terça-feira, 29 de outubro de 2013

Deve existir distinção entre clérigos e leigos?

O Conceito da Bíblia
Deve existir distinção entre clérigos e leigos?
Vossa Reverendíssima, Vossa Eminência, Vossa Eminência Reverendíssima, Vossa Santidade, Padre, Rabino, Reverendo — esses são alguns dos termos que diferenciam os líderes religiosos dos leigos em muitas religiões. Será que foi Deus que instituiu essa distinção ou é uma tradição de homens? Mais importante ainda, será que Deus aprova isso?
“NO Novo Testamento e durante a era apostólica não há menção alguma de clérigos ou leigos”, escreveu o professor de teologia Cletus Wessels. A Encyclopedia of Christianity declara: “Aos poucos se desenvolveu uma divisão entre clérigos e leigos, ou seja, entre as autoridades e os demais . . . Membros ‘comuns’ da igreja passaram a ser vistos como pessoas ignorantes.” Essa distinção aumentou no terceiro século EC — mais de 200 anos depois de Jesus Cristo.
Então, se os apóstolos de Jesus e outros cristãos do primeiro século não faziam essa distinção, será que ela deve existir? De acordo com a Bíblia, não. Veja por quê.
“Todos vós sois irmãos”
A Bíblia diz que todos os cristãos são ministros de Deus e que nenhum deles é superior ao outro. (2 Coríntios 3:5, 6) Os primeiros cristãos “não toleravam distinção de classe na congregação”, diz o escritor de assuntos religiosos Alexandre Faivre. Isso se harmoniza com o que Jesus disse aos seus seguidores: “Todos vós sois irmãos.” — Mateus 23:8.
É verdade que homens mais experientes em sentido espiritual serviam como superintendentes, o que incluía atuar como pastores e instrutores. (Atos 20:28) Mas eles não eram clérigos remunerados. A maioria era composta de trabalhadores comuns, maridos e pais. Além disso, eles se qualificavam como superintendentes por serem estudantes aplicados da Palavra de Deus e por cultivarem as qualidades exigidas por ele, e não por cursarem escolas teológicas. Algumas dessas qualidades são: “Moderado nos hábitos, ajuizado, ordeiro, hospitaleiro, qualificado para ensinar, . . . razoável, não beligerante, não amante do dinheiro, homem que presida de maneira excelente à sua própria família.” — 1 Timóteo 3:1-7.
Por que é sábio se apegar à Bíblia
“Não vades além das coisas que estão escritas”, declara a Bíblia. (1 Coríntios 4:6) Infelizmente, quando as pessoas desconsideram essa orientação inspirada por Deus, o resultado quase sempre é o dano espiritual. Isso também se aplica à distinção de clérigos e leigos. Como assim? Veja os seis pontos a seguir.
 1. Com a existência de uma classe clerical, subentende-se que só quem tem uma vocação especial pode ser ministro de Deus. Mas a Bíblia diz que todos os cristãos verdadeiros devem servir a Deus e louvar o seu nome. (Romanos 10:9, 10) No que diz respeito a ministrar na congregação, os homens cristãos em geral são incentivados a buscar esse privilