
Talvez, como muitos, foi-lhe ensinado a pensar dessa forma, desde a juventude, e nunca realmente questionou tal idéia. Nós o convidamos a questioná-la agora. Considere apenas um exemplo, uma declaração feita na Bíblia sobre o universo natural. Tal declaração não só contradizia categoricamente o que os peritos daqueles dias afirmavam, mas contradizia o que os peritos ainda diziam, milênios depois.
A Questão da Gravidade
Sobre o que repousa a Terra? O que sustenta a lua, o sol e as estrelas? Estas perguntas intrigaram os humanos por milhares de anos. No que tange à Terra, a Bíblia tem uma resposta simples. Em Jó 26:7, ela afirma que Deus “suspende a terra sobre o nada”. No hebraico original, a palavra para “nada” (beli-máh) usada aqui, significa literalmente “nenhuma coisa”, e esta é a única vez em que ela ocorre na Bíblia. O quadro que ela apresenta da Terra cercada pelo espaço vazio é reconhecido por peritos como uma “visão notável”, especialmente para o seu tempo.
Não era assim, de jeito nenhum, que a maioria das pessoas visualizava o cosmos naqueles dias. Um conceito antigo era de que a Terra era sustentada por elefantes, que estavam em pé sobre as costas de uma gigantesca tartaruga.
Aristóteles, famoso filósofo e cientista grego do quarto século AEC, ensinava que a Terra jamais poderia estar suspensa no espaço vazio. Antes, ele ensinava que os corpos celestes se achavam, cada um deles, fixados à superfície de esferas sólidas e transparentes. Uma esfera aninhava-se no interior de outra esfera. A Terra era a mais interior de todas; a esfera mais externa sustentava as estrelas. À medida que as esferas giravam uma dentro da outra, os objetos nelas contidos — o sol, a lua e os planetas — percorriam o céu.
A declaração da Bíblia, de que a Terra acha-se realmente ‘suspensa sobre o nada’, antecedia Aristóteles em mais de 1.100 anos. Todavia, Aristóteles era considerado o mais destacado pensador de seus dias. Seus conceitos ainda eram ensinados como fato quase 2.000 anos após a sua morte! E, como diz The New Encyclopædia Britannica, nos séculos 16 e 17 EC, os ensinos de Aristóteles “granjearam a condição de dogma religioso” aos olhos da igreja.
Giordano Bruno, filósofo do século 16, ousou questionar o conceito de que as estrelas “estão como que embutidas numa única cúpula”. Ele escreveu que essa era “uma noção ridícula, que as crianças poderiam conceber, talvez imaginando que, se [as estrelas] não fossem presas à superfície celeste com uma boa cola, ou presas com os mais fortes pregos, elas cairiam sobre nós, como saraiva”. Mas discordar de Aristóteles era um jogo perigoso naqueles dias — a igreja mandou que Bruno fosse queimado vivo por disseminar suas idéias não-ortodoxas sobre o universo.
Na Sopa Cósmica
Com a invenção do telescópio, um crescente número de astrônomos começou a questionar Aristóteles. Se o sol, a lua e as estrelas não estavam presas a esferas que giravam ao redor da Terra, então o que poderia sustentá-las lá em cima e fazê-las mudar de posição? René Descartes, matemático do século 17, pensou ter uma resposta. Ele concordava com Aristóteles de que o espaço entre nós e os outros corpos celestes não poderia estar vazio. Assim, formulou a hipótese de que o universo estava cheio dum líquido transparente — uma espécie de sopa cósmica.
Esta teoria parecia equacionar dois problemas. Por um lado, fornecia algo que ‘sustentava’ os corpos celestes; eles estavam todos suspensos na sopa! Por outro lado, ajudava a explicar os movimentos dos planetas. Descartes alegava que os planetas estavam sob o controle de redemoinhos, ou vórtices, no líquido, que os fazia girar em suas órbitas. Esta “Teoria dos Vórtices”, como era chamada, talvez nos deixe hoje assombrados como um tanto imaginosa. Mas, era a teoria dominante no estudo do universo durante mais de um século, em alguns países.
Muitos cientistas preferiam-na à teoria mais recente: A lei da gravitação universal de Isaac Newton, publicada em 1687. Newton asseverava que os planetas não precisavam de objetos ou de substâncias mecânicos, tangíveis, para sustentá-los. Era a força da gravidade que governava os movimentos deles, e os mantinha em suas órbitas. Com efeito, eles estavam suspensos sobre o nada, em espaço vazio. Muitos dos colegas de Newton zombavam de sua noção de gravidade. E até o próprio Newton achou difícil de crer que o espaço era um vazio, desprovido de substância em sua maior parte.
Sem embargo, os conceitos de Newton por fim predominaram. Atualmente, é fácil demais esquecer-nos de que esta questão do que sustenta os planetas suscitou ardentes debates entre os doutos e brilhantes cientistas cerca de 32 séculos depois de a Bíblia declarar com elegante simplicidade que a Terra está ‘suspensa sobre o nada’. Como poderia Jó saber disso, de modo a frasear as coisas exatamente desse modo? Por que diria ele que nenhuma substância sustenta a Terra, quando os “peritos” levaram bem mais de 3.000 anos para chegar à mesma conclusão?
Por Que a Bíblia Está Tão Adiante de Seus Tempos?
A Bíblia fornece a resposta lógica. Em 2 Timóteo 3:16, lemos: “Toda a Escritura é inspirada por Deus.” Assim, a Bíblia não é produto de sabedoria humana, mas, antes, é uma transmissão exata dos pensamentos do Criador para nós.
É vitalmente importante que o leitor verifique por si mesmo se a afirmação da Bíblia é verídica. (1 Tessalonicenses 2:13) Desse modo, poderá ter acesso aos pensamentos do Ser que nos projetou e criou. Que melhor fonte poderia existir, para nos contar o que o futuro tem em reserva e como levar uma vida feliz e produtiva neste mundo atribulado?
[Nota(s) de rodapé]
O Theological Wordbook of the Old Testament (Glossário Teológico do Antigo Testamento) diz: “Jó 26:7 apresenta de forma notável o mundo então conhecido como suspenso no espaço, deste modo antecipando essa futura descoberta científica

São os judeus o povo escolhido de Deus?

O ESTABELECIMENTO duma pátria judaica, em 1948, foi um acontecimento traumático para os teólogos da cristandade. Durante séculos, muitos tinham ensinado que os judeus estavam condenados a perambular, ou errar pela Terra, devido ao seu pecado contra Cristo, e agora o “judeu errante” não mais ficaria errando.
À medida que os eventos correntes no Oriente Médio continuam a focalizar a atenção sobre o povo judeu, suscitam-se agora indagações sobre questões há muito consideradas resolvidas. São os judeus ainda o povo escolhido de Deus? Está Deus atualmente demonstrando favor especial aos judeus?
Séculos atrás, Deus disse aos israelitas: “Se obedecerdes estritamente à minha voz e deveras guardardes meu pacto, então vos haveis de tornar minha propriedade especial dentre todos os outros povos, pois minha é toda a terra. E vós mesmos vos tornareis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” (Êxodo 19:5, 6) Todas as nações pertencem a Deus, mas os israelitas poderiam tornar-se sua propriedade especial, vindo por fim a servir como sacerdotes a favor de toda a humanidade.
Mas era incondicional este relacionamento especial com Deus? Não! Deus havia dito: “Se obedecerdes estritamente à minha voz . . . então vos haveis de tornar minha propriedade especial.” Assim, continuarem numa relação escolhida com Deus era condicional, dependia de sua contínua fidelidade a ele.
Vigorosa Ilustração
Isto foi sublinhado por eventos do oitavo século AEC, nos dias do profeta Oséias. Apesar de serem especialmente favorecidos, como povo escolhido de Deus, a maioria dos israelitas abandonou a verdadeira adoração de Jeová. Qual foi a reação de Jeová? “Não mais terei misericórdia para com a casa de Israel, porque positivamente os levarei embora. . . . Vós [homens] não sois meu povo e eu mesmo mostrarei não ser vosso.” (Oséias 1:6, 9) Assim, aqueles israelitas apóstatas não permaneceriam no favor de Deus. Apenas um fiel restante algum dia teria o privilégio de ser restaurado e, de novo, provar as bênçãos divinas. — Oséias 1:10.
Fiel a esta profecia, Deus permitiu que os israelitas fossem levados cativos por seus inimigos e que o templo deles fosse destruído, demonstrando vigorosamente que eles perderam o relacionamento aprovado com Ele. Apenas um fiel restante de israelitas (já então conhecidos como judeus) voltou do cativeiro em 537 AEC, e reconstruiu o templo de Jeová, mais uma vez usufruindo o favor de Jeová, como seu povo escolhido.
Apenas um “Restante” Permanece Fiel
Todavia, nos séculos que se seguiram, os judeus se viram cercados pela influência da filosofia grega — tal como a doutrina platônica da alma imortal — com efeitos catastróficos sobre sua adoração. Tal adoração jamais voltaria a basear-se apenas nos ensinos de Moisés e dos profetas hebreus.
Continuaria Jeová a encarar os judeus como seu povo escolhido? Reconhecendo que muitos mais uma vez haviam apostatado da adoração não-adulterada de Jeová, disse Jesus: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.”(Mateus 21:43) A maioria, deixando de acatar tal aviso, prosseguiu em seu proceder apóstata e rejeitou Jesus como o ungido de Jeová. Assim sendo, não demorou muito para que Deus permitisse que o templo reconstruído fosse destruído, em 70 EC. (Mateus 23:37, 38) Significava isto que Deus estava agora rejeitando todos os judeus?
Como explicou Paulo, um apóstolo judeu de Cristo: “Deus não rejeitou o seu povo, ao qual primeiro reconheceu. . . . Apresentou-se também na época atual um restante, segundo uma escolha devida à benignidade imerecida.” (Romanos 11:2, 5) Assim como muitos poderiam ser convidados para uma cerimônia de casamento, mas apenas poucos talvez comparecessem, Deus tinha convidado a inteira nação judia para um relacionamento especial com ele, mas apenas um restante deles manteve esse apego especial, através de sua fidelidade. A paciência de Deus era deveras uma demonstração de benignidade imerecida!
‘Os Que não São Meu Povo’ Tornam-se “Meu Povo”
A este fiel restante judeu logo se juntaram não-judeus que também desejavam servir a Deus. Embora seus ancestrais não mantivessem um relacionamento especial com ele, Jeová estava então disposto a aceitar estes não-judeus fiéis como seu povo. Observando isto, Paulo escreveu: “Se Deus, pois, . . . chamou[-nos] não somente dentre os judeus, mas também dentre as nações [não-judias], o que tem isso? É conforme ele diz também em Oséias: ‘Aos que não são meu povo, eu chamarei de “meu povo”.’” — Romanos 9:22-25.
Assim, tanto os judeus como os não-judeus poderiam ser o povo escolhido de Deus, tendo a perspectiva de servir como sacerdotes a favor dos demais da humanidade. Falando aos fiéis adoradores de várias formações nacionais, escreveu o apóstolo cristão Pedro, judeu de nascença: “Vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial’ . . . Porque vós, outrora, não éreis povo, mas agora sois povo de Deus.” (1 Pedro 2:9, 10) Esta era a “nação”, o povo com qualidades piedosas, que Jesus disse produziria os ‘frutos do reino de Deus’, e que, assim, gozaria dum relacionamento especial com Jeová. — Mateus 21:43.
Deus procurava a fé e a conduta justa ao selecionar aqueles sacerdotes prospectivos, e não alguma ascendência especial. Conforme Pedro tinha comentado: “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável.” — Atos 10:34, 35.
Assim, Deus não mais concede favor especial a pessoa alguma à base de seu nascimento. Ele concede a pessoas de todas as formações nacionais a oportunidade de travar uma relação com ele. Que nós mostremos estar desejosos de ser o povo de Deus, pela nossa fé e pela nossa conduta.

Que acontece à alma depois da morte?

JAMES KIDD, um minerador solitário, ficava freqüentemente intrigado com o assunto: ‘Tenho realmente uma alma que vive como parte de mim?’ Obcecado em provar sua suspeita de toda uma vida, o sr. Kidd legou em testamento a fortuna de quase US$ 300.000, declarando que o dinheiro deveria ser utilizado na “busca de alguma prova científica para a alma de um corpo humano que parte na morte”.
Diferente do sr. Kidd, você talvez não esteja muito interessado em realmente provar que possui uma alma que sobreviverá à sua morte. Mas, no íntimo você talvez creia nisso. Isso acontece com milhões hoje por causa de ensinos religiosos, de relatos das chamadas experiências de vida após a morte, ou devido a seus próprios sentimentos.
É interessante, porém, que uma pesquisa feita por Despertai! entre aqueles que acreditam na imortalidade da alma revelou que todos responderam do mesmo modo à pergunta: “Acha que a alma respira para permanecer viva?” “Não”, responderam eles.
A Alma Respira
Em Gênesis, capítulo 2, versículo 7, o emocionante relato da criação do homem começa: “E Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo.”
imagine esse milagre acontecendo! Dos elementos da própria terra são formados 206 ossos, órgãos complexos, mais de 600 músculos e o surpreendente cérebro, tudo revestido de pele, para formar um espécime perfeito de homem. Todavia, faz-se necessário mais um “ingrediente” para completar o fascinante ato da criação: algo para animar e dar vida a esse corpo. Deus passou então “a soprar nas suas narinas o fôlego de vida”. A esta altura, ao introduzir o ar (com seu oxigênio), Deus, com espírito ou força de vida, animou simultaneamente milhões de células do corpo físico. Agora vivo, este homem chamado Adão inalava e exalava cerca de 14 vezes por minuto, ou mais de 20.000 vezes por dia! Concluindo o versículo 7, note que o homem que então respirava e vivia é chamado de “alma vivente”.
Esse efeito pode ser comparado com a revista que agora está lendo. Papel, tintas e cola compõem este periódico. Mas, separadamente esses elementos não são interessantes. Somente se estiverem combinados é que você terá uma revista. Assim, o corpo físico, a respiração e a força de vida são de pouco valor um sem o outro. Mas, combinados eles compõem uma alma vivente. Desse modo, Adão “veio a ser” uma alma vivente.
Visto que não se disse nada que desse a entender que foi implantada uma alma no homem, ou que este a recebeu, precisamos perguntar: Se a alma “veio a ser” apenas depois do início da respiração, por que concluir que ela continua a viver quando a pessoa pára de respirar e morre? Não há como fugir deste fato: A respiração é uma questão de vida ou morte para a alma.
Portanto, os escritores da Bíblia usam muitas vezes a palavra “alma” como sinônimo duma pessoa que respira. Por exemplo, note o que aconteceu com os inimigos do povo de Deus na terra de Canaã. Os do povo de Deus “foram golpear toda alma que havia nela [naquela terra] com o fio da espada, devotando-as à destruição. Não sobrou absolutamente nada que respirasse”. (Josué 11:11) Toda alma era uma coisa que respirava. De modo similar, toda coisa que respirava era uma alma. Eram humanos carnais, visíveis, e que respiravam, que morreram, não entidades espirituais invisíveis.
São Almas Todas as Criaturas Vivas?
Ao passo que o homem é diferente dos animais, a diferença não reside em ele ser uma alma. Quando Deus soltou as águas devastadoras do Dilúvio nos dias de Noé ‘toda carne, todas as criaturas voadoras, os animais domésticos, os animais selvagens, todos os enxames, e toda a humanidade, tudo em que o fôlego da força da vida estava ativo nas suas narinas morreu’. Essas mesmas espécies de animais são chamadas de “almas viventes” no relato da criação. — Gênesis 7:21, 22; 1:24.
Como mostra a Bíblia, toda carne, todos os enxames e toda a humanidade necessitam de ar e dependem do funcionamento dos seus variados sistemas respiratórios para continuarem a viver como almas. Quando esse processo sustentador da vida cessa, a alma retorna ao pó. A alma — a pessoa ou o animal — fica inconsciente e deixa de existir. — Gênesis 3:19; Salmo 146:4.
A Alma Pode Viver Para Sempre!
Visto que a crença numa alma que sobrevive à morte é tão difundida, é evidente que os humanos sintam instintivamente que deve haver mais na vida do que atualmente desfrutam. Tais sentimentos são bastante naturais, pois a Bíblia diz que Deus “pôs na mente do homem a idéia da eternidade”. (Eclesiastes 3:11, Imprensa Bíblica Brasileira) Para muitos, esse desejo de “eternidade”, ou de viver para sempre, realmente se concretizará. Antes de mais nada, algo precisará ser corrigido — a imperfeição e o pecado que causam a morte da alma humana. (Romanos 5:12) Uma vez que estes forem eliminados, o corpo humano sustentado por Deus poderá viver para sempre. — Revelação 21:3, 4.
Mas, que esperança há para os que já morreram? A sociedade de pesquisas nomeada beneficiária da fortuna do sr. Kidd não descobriu a resposta. Após quatro anos de estudos, não conseguiu provar que a alma humana é uma parte separada dum humano, que abandona o corpo por ocasião da morte. Todavia, quão positiva é a esperança contida na Bíblia! Garante-se a promessa de as almas mortas serem novamente trazidas à vida humana na terra, sim, ressuscitadas. — João 5:28, 29; Atos 24:15; Hebreus 6:18.
O propósito de Deus para a alma humana será então aprendido pelos ressuscitados. E, quanto aos que hoje acatam a Palavra de Deus, que são ‘os que têm fé para preservar viva a alma’, o processo de respiração nunca precisará cessar! — Hebreus 10:39.

Quando começa a vida humana?

O DIA 21 de setembro de 1989 foi um dia incomum para o Quinto Distrito Judicial do Estado do Tennessee, EUA. Naquele dia, o tribunal itinerante expressou uma opinião oficial sobre a disputa pela custódia de sete embriões humanos congelados. O tribunal teve de decidir qual dos genitores divorciados tinha direito à custódia. Contudo, havia primeiro outra questão que exigia uma decisão: Os embriões devem ser considerados como propriedade ou como seres humanos?
O professor Jerome Lejeune, de Paris, geneticista de fama internacional, testemunhou perante o tribunal que cada humano tem um início singular, que ocorre no momento da concepção, e que “assim que é concebido, um homem é um homem”. Em outras palavras, começando no estágio de três células (zigoto), os embriões são, como ele disse no tribunal, “pequeninos seres humanos”! — O grifo é nosso.
Quando se lhe perguntou se testemunhava que o zigoto deveria ser tratado com os mesmos direitos de um adulto, o Dr. Lejeune respondeu: “Não vou afirmar-lhe tal coisa porque não estou em condições de saber isso. Estou-lhe dizendo que ele é um ser humano, e, portanto, é a Justiça que dirá se este ser humano tem ou não os mesmos direitos que os outros. . . . Mas, na qualidade de geneticista, você me pergunta se este ser humano é um humano, e eu lhe direi que por ser ele um ser, e, sendo humano, ele é um ser humano.”
Baseando-se primariamente no depoimento irrefutável do Dr. Lejeune, três destacadas conclusões dos tribunais são:
□“A partir da fertilização, as células de um embrião humano são diferenciadas, singulares e individualizadas no mais elevado grau de distinção.”
□“Os embriões humanos não são propriedade.”
□“A vida humana começa por ocasião da concepção.”
Concorda isso com o que a Bíblia diz sobre o começo da vida humana?
A Vida Começa por Ocasião da Concepção
Jeová Deus é “a fonte da vida” e “por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos”. (Salmo 36:9; Atos 17:28) O que diz o Criador sobre quando começa a vida? Ele encara a vida duma criança como preciosa até mesmo durante os estágios iniciais de desenvolvimento, após a concepção. Mais de 3.000 anos antes da decisão acima mencionada do tribunal, Ele inspirou Davi, seu profeta, a escrever:
“Mantiveste-me abrigado no ventre de minha mãe. Elogiar-te-ei porque fui feito maravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus trabalhos são maravilhosos, de que minha alma está bem apercebida. Meus ossos não te estavam ocultos quando fui feito às escondidas [no útero], quando fui tecido [alusão às veias e artérias, bordadas através do corpo como fios coloridos de tecido] nas partes mais baixas da terra [descrição poética da escuridão no útero]. Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” — Salmo 139:13-16.
A partir do momento da concepção, a vida em desenvolvimento segue um padrão preciso, como se obedecesse a instruções registradas num livro, um livro muito grande. “A quantidade de informações contidas no zigoto”, diz o Dr. Lejeune, “se decifradas e digitadas num computador, diriam ao computador como calcular o que acontecerá a seguir, essa quantidade de informações é tão grande, que ninguém seria capaz de medi-la”.
A Vida de um Nascituro É Preciosa
Assim, o nascituro em desenvolvimento no útero é muito mais do que um mero pedaço de tecido. Tem grande valor, e por esta razão, Deus declarou que uma pessoa teria de prestar contas por danos causados a uma criança por nascer. Sua lei, em Êxodo 21:22, 23, adverte: “Caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas não haja acidente fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o que o dono da mulher lhe impuser; e ele tem de dá-la por intermédio dos magistrados. Mas se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma.”
Algumas Bíblias traduzem os versículos acima de modo a fazer com que o enfoque principal da lei seja o que acontece à mulher. Contudo, o texto hebraico original dirige a atenção para um acidente fatal tanto no caso da mãe como da criança. Assim, um aborto deliberado, só para evitar o nascimento duma criança indesejada, equivale a tirar intencionalmente a vida humana.
Alguns talvez argumentem que o embrião humano não é uma vida humana porque não consegue sustentar-se sozinho fora do útero. Esse raciocínio não tem fundamento. Ninguém duvida que um recém-nascido — com apenas minutos de vida — seja um ser humano. Todavia, se essa criança fosse colocada despida num campo aberto, por quanto tempo sobreviveria? É completamente indefesa e, como o embrião ou um feto, carece da capacidade de sustentar-se. O recém-nascido precisa de abrigo, aconchego e alimento — o sustento, a ajuda e a assistência que só um adulto, como a mãe, pode fornecer.
Portanto, a decisão legal mencionada no início concorda com o ponto de vista da Bíblia de que a vida humana começa com a concepção. A vida do nascituro não é algo trivial para ser eliminada intencionalmente como objeto estranho inconveniente. A vida humana é sagrada, não só depois que deixa o útero, mas também enquanto dentro do útero.
[Nota(s) de rodapé]
O substantivo “acidente fatal” (em hebraico, ’a‧sóhn) não tem ligação específica com “uma mulher grávida”; assim, o acidente mortal não se limita à mulher, mas incluiria apropriadamente “os filhos dela” no ventre.

Qual foi o pecado original?

QUAL foi o pecado original? “O sexo”, respondem muitos. Crêem que o fruto proibido no jardim do Éden era símbolo das relações sexuais e que Adão e Eva pecaram ao praticarem o ato sexual.
Essa idéia não é nova. Segundo a historiadora Elaine Pagels, “a afirmação de que o pecado de Adão e Eva foi ter relações sexuais” era “comum entre os instrutores cristãos [do segundo século], tais como Taciano, o Sírio, que ensinava que o fruto da árvore do conhecimento transmitia conhecimento carnal”. Também, para Agostinho, um dos padres da Igreja da cristandade, do quinto século EC, o pecado teve sua origem no desejo sexual por parte de Adão. Com efeito, a revista Psychology Today disse que “o pecado de Adão foi o conhecimento carnal”.
Outros assumiram a posição de que a árvore do conhecimento do bem e do mal representava o próprio conhecimento. A Encyclopædia Britannica assevera que o “conhecimento do bem e do mal” era “uma expressão clássica de todo o conhecimento”. Isso significaria que Deus queria que Adão e Eva fossem ignorantes, e que eles se rebelaram contra ele por procurarem expandir seu conhecimento.
Mas ambas as interpretações certamente pintam um quadro de um Criador injusto e caprichoso. Por que criaria ele o homem com necessidades tanto sexuais como intelectuais e então não lhe concederia um meio de satisfazer tais desejos sem incorrer na pena de morte? Quem se sentiria atraído a amar e a servir um Deus assim?
Foi o Sexo o Pecado Original?
Muitos não sabem que ambas as interpretações contradizem redondamente o contexto do relato de Gênesis. Consideremos, primeiro, a idéia de que a proibição de Deus no Éden era, realmente, contra as relações sexuais. A lei em pauta acha-se registrada em Gênesis 2:16, 17: “De toda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.”
Tratava-se realmente duma velada referência ao sexo? Bem, segundo registrado em Gênesis 1:27, 28, Deus ordenou ao homem e à mulher que ‘fossem fecundos e se tornassem muitos e enchessem a terra’. Como poderiam Adão e Eva obedecer a tal ordem sem terem relações sexuais? Devemos realmente supor que Deus lhes deu uma ordem e então os sentenciou à morte por tentarem obedecer a ela?
Ademais, o relato de Gênesis mostra que Adão e Eva pecaram em separado, e não simultaneamente. O capítulo 3, versículo 6 , torna claro que Eva foi seduzida a comer do fruto primeiro, e que, “depois deu também dele a seu esposo, quando estava com ela, e ele começou a comê-lo”. Assim, comer o fruto proibido seria um símbolo inapropriado e fantasioso das relações sexuais.
Foi o Conhecimento?
Que dizer da afirmação de que o fruto proibido era símbolo de todo o conhecimento? Na realidade, tanto Adão como Eva já tinham assimilado abundante conhecimento antes de desobedecerem à lei registrada em Gênesis 2:16, 17. O Criador deles, o próprio Jeová, estava diretamente envolvido em sua educação. Por exemplo, ele trouxe todos os animais e aves ao homem, para ele lhes dar nomes. (Gênesis 2:19, 20) Sem dúvida, Adão teria de estudar cada um cuidadosamente a fim de lhes dar um nome apropriado. Quanta instrução em zoologia! Eva, embora criada mais tarde, tampouco era ignorante. Quando interrogada pela serpente, ela mostrou que tinha sido instruída na lei de Deus. Ela conhecia a diferença entre o certo e o errado, e até mesmo sabia das conseqüências das ações erradas. — Gênesis 3:2, 3.
A interpretação do pecado original como sendo quer o sexo, quer o conhecimento, é apenas isso — uma interpretação humana, nada mais. Sua debilidade é demonstrada pela pergunta do fiel homem, José: “Não pertencem a Deus as interpretações?” (Gênesis 40:8) A Bíblia se torna muito mais fácil de entender quando não lhe impomos idéias humanas, mas, em vez disso, deixamos que ela mesma se interprete. Qual, então, foi o pecado original? Bem, o relato de Gênesis nos fornece todo motivo de crer que a árvore do conhecimento do bem e do mal era uma árvore verdadeira. Diz-se-nos onde ela estava no jardim, e ela é mencionada em relação a outras árvores. Seu fruto era real, e Adão e Eva realmente comeram tal fruto.
Foi a Desobediência?
Por comerem esse fruto, o que estavam fazendo? A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) timidamente sugere: “Poderia ter sido, simplesmente, um desafio aberto a Deus, uma insolente recusa de obedecer a Ele.” Não é isso que Gênesis diz com clareza? Romanos 5:19 confirma esse ponto: “Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores.” (A Bíblia de Jerusalém) O pecado original foi um ato de desobediência.
Ao passo que um pecado de desobediência possa parecer simples, à primeira vista, considere suas profundas implicações. Uma nota de rodapé de A Bíblia de Jerusalém (ed. 1985) expressa-se do seguinte modo: “[O conhecimento do bem e do mal é a faculdade de decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal, e de agir conseqüentemente: reivindicação de autonomia moral . . . O primeiro pecado foi um atentado à soberania de Deus.” Sim, “a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau” simbolizava a prerrogativa de Deus de fixar padrões para o homem quanto ao que é aprovado ou ao que é condenado. Por recusar-se a obedecer à lei de Deus, o homem estava questionando o próprio direito de Deus de governá-lo. Jeová respondeu equanimemente a este desafio por permitir que o homem governasse a si mesmo. Não concordaria que os resultados têm sido desastrosos? — Deuteronômio 32:5; Eclesiastes 8:9.
É por isso que o tema da Bíblia, o Reino de Deus, traz tanta esperança. Por meio desse Reino, Jeová promete pôr fim em breve ao opressivo domínio humano e substituí-lo pelo Seu domínio — um governo que restaurará um paraíso terrestre — algo que Adão e Eva perderam. — Salmo 37:29; Daniel 2:44.

Precisa obedecer aos Dez Mandamentos?

FOI no ano 1513 AEC que o dedo de Deus escreveu em pedra. Desde então, os Dez Mandamentos têm sido copiados pelos homens e disseminados ao redor do mundo. Centenas de milhões de pessoas já os leram, e muitos os sabem de cor. Provavelmente não existe nenhum outro conjunto de leis que tenha recebido tanta atenção. A questão é, em seu 3.500.° aniversário, em 1988: Ainda vigoram os Dez Mandamentos, de modo que você precise obedecê-los? — Êxodo 20:1-17; 31:18.
Para Quem Foram Tencionados?
Deus forneceu os Dez Mandamentos para o povo conhecido como israelitas. Em suas palavras iniciais, ele deixou claro que era para esta nação específica que ele falava: “Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa dos escravos.” Isto indica que os Dez Mandamentos visavam ser parte de um código nacional de leis. — Êxodo 20:2.
Transmitidos aos Cristãos?
No entanto, eram os Dez Mandamentos de natureza tão universal que sempre estariam em vigor, e se aplicariam também aos não-israelitas? Não. Séculos depois, quando se formou a congregação cristã, este código da Lei não foi transmitido a ela. Por quê? Porque a Bíblia diz que “Cristo é o fim da Lei”. (Romanos 10:4) O que significa isto?
À guisa de ilustração, lá em 1912 o recorde mundial de salto em altura em pista descoberta era de 2,01 metros. Setenta e cinco anos depois, em 1987, o recorde era de 2,43 metros. Tem de haver, contudo, um limite máximo de quão alto um homem consegue saltar sobre um sarrafo apoiado em dois suportes. O campeão que alcançar tal limite porá fim a todos os recordes mundiais de saltos em altura. Poder-se-ia dizer também que ele foi “o fim” deles. Bem, como isto poderia aplicar-se aos Dez Mandamentos?
Quando Deus instituiu “a Lei”, que abrangia os Dez Mandamentos, junto com mais de 600 outras leis e estatutos, e a forneceu aos israelitas, ele fixou o máximo alvo ou padrão de perfeição. Ele colocou o sarrafo no nível mais alto, por assim dizer. Esta Lei divina tinha um padrão moral tão elevado que apenas um humano perfeito poderia alcançá-lo. Eclesiastes 7:20 diz: “Não há nenhum homem justo na terra, que continue fazendo o bem e que não peque.”
Assim, o sarrafo — o padrão justo de Deus — foi colocado alto demais para os imperfeitos israelitas ou judeus. Por quê? O apóstolo cristão, Paulo, explica: “Ela [a Lei] foi acrescentada para tornar manifestas as transgressões, até que chegasse o descendente [Messias, ou Cristo] a quem se fizera a promessa.” (Gálatas 3:19) Pela Lei, Deus mostrou aos judeus que todos eles eram transgressores imperfeitos, incapazes de alcançar o alvo de serem declarados justos por suas próprias obras.
Só havia um que conseguiria passar por cima de tal sarrafo: o vindouro e prometido Messias, ou Cristo. Por conseguinte, esse elevado padrão foi colocado perante os judeus como algo a buscar, enquanto se aguardava que o derradeiro Campeão, o Messias, passasse por cima dele, e uma vez por todas.
“Conduzindo a Cristo”
Em harmonia com isto, Paulo prossegue, no terceiro capítulo de Gálatas, versículo 24: “A Lei, por conseguinte, tornou-se o nosso tutor, conduzindo a Cristo, para que fôssemos declarados justos devido à fé [nele].” Um tutor, nos tempos bíblicos, acompanhava a criança até seu professor, e podia também instruir e disciplinar a criança.
Os Dez Mandamentos, bem como o restante da Lei, preparariam assim os judeus para o Messias, e os guiariam a ele. Quando Jesus veio, viveu entre eles, e morreu perfeitamente obediente à Lei, ele se tornou “o fim da Lei”. Daí, Deus removeu tal sarrafo, por assim dizer, e ofereceu aos judeus algo melhor. Agora podiam, “como dádiva gratuita”, finalmente ser “declarados justos pela benignidade imerecida dele, por intermédio do livramento pelo resgate pago por Cristo Jesus”. — Romanos 3:24.
Paulo também diz: “Não estais debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida”, e: “Se estais sendo conduzidos por espírito, não estais debaixo de lei.” — Romanos 6:14; Gálatas 5:18.
A Que Deve Obedecer
Então, visto que os cristãos não estão “debaixo de lei”, acham-se porventura livres de todas as restrições morais? De forma alguma. Como Paulo mostrou, os cristãos estão sendo dirigidos pelo espírito santo de Deus, e este não conduz ninguém ao pecado. Insta com eles a também manterem distância dos pecados abordados pelos Dez Mandamentos. Por exemplo, se ler 1 Coríntios 6:9, 10, encontrará ali diversas leis cristãs similares aos Dez Mandamentos. São proibições à idolatria, ao adultério, ao roubo e à cobiça.
Cristo também sintetizou o antigo código da Lei, que incluía os Dez Mandamentos, nestas duas máximas: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente”, e: “Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37-39) Por esforçar-se a obedecê-las, pedindo perdão quando falhar, e exercendo fé no resgate de Cristo, você obterá a benignidade imerecida de Deus, e Sua aprovação para a vida eterna. — 2 Tessalonicenses 2:16.

Por que o surto de terrorismo?

“Mesmo que tenha de fazer ir pelos ares a metade do continente, e derramar um mar de sangue para destruir a parte do barbarismo, não sinta dores de consciência por fazer isso.” — Karl Heinzen, revolucionário alemão, 1809-80
QUANDO a bomba explodiu numa loja de departamentos de Dortmund, Alemanha, viram-se subitamente livros e outros itens voarem por todo o lado. Oito clientes da loja ficaram feridos, alguns gravemente. Outro ato pérfido de extremistas políticos? Não. “Tudo não passou duma simples brincadeira”, declarou um jovem de 20 anos, logo detido pela polícia. No entanto, sua falta de motivação política não retirou desse ato a pecha de terrorismo.
Em apenas nove dias — de 28 de fevereiro a 8 de março de 1985 — a Alemanha (R. F.), a Espanha, a Irlanda do Norte e o Líbano viram as mãos sangrentas do terrorismo atacar mortalmente a 72 pessoas, ferindo outras 245. E, desde então, o terror, o medo, e o choque por parte de celerados continuam sem limites.
Por que algumas pessoas, num mundo civilizado, recorrem à violência a fim de atingir seus alvos? Pode ela ser coibida, e será coibida algum dia? A Bíblia nos fornece respostas críveis.
A Causa do Terrorismo
“Não te acalores por causa dos malfeitores. . . . Larga a ira e abandona o furor; não te acalores apenas para fazer o mal.” “Pois a mera opressão pode fazer o sábio agir como doido.” — Salmo 37:1, 8; Eclesiastes 7:7.
Quando os governos repetidas vezes deixam de lidar com êxito com os problemas, tais como a falta de paz, o meio ambiente degradado, ou a injustiça social ou econômica, quando permitem ou até incentivam a opressão e a discriminação, é compreensível que as pessoas possam ficar ‘acaloradas’. Elas argumentam: ‘Algo precisa ser feito, e, se não for feito agora, quando o será? Se não eu, quem?’
Por vezes, a frustração pode até mesmo fazer “o sábio agir como doido”. Julgando-se sábio, o manifestante pacífico talvez, de início, vise praticar apenas atos não-violentos de desobediência civil. Quão celeremente, contudo, estes podem escalonar em atos de violência! Veja, por exemplo, certo país africano, racial e economicamente dividido. O que começou como marchas de protesto pacífico acabou como oposição militante. “Hoje em dia, depois de um quarto de século de lutas e apesar das recentes promessas de reforma”, diz a revista Time, “a violência ainda domina aquele país dividido”.
“Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal.” — Eclesiastes 8:11.
É admitidamente difícil capturar os transgressores e levá-los às barras da justiça. Em certos lugares, os tribunais tornaram-se muito lenientes com os supostos transgressores. Adicione-se a isto a sobrecarga dos tribunais, o que impede as autoridades de executarem “prontamente a sentença contra um trabalho [feito] mau”, e temos aí os ingredientes para que o coração dos transgressores fique “plenamente determinado a fazer o mal”. Visto que os governos não encontraram nenhum meio bem-sucedido de combater sequer os crimes “comuns” — quanto menos o terrorismo internacional — muita gente talvez se sinta tentada a ver se consegue safar-se.
Mas, Qual o Motivo do Atual Surto?
“Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar. . . . Os homens serão amantes de si mesmos, . . . ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, . . . sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade.” — 2 Timóteo 3:1-3.
A cronologia bíblica e o cumprimento das profecias bíblicas indicam que a nossa geração vive nos “últimos dias”, assinalados pelos “tempos críticos, difíceis de manejar”. Não diria que os homens e as mulheres com as características acima apontadas são candidatos em potencial para o palco do terrorismo? Visto que o número deles aumenta, à medida que os “últimos dias” prosseguem em direção ao seu fim, não deveríamos surpreender-nos de que a violência prossiga permeando toda modalidade da sociedade humana.
“E a terra veio a estar arruinada à vista do verdadeiro Deus, e a terra ficou cheia de violência.” “Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem.” — Gênesis 6:11, 13; Mateus 24:37.
Nos dias de Noé, filhos espirituais de Deus, que se transformaram em demônios, desempenharam significativo papel em criar um mundo repleto de violência. (Gênesis 6:1-5) Estas criaturas iníquas não mais conseguem materializar-se em corpos humanos para influenciar de modo direto a humanidade, como fizeram naquela época. Mas, hoje em dia, seus ataques indiretos e invisíveis não são menos mortíferos.
Vivendo agora nos dias da “presença do [glorificado] Filho do homem”, Jesus Cristo, podemos esperar que o mundo seja ensangüentado pela mesma espécie de violência. Na realidade, podemos observar, como Jesus predisse, um “aumento
do que é contra a lei”. (Mateus 24:12) Isto se dá porque “o chamado Diabo e Satanás . . . foi lançado para baixo, à terra, e os seus anjos . . . com ele”. Com que resultado? “Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.” (Revelação 12:7-12) Não seria este o motivo principal pelo qual o terrorismo cresce hoje a uma taxa sem precedentes?
Dores de Parto
Jesus profetizou vários acontecimentos que se dariam no período de transição depois de seu Reino ter sido estabelecido, e antes que ele, Jesus, destruísse este sistema de coisas. (Mateus 24; Marcos 13; Lucas 21) Ele disse, segundo registrado em Marcos 13:8, que haveria “dores de aflição”. Assim como se multiplicam as literais dores de parto, tanto em número como em intensidade, ao se aproximar a hora do parto, assim também as dores de aflição descritas por Jesus como sinal dos “últimos dias” aumentariam em número e em intensidade à medida que se acercasse o tempo para o governo, sem oposição, de Cristo.
Não é de admirar, então, que as “dores” do terrorismo aumentem. Isto talvez faça com que pessoas desinformadas, em cumprimento da profecia de Jesus, ‘fiquem desalentadas de temor e pela expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada’. Isso não se dá, contudo, com aqueles que conhecem o significado das seguintes palavras: “Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento [do terrorismo, inclusive] está-se aproximando.” — Lucas 21:26, 28.

Por que lhe são valiosas as profecias bíblicas

“SE NÓS ao menos tivéssemos evidência positiva de que a Bíblia é a Palavra de Deus”, dizem muitos, “nós creríamos nela”. Muitas vezes, contudo, tais pessoas não conseguem dizer que “prova positiva” seria necessária para convencê-las. Serviria um milagre?
Jesus realizou muitos milagres quando estava aqui na Terra, todavia, os cépticos recusaram-se a aceitá-los qual prova de que ele era o Porta-voz de Deus. Ora, alguns contenderam que era “por meio de Belzebu, o governante dos demônios”, que Jesus realizava certos milagres! Jesus reconheceu que alguns “milagres” feitos por outros eram realmente obras de Satanás. (Lucas 11:14-19; Mateus 7:22, 23) Por conseguinte, algo mais seria necessário como prova positiva de que a Bíblia é a Palavra de Deus — algo que mostrasse que as próprias palavras da Bíblia, as mensagens nela contidas, provêm do próprio Deus.
Nas páginas da própria Bíblia, encontramos tal apoio — as profecias. Por certo, Jeová, como o Deus da verdade e a Fonte de toda sabedoria, Aquele que conhece o fim desde o princípio, devia poder predizer o que ocorrerá em épocas futuras, inclusive na nossa. (Salmo 31:5; Provérbios 2:6; Isaías 46:9, 10) Isto ele tem feito em sua Palavra escrita, e muitas vezes, em grandes pormenores. Consideremos apenas um conjunto de profecias que se centralizam em Jesus Cristo.
Profecias Que Provam que Jesus É o Messias
Centenas de profecias bíblicas tiveram seu cumprimento em Jesus Cristo. Alguns talvez argumentem que Jesus e seus discípulos manobraram as coisas para tal fim. Mas, poderia isto realmente ter acontecido? Considere alguns dos fatos.
Nem Jesus nem seus pais poderiam ter movido um César romano a expedir um decreto que exigia que José e Maria se dirigissem à sua cidade natal, Belém, para serem recenseados e registrados, visando o pagamento de imposto, exatamente na ocasião do nascimento de Jesus. Assim os romanos, que de modo algum estavam interessados no desdobramento da profecia da Bíblia, desempenharam uma parte em Jesus ter nascido em Belém, em cumprimento da profecia registrada em Miquéias 5:2.
Quanto mais Jesus expunha a hipocrisia dos líderes religiosos judeus, tanto mais eles desejavam matá-lo. Mas a morte dele não deveria vir diretamente das mãos de seus concidadãos. Caso os judeus tivessem executado Jesus, eles provavelmente o teriam apedrejado, visto que este era o método de infligir a pena de morte delineada na Lei mosaica. (João 8:59; 10:31) No entanto, de acordo com as profecias, o Messias tinha de ser pregado numa estaca para remover “a maldição da Lei”. (Compare Deuteronômio 21:22, 23 com Gálatas 3:13.) Ele tinha de ser ‘erguido’, de modo a poder ‘atrair a si toda sorte de homens’. (Compare Números 21:4, 9 com João 3:14 e 12:32, 33.) Com o pregar na estaca, conforme usado pelos romanos, não podia haver dúvida do cumprimento destas profecias. Assim os romanos, que não estavam interessados em colaborar no cumprimento das profecias bíblicas, de novo desempenharam uma parte em fazer com que a Palavra profética de Jeová se provasse verídica.
Ademais, quando estava pregado na estaca, Jesus nada podia fazer para determinar o que estava sendo feito com suas roupas. Não podia manobrar os soldados romanos para lançarem sortes sobre elas. Mas eles fizeram isso, exatamente como a profecia bíblica disse que fariam! (Salmo 22:18; João 19:24) De novo, foram os romanos, e não Jesus ou seus discípulos, que estavam envolvidos em fazer com que tal profecia se provasse verídica.
Jesus predisse que, na sua geração, aconteceriam certos eventos em Jerusalém que significariam o fim abrupto da cidade. (Lucas 21:5-24) Mais de 500 anos antes do tempo de Jesus, Daniel tinha predito isto. (Daniel 9:26, 27) No ano 70 EC, Jerusalém foi destruída. Cumpriram-se as palavras de Jesus e de Daniel. Mais uma vez, a profecia bíblica ficou registrada como fidedigna.
Tirará Proveito da Profecia?
Há muitas profecias bíblicas ainda a ser cumpridas. Por exemplo, Jeová mandou que seu Filho, Jesus Cristo, profetizasse que o atual sistema iníquo de coisas chegaria ao fim, a ser seguido por um novo mundo de justiça, sob seu reino celeste. (Mateus 24:3-14; Revelação 21:1-5; veja também 2 Pedro 3:7-13.) Tudo isto foi escrito na Bíblia, a Palavra profética de Jeová, que sempre se provou verídica. Não deveríamos nós, então, levá-la a sério?
Que motivos teriam os filhos para desconfiar das promessas de pais que, anteriormente, só tivessem feito coisas boas em favor deles, e que sempre mantiveram a palavra? Semelhantemente, que motivos teríamos nós para desconfiar da promessa de Jeová de trazer o Reino de seu Filho? Que motivos teríamos para crer que Jeová, que no passado fez tanto bem em favor de suas criaturas, de repente perdesse o interesse no bem-estar delas?
Não existem argumentos convincentes nesse sentido. Por conseguinte, temos todo o motivo para confiar em Jeová e em sua Palavra, e para pôr nossa esperança nele. Sua fidedigna palavra profética nos dá um objetivo na vida. Dirige nossas atividades para um alvo digno. É verdadeiramente de máximo valor para nós, hoje em dia.
[Nota(s) de rodapé]
Como exemplos, queira ver o livro “Venha o Teu Reino”, página 67, editado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.

Profecias bíblicas que prediziam a destruição de cidades, tais como Sodoma e Gomorra (Gênesis 18:20, 21; 19:12, 13), Nínive (Sofonias 2:13), Babilônia (Jeremias 51:1, 2), e Petra, em Edom (Jeremias 49:7-22), ilustram facilmente que a palavra profética se provou exata.
[Quadro na página 27]
APRECIARIA USUFRUIR O CUMPRIMENTO FUTURO DESTAS PROFECIAS?
“Ele faz cessar as guerras.” — Salmo 46:9.
“Nenhum residente dirá: ‘Estou doente.’” — Isaías 33:24.
“E não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor.” — Revelação (Apocalipse) 21:4.
“Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão.” — João 5:28, 29.
“Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.” — Salmo 37:29.

Pode um homossexual ser ministro de Deus?

ERA janeiro de 1987, e Robert Arpin morria de AIDS. Isso, em si, não era mais notícia. Mas Robert Arpin era sacerdote, apenas um dentre crescente número de clérigos que abertamente se declaram homossexuais.
Nos anos recentes, os homossexuais não só “estão saindo do esconderijo”, mas também estão formando-se nos seminários. Um calouro da Faculdade Teológica da Universidade Católica, nos Estados Unidos, declarou ao jornal National Catholic Reporter. “Eu calcularia que entre 60 e 70 por cento da minha turma são gays, e uma igual proporção para todo o seminário.” Comentando a tendência para o homossexualismo nos seminários, Anthony Kosnick, editor da obra Human Sexuality (Sexualidade Humana), disse: “Isso é muito mais comum do que eu poderia imaginar.”
Várias religiões têm expressado um amplo espectro de conceitos sobre se um homossexual pode ou não ser ministro. Muitas pessoas, porém, não estão interessadas em opiniões moldadas pelas tendências correntes, mas, em vez disso, no que a Bíblia diz. Qual, então, é o padrão de Deus para os ministros? Habilita-se um homossexual?
Sacerdotes em Israel
No antigo Israel, era elevado o padrão para os sacerdotes de Jeová Deus. (Levítico, capítulo 21) Uma vez que representavam o Altíssimo, tinham de permanecer espiritual, física e moralmente limpos. “Todo aquele que tocar no altar deve ser santo”, ordenou Deus. Assim, quando Arão, o primeiro sumo sacerdote de Israel, e os filhos dele foram empossados como sacerdotes, realizou-se uma cerimônia de sete dias, a fim de santificá-los para seus deveres sagrados. Êxodo 29:37.
Os sacerdotes eram também responsáveis de ensinar a Lei de Deus, e, junto com os juízes, de certificar-se de que fosse aplicada. (Malaquias 2:7) Naquela Lei achava-se incluída uma condenação explícita do homossexualismo. Deus decretou: “E quando um homem se deita com um macho assim como alguém se deita com uma mulher, ambos realmente fazem algo detestável. Sem falta devem ser mortos.” (Levítico 20:13) Coerentemente, os sacerdotes teriam de viver de acordo com essa mesma Lei.
Quando os sacerdotes deixavam de apoiar a lei divina, eles eram censurados, como se deu no caso de um sumo sacerdote, Eli, e seus dois filhos imorais. (1 Samuel 2:12-35; 4:17, 18) Mais tarde, nos dias do profeta Ezequiel, Jeová disse: “Os próprios sacerdotes [de Israel] tem feito violência à minha lei, e eles continuam a profanar meus lugares santos.” Por causa disto, Deus os rejeitou. — Ezequiel 22:26, 31.
O Padrão Cristão
Também é elevado o padrão para aqueles que lideram a adoração na congregação cristã. Entre as habilitações alistadas na Bíblia, observe as seguintes: ser “irrepreensível”, “moderado nos hábitos”, “ajuizado”, “qualificado para ensinar”, ‘ter testemunho excelente de pessoas de fora’. (1 Timóteo 3:1-7) Assim, um superintendente cristão tem de ser inatacável. Seu conceito sobre o que constitui práticas corretas e incorretas tem de basear-se na Bíblia, e a própria conduta dele não deve fechar a mente daqueles a quem procura ensinar. Será que um homossexual preenche tais padrões bíblicos?
Antes de escrever as orientações acima, o apóstolo Paulo avisou a Timóteo sobre alguns membros que queriam “ser instrutores de lei”. Timóteo deveria ordenar a tais perturbadores da fé que ‘não ensinassem doutrina diferente’. Em seguida, avisou a Timóteo sobre ‘pessoas que eram contra a lei e indisciplinadas, ímpias e pecadoras’, e então, especificamente, identificou os ‘homens que se deitavam com machos’ como estando “em oposição ao ensino salutar”. (1 Timóteo 1:3-11) Por certo, alguém que lidera a congregação na adoração a Deus não deve obstruir os benéficos ensinos da Bíblia, quer por palavras, quer por seu estilo de vida. — Compare com Romanos 2:21.
A força desta admoestação também é vista naquilo que Paulo escreveu a Tito em Creta. Ao fixar requisitos para ‘estabelecer anciãos’ (Almeida, edição da Imprensa Bíblica Brasileira), ele estipulou que estivessem ‘livres de acusação’, que fossem ‘justos’, ‘dominando a si mesmos’, “apegando-se firmemente à palavra fiel com respeito à sua arte de ensino”. (Tito 1:5-9) Incluída nesta “palavra fiel” achava-se a anterior carta de Paulo aos cristãos que viviam em Corinto, carta esta que declarava que “homens que se deitam com homens” não herdariam o Reino de Deus. (1 Coríntios 6:9, 10) Apegar-se à “palavra fiel” habilitaria o ministro a “repreender os que contradizem”. (Tito 1:9) Como pode um ministro homossexual repreender outros quando o seu próprio estilo de vida contradiz a “palavra fiel”? Pelo contrário, o apóstolo Pedro mencionou, sobre os “falsos instrutores”, que “muitos seguirão os seus atos de conduta desenfreada”. — 2 Pedro 2:1, 2.
“Eu Te Rejeitarei”
Considere também o seguinte: Numa visão, o profeta Zacarias, do sexto século AEC, viu o sumo sacerdote Josué vestido de roupas imundas. Como poderia limpá-las, a fim de continuar sendo sacerdote? “Se você obedecer às minhas leis e cumprir os seus deveres conforme eu ordeno”, disse Deus, “você será o administrador do Templo”. (Zacarias 3:7, A Bíblia na Linguagem de Hoje) Para os indivíduos que deixam de obedecer às leis divinas, inclusive as leis que proíbem práticas homossexuais, Deus diz: “Visto que tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei para que não me sirvas como sacerdote.” — Oséias 4:6.
Por conseguinte, pode um homossexual ser ministro de Jeová Deus? Não pode. As pessoas que não se habilitam, de acordo com o “ensino salutar” contido na Bíblia, não são verdadeiros ministros de Deus. — Tito 2:1; 1 Timóteo 1:10; veja também Romanos 1:24-27, 32.

Páscoa — devem os cristãos celebrá-la?

Que relação têm estas coisas com Jesus?
QUAL é o seu conceito sobre a Páscoa? Para Alexandra, uma garotinha de 6 anos, do Canadá, significa uma festa. ‘Os amiguinhos convidam a gente para comer bolo’, disse ela. ‘A gente escreve para o coelhinho da Páscoa, se ele lhe trouxe alguns ovos de chocolate.’ Para outros, a ocasião significa pouco mais do que alguns dias extras de folga do trabalho ou dos estudos, um longo fim-de-semana. Todavia, para muitos, a Páscoa é a festa religiosa mais importante do ano, a que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, três dias depois de ele ter sido morto. Mas, como é que Deus encara a Páscoa? Há algo mais envolvido nela do que comemorar-se a ressurreição de Cristo? Se quisermos a aprovação de Deus, é essencial avaliarmos isso.
Não resta dúvida de que a ressurreição de Cristo é vitalmente importante, sendo o âmago do ensino cristão. O apóstolo Paulo sublinhou isto por escrever “Se Cristo não foi levantado, a nossa pregação certamente é vã e a nossa fé é vã. Outrossim, se Cristo não foi levantado, a vossa fé é inútil; ainda estais em vossos pecados.” (1 Coríntios 15:14, 17) Assim, para que nossa adoração agrade a Deus, temos de ter fé na ressurreição de Jesus.
Há outras coisas envolvidas na Páscoa, porém, além de celebrar-se a ressurreição de Cristo. Os homens se apoderaram do significado bíblico da ocasião e acrescentaram símbolos e costumes originários de povos antigos que serviam a deuses falsos. Para exemplificar, considere um bem-conhecido emblema da Páscoa em alguns países - o coelho. “Os pagãos antigos empregavam o coelho qual símbolo da vida nova abundante da época primaveril. . . . O primeiro registro do coelhinho como símbolo da Páscoa é encontrado na Alemanha, por volta de 1572”, afirma The Catholic Encyclopedia for School and Home (Enciclopédia Católica Para a Escola e o Lar). Semelhantemente, o emprego de pãezinhos glaceados tendo por cima uma cruz, ovos de cores brilhantes, ou sininhos de chocolate, na Páscoa, tem suas raízes na religião pagã. E, incrível como pareça, o próprio nome Páscoa (Easter, como usado em alguns idiomas) relaciona-se com uma deidade pagã. The Westminster Dictionary of the Bible (Dicionário Bíblico de Westminster) declara que a Páscoa era “originalmente a festividade da primavera em honra da deusa teutônica da luz e da primavera, conhecida pelos anglo-saxões como Eastre. Tão cedo como no oitavo século, o nome foi transferido pelos anglo-saxões para a festividade cristã destinada a celebrar a ressurreição de Cristo”.
Esta estirpe pagã da Páscoa é amplamente reconhecida e acha-se bem documentada. A questão é Tem importância? Visto que a Páscoa pretende honrar a Cristo, não considera Deus que seus adereços, até o seu próprio nome, acham-se vinculados com a adoração de outros deuses?
O Conceito de Deus Sobre a Páscoa
Nos primeiros dois dos Dez Mandamentos dados por meio de Moisés, Deus disse: “Eu sou Jeová, teu Deus . . . Nunca deves ter quaisquer outros deuses em oposição à minha pessoa . . . porque eu, Jeová, teu Deus, sou um Deus que exige devoção exclusiva.” (Deuteronômio 5:6-9) Não seria tolerada sequer qualquer leve sugestão de adoração falsa, como se viu, vez após vez, na maneira como Deus lidava com a nação de Israel.
Por exemplo, enquanto Moisés ainda se achava no monte Sinai, onde recebeu estes mandamentos gravados em duas tábuas de pedra, os israelitas começaram a misturar símbolos da religião egípcia com sua adoração a Jeová. Depois de coletarem brincos de ouro dentre o povo, fundiram uma estátua de bezerro. Daí, fez-se a proclamação: “Este é o teu Deus, ó Israel, que te fez subir da terra do Egito.” O relato da Bíblia nos informa: “Por fim, Arão [irmão de Moisés] clamou e disse: ‘Amanhã há uma festividade para Jeová.’ Assim, no dia seguinte, levantaram-se cedo e começaram a oferecer ofertas queimadas e a apresentar sacrifícios de participação em comum. Depois o povo se assentou para comer e beber. Levantaram-se então para se divertir.” — Êxodo 32: 1-6.
Da mesma forma que acontece com os celebrantes da moderna Páscoa, os israelitas professavam estar adorando o Deus verdadeiro. Lembre-se, a festa foi chamada de “festividade para Jeová”. Tencionavam associar Jeová com aquela imagem. Todavia, divertiam-se numa festa em que se imitava uma deidade egípcia, talvez Ápis, representado como um touro jovem. Agradou-se Deus disso? De forma alguma. Quase destruiu aquela nação por causa disso’ — Êxodo 32: 7-10.
Similarmente, Deus espera que os cristãos conservem pura e imaculada a sua adoração, nada tendo que ver com costumes, símbolos ou festas ligadas a deuses falsos. À guisa de ilustração: Suponhamos que soubesse que certa faca tinha sido usada para um fim desonroso. O que acharia de usar essa mesma faca para cortar e comer seus alimentos? Deus presenciou em primeira mão as detestáveis práticas pagãs das quais a Páscoa se originou. Não deveria o conceito dele ser o que importa para nós?
Escreveu o apóstolo Paulo: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? E que acordo tem o templo de Deus com os ídolos?” Eis a resposta. Nenhum. Ele prossegue: “‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura‘; ‘e eu vos acolherei’.” — 2 Coríntios 6:14-17.
Desde os tempos antigos, Deus tem sublinhado que Seu povo o adorasse de forma exclusiva, nada tendo que ver com os acessórios da religião falsa. Os verdadeiros cristãos mostram apreço pela ressurreição de Cristo, não por celebrarem uma festa transferida do paganismo, mas, em vez disso, em sintonia com a ordem de Jesus, por comemorarem a morte dele, e, como Jesus, por procurarem sempre agradar a Deus por adorá-lo com espírito e verdade. — Lucas 22:19; João 4:24.

Orar nos esportes — será que Deus ouve?

HÁ MUITA excitação no ar, à medida que milhares de torcedores superlotam o estádio, demonstrando apoio ao seu time favorito. Os jogadores acabam de fazer os exercícios de aquecimento, e o apito de início do jogo está prestes a soar. De um lado do campo, os jogadores estão agachados, e, no meio, o capitão se ajoelha, rezando: “Deus, abençoa por favor nosso time, concede-nos a vitória sobre nosso adversário, e protege-nos para não sofrermos contusões. Amém.” O amontoado de pessoas irrompe num berro alto, os jogadores tomam suas posições no campo, soa o apito e começa a ação violenta e organizada do futebol americano.
Tem-se tornado uma cena comum a oração tanto individual como coletiva do time, antes, durante e depois da participação em vários esportes. Mas será que Deus ouve? Ou, como argumentam alguns, isto escarnece da oração?
‘Esmague o Próximo’
Em todo o mundo, virtualmente todo esporte está manchado de violência no campo e nas arquibancadas. Escreveu um ex-jogador profissional de futebol americano nos Estados Unidos: “Argumenta-se que despedaçar o corpo é o ponto essencial do futebol, assim como matar e aleijar o são da guerra.” Ele comenta mais: “Ferir outros de forma competitiva e organizada é parte integrante de nosso modo de vida, e o futebol é um dos mais inteligíveis espelhos. . . mostrando-nos quão excitante e gratificante é Esmagar o Próximo.”
Esmagar o próximo? Jesus mandou amar o próximo. (Mateus 22:39) É impossível imaginar o Deus de amor como estando presente e abençoando um dos eventos esportivos da atualidade, com sua ênfase a ganhar a todo custo. — 1 João 4:16.
Comparece Deus aos Eventos Esportivos?
Um fator que incentiva a oração nos esportes é o ensino religioso de que Deus é onipresente, que Deus, a todo o tempo, está realmente presente em todos os lugares e coisas existentes. Por exemplo, no livro God Goes to Football Games (Deus Vai aos Jogos de Futebol), o clérigo L. H. Hollingsworth, ex-capelão duma equipe esportiva, diz: “Toda crença formal que temos sobre Deus inclui a idéia de Sua onipresença; a idéia, se me permite dizê-lo, de que Ele certamente está presente no que chamamos de nossa experiência secular. . . Isto quer dizer: Deus vai à igreja, e Deus comparece aos jogos de futebol.”
No entanto, a Bíblia não ensina que Deus é onipresente. Escreveu o apóstolo cristão, Paulo: “Cristo entrou. . . no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus.” (Hebreus 9:24) Existem dois pontos vitais que este texto nos ajuda a avaliar: que Deus é uma pessoa espiritual e que ele tem um lugar estabelecido de morada, o céu. (1 Reis 8:49; João 4:24) Assim, ele não poderia estar, ao mesmo tempo, em nenhum outro lugar.
Deus Ouve Seus Amigos
Bem, se Deus não comparece aos eventos esportivos, será que ele, pelo menos, ouve as orações feitas ali? Para que as orações cheguem aos ouvidos que ouvem deste Deus do céu, perante o qual Jesus compareceu, a pessoa que ora precisa ter conhecimento, conhecimento dos propósitos de Deus, de sua personalidade, de suas qualidades, de seus modos de agir, e de seu nome. (Tiago 4:3) Sublinhando a necessidade de conhecer a Deus, Jesus orou: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro.” — João 17:3.
Para se chegar a conhecer alguém, é preciso haver comunicação. Deus se comunica com o homem por meio da Bíblia, e a Bíblia é o meio pelo qual chegamos a conhecer o Deus do céu. Ela nos fala do nome dele, Jeová. (Salmo 83:18) A Bíblia também diz que Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho unigênito, Jesus, aqui para a Terra, de modo que o homem tivesse a oportunidade de obter a vida eterna. (João 3:16) Ao lermos e estudarmos a Bíblia, Jeová se torna real para nós, e somos atraídos a ele por meio de Jesus. (João 6:44, 65; Tiago 4:8) Visto que Jeová é real, podemos cultivar íntimo relacionamento pessoal com ele.
A amizade com Deus, contudo, envolve uma comunicação de via dupla. Isto exige que se converse com Jeová por meio da oração. A Bíblia diz que Deus é um “Ouvinte de oração”, e que ‘não está longe de cada um de nós’. (Salmo 65:2; Atos 17:27) No entanto, isto não significa que Deus ouve todas as orações. (Isaías 1:15-17) Que orações dispõe-se Deus a ouvir?
O salmista Davi disse: “A intimidade com Jeová pertence aos que o temem.” (Salmo 25:14) No hebraico original, a raiz de “intimidade” (sohd) significa “tornar apertado”. Por isso, este versículo transmite a idéia de obter a admissão no círculo íntimo de Jeová ou num pacto de amizade com ele. Apenas aqueles adoradores que mostram o devido respeito são admitidos. Assim, nossa amizade íntima com Deus nos move a temer romper tal relacionamento por fazermos algo que o desagrade, tal como tratar a oração como um talismã de boa sorte para garantir uma vitória esportiva.
Jeová ouve as orações de pessoas de coração honesto que procuram a amizade com ele, e ele não é parcial. Não demonstra favoritismo nem honra a determinado grupo nacional, raça, ou até mesmo a uma equipe esportiva em detrimento de outro. (Salmo 65:2; Atos 10:34, 35) Se Deus deveras ouvisse as orações dos adversários esportivos e ambos os times orassem a ele pedindo a vitória, que lado deveria ele abençoar? Ou, se um jogador ficasse gravemente contundido durante um jogo, será que a culpa seria de Deus?
Por conseguinte, temos de orar pelos assuntos corretos. O apóstolo João explica isto da seguinte forma: “Não importa o que peçamos segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1 João 5:14) Jeová ouve as orações que estão de acordo com Sua vontade. Precisamos conhecer a Sua vontade e Seus propósitos, de modo que nossas orações harmonizem-se com eles.
A vontade e os propósitos de Deus, e seu glorioso nome, não estão associados com os eventos esportivos competitivos e violentos da atualidade. Deus não é parcial. Assim, quando são feitas orações em tais eventos, ouve-as Deus? Absolutamente que não!

O que devia saber sobre os anjos

“Cerca de 3.000 peritos religiosos se reuniram durante quatro dias em Nova Iorque, semana passada, para ouvir mais de 500 relatos sobre assuntos que variavam do papel do humor nos sermões à importância do ritual para os pentecostais. Ninguém mencionou os anjos.” — Jornal Daily News, 26 de dezembro de 1982.
ATUALMENTE, oito anos depois, o clero ainda diz muito pouco sobre os anjos. Por quê? Poderia ser que tais mensageiros celestes sejam considerados uma simples parte dum mito antigo? Ou será que realmente existem? Se existem, o que devia saber sobre eles?
Será que Realmente Existem?
Os anjos não são simples “poderes”, ou “movimentos do universo”, como alguns filósofos afirmam. São bastante reais para serem mencionados centenas de vezes na Palavra de Deus, a Bíblia. Nas línguas originais da Bíblia, as palavras traduzidas “anjo” (hebraico, mal‧’ákh; grego, ág‧ge‧los) literalmente significam “um que traz uma mensagem”, ou, simplesmente, “mensageiro”. Tais palavras ocorrem cerca de 400 vezes em toda a Bíblia, às vezes referindo-se a mensageiros humanos, mas, em geral, a mensageiros espirituais.
O anjo que apareceu à esposa estéril de Manoá, anunciando a concepção de seu filho, Sansão, era real para ela. Também o eram os três anjos que apareceram a Abraão e sua esposa, Sara, e os dois que procuraram por Ló, e aquele que se sentou debaixo de uma grande árvore e conversou com Gideão. (Gênesis 18:1-15; 19:1-5; Juízes 6:11-22; 13:3-21) Por ocasião do nascimento de Jesus, um anjo subitamente apareceu a um grupo de pastores, no meio de uma luz deslumbrante e reluzente. — Lucas 2:8, 9.
Tais anjos eram reais. Não eram fruto da imaginação, nem uma força impessoal. Cumpriram determinado propósito, como mensageiros de Deus, e os relatos foram registrados apropriadamente na Bíblia, para nosso benefício atualmente. (2 Timóteo 3:16) A Bíblia assim revela importantes pormenores sobre anjos, que o leitor precisa saber, alguns dos quais colidem com os conceitos tradicionais.
Qual a Aparência Deles?
Talvez o leitor imagine os anjos como lindas mulheres ou como criaturas fofinhas, parecidas a bebês, dotadas de asas, sorridentemente doces e trajando mantos brancos, dedilhando pequeninas harpas, e pairando no ar. Se assim for, deve saber que se trata de conceitos errôneos, derivados de idéias pagãs, tais como na mitologia grega. Ou tais idéias foram adotadas depois de concluída a escrita da Bíblia. Nas visões simbólicas da Bíblia, as criaturas espirituais, tais como os serafins e os querubins, possuem asas. — Isaías 6:2; Ezequiel 10:5; Revelação 14:6.
A Palavra de Deus descreve os anjos como espíritos muito poderosos, e um espírito é invisível. (1 Reis 22:21; Salmo 34:7; 91:11) Foi um “anjo de Jeová” que abateu 185.000 assírios no acampamento do inimigo de Israel, em uma única noite! (Isaías 37:36) Quando alguns anjos apareceram a humanos, eles sempre apareceram como homens plenamente vestidos, e não como mulheres ou crianças, e jamais em forma subumana.
De onde provieram tais poderosas criaturas espirituais? A Bíblia diz que “mediante ele [Jesus] foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis”. (Colossenses 1:16) Jeová Deus, por meio de seu Filho primogênito, não só criou os anjos, muito antes do homem, mas também os fez como forma de vida mais elevada do que o homem. — Jó 38:4, 7; 2 Pedro 2:11.
Possuem Personalidade?
Os anjos, assim como os humanos, têm sentimentos. Depois de testemunharem a criação da terra, diz-se-nos que os anjos ‘juntos gritavam de júbilo’, até mesmo ‘bradando em aplauso’. (Jó 38:7) A Bíblia também revela que “surge alegria entre os anjos de Deus por causa de um pecador que se arrepende”. (Lucas 15:10) Por certo, nenhum “poder” impessoal poderia ter sentido a imensa alegria descrita nesses versículos.
Os anjos também tem limitações. Certos fatos sobre Cristo e o futuro foram revelados aos profetas humanos, mas não aos anjos. A Palavra de Deus nos diz que “nestas coisas é que os anjos estão desejosos de olhar de perto”. (1 Pedro 1:10-12) Quanto à data exata escolhida por Deus para a vinda do Senhor, Jesus disse: “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.” — Mateus 24:36.
Ademais, os nomes de dois anjos, Miguel e Gabriel, aparecem na Bíblia. (Daniel 12:1; Lucas 1:26) Não supre isto evidência adicional de sua individualidade? Como indivíduos, eles não foram programados, como um computador ou um robô, para agir de certo modo. Antes, os anjos são dotados do poder de raciocínio e têm a liberdade de formar decisões morais pessoais. Assim, sendo dotados de livre-arbítrio, certos anjos escolheram rebelar-se contra Deus e se tornar Satanás e seus demônios. — Gênesis 6:1-4; Judas 6; Revelação 12:7-9.
Devem Ser Adorados?
Embora possamos reconhecer a existência dos anjos como realidade, e não uma fábula, temos de evitar os extremos. Algumas organizações religiosas têm dado indevido destaque aos anjos, embora a adoração de anjos seja condenada na Bíblia. (Colossenses 2:18; Revelação 22:8, 9) A Igreja Católica transformou Miguel e Gabriel em objetos de devoção. E, nas igrejas ortodoxas orientais, os anjos são extremamente importantes na litania. Que contraste com o aviso dado pelo anjo de Jeová, quando o apóstolo João caiu a seus pés: “Toma cuidado! Não faças isso! Sou apenas co-escravo teu.” Revelação 19:10.
Por que existe tanta confusão sobre os anjos? Satanás, que se mascara de “anjo de luz”, “tem cegado as mentes dos incrédulos”. (2 Coríntios 4:4; 11:14) Assim, não seria razoável esperar que muitos, hoje em dia, se apegariam a suas próprias opiniões sobre a existência e a natureza dos anjos, em vez de aceitar o que a Palavra de Deus tem a dizer? Sim, embora os clérigos, atualmente, talvez falem muito pouco sobre os anjos, temos a garantia de Deus, por meio do registro da Bíblia, de que eles realmente existem e realizam um honroso serviço, como mensageiros de Jeová. — Hebreus 1:7, 14; 6:18.

Já viveu antes?

“LEMBRO-ME de muitas de minhas vidas passadas — algumas vezes fui homem, outras vezes fui mulher.” A atriz Shirley MacLaine explica como chegou a essa conclusão em seu livro, campeão de vendagens, intitulado Out on a Limb (Minhas Vidas). De início, ela ficou “admirada ao descobrir, não só que a reencarnação era parte integrante da maioria das crenças orientais . . . mas que inúmeros renomados pensadores do Ocidente partilhavam este conceito”.
Sim, mais pessoas do que talvez suponha — inclusive centenas de milhões de budistas e hindus — crêem já terem vivido antes. Acreditam que algo dentro deles — que muitos chamam de alma — sobrevive à morte e renasce em uma ou mais existências sucessivas. Este “algo” retorna em forma humana, ou, como afirmam alguns, em forma animal e até mesmo vegetal. A maioria concorda que o propósito disso é purificar gradualmente a alma, ou conduzir a pessoa à derradeira perfeição.
Realmente, a idéia de alguém ter vivido antes e de talvez viver novamente pode ser fascinante, até mesmo consoladora. Mas é verdadeira?
Já Existiu no Domínio Espiritual?
“Sim”, afirma A igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cujos membros são comumente chamados de mórmons. O falecido James E. Talmage, apóstolo dessa igreja, escreveu sobre as “muitas provas bíblicas de que os espíritos da humanidade existiram antes de sua provação terrestre — condição em que essas inteligências viviam e exerciam seu livre-arbítrio antes de assumirem tabernáculos corpóreos”.
É verdade que Jesus, o Filho de Deus, existira no céu antes de viver na terra. (João 6:38, 62) De fato, foi isso o que induziu Talmage a escrever que “é coerente concluir que, se o nascimento terrestre Dele foi a união dum espírito preexistente ou antemortal a um corpo mortal, o mesmo também se dá com o nascimento de cada membro da família humana”.
Jesus, enquanto no céu, sempre fora obediente ao seu Pai. Assim, sua curta permanência na terra não se destinava a colocá-lo sob “provação terrestre”, como se fosse pecador. Ao contrário, ele era homem perfeito, sem pecado, capaz de remir pecadores, capaz de “dar a sua alma como resgate em troca de muitos”. (Mateus 20:28) Portanto, Jesus é um caso único, o “um só mediador entre Deus e homens”. (1 Timóteo 2:5, 6) Sua designação de serviço na terra foi temporária. Depois de completá-la, pôde retornar ao seu verdadeiro lar, o céu.
Mas, em vista desses fatos, será que podemos, assim como Jesus, referir-nos ao céu como nosso lar?
Em Forma Humana, mas Não Humanos
No passado, criaturas espirituais invisíveis, anjos, materializaram corpos humanos visíveis sob a orientação de Deus. (Gênesis 19:1; Lucas 1:26-28) Mas, nos dias de Noé, alguns deles fizeram isso de sua própria iniciativa. Por que? Com o propósito egoísta de ter relações sexuais com mulheres. (Gênesis 6:2) Uma vez que isso não fazia parte do arranjo de Deus para os anjos, o passo que deram constituiu desobediência. A Bíblia chama-os de “anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta”. (Judas 6) Portanto, fica claro que o céu é a “moradia correta” dos anjos, assim como a terra é a dos humanos. — Veja o Salmo 115:16; 1 Coríntios 15:39, 40.
Jesus realmente “se tornou carne” quando veio à terra. (João 1:14) Não se deu o mesmo com aqueles anjos. Eles simplesmente materializaram corpos humanos que abandonaram por ocasião do Dilúvio, para retornarem ao domínio espiritual. Devido à sua revolta, porém, Deus confinou-os “a covas de profunda escuridão, reservando-os para o julgamento”. Eles não mais podiam materializar corpos carnais para viver na terra. — 2 Pedro 2:4.
Portanto, os exemplos de Jesus e dos anjos que se materializaram não podem ser usados corretamente para provar que os humanos existiram no domínio espiritual “antes de sua provação terrestre”, como ensinam os mórmons. Mas, excluiria isso passar por vidas anteriores quais humanos aqui na terra?
O Propósito de Deus ao Criar a Alma
Na verdade, o segredo para determinarmos se o homem já viveu antes ou não — quer no domínio espiritual, quer na terra — e determinarmos se ele tem ou não tem uma alma imortal. Gênesis 2:7 descreve do seguinte modo a criação da primeira alma humana: “E Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.”
Note que a alma não é descrita como algo distinto e separado do corpo inanimado. De fato, foi somente depois de Deus energizar o corpo inanimado com “o fôlego de vida”, dando assim início à respiração, que a alma, Adão, passou a viver. Quando a respiração pára e a força de vida cessa, o corpo torna-se novamente inanimado. O homem “volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos”. (Salmo 146:4) Ele precisa aguardar o dia da ressurreição para viver novamente. (João 5:28, 29) Nesse ínterim, não pode haver “trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria” na morte. (Eclesiastes 9:5, 10) Em outras palavras, a alma está morta.
Dezenas de textos da Bíblia indicam que a alma é destrutível, excluindo por completo a hipótese da imortalidade da alma. (Ezequiel 18:4, 20; Salmo 22:29; Atos 3:23; Revelação 16:3) Estando a alma morta, o que sobra para passar adiante e viver novamente em outro corpo? Ademais, por que até mesmo haveria a necessidade de algo passar adiante? Quando Deus criou as almas humanas, referiu-se a elas como algo “muito bom”. Podia dizer isso porque foram criadas perfeitas, destinadas a viver para sempre na terra. (Gênesis 1:31) Eram almas que não necessitavam de purificação; já eram moralmente puras. Tampouco eram almas que precisavam morrer para viver novamente. Sua perspectiva era a vida eterna dentro da estrutura de sua existência original na terra.
A resposta da Bíblia quanto a se já viveu antes — quer no domínio espiritual, quer na terra — é bastante clara. Igualmente clara é a oportunidade que Deus oferece a você de um dia viver para sempre num paraíso terrestre. Gostaria de aprender mais?

Há uns cem textos da Bíblia que indicam que a alma humana é mortal e destrutível; conseguiria encontrar um que dissesse que ela é imortal?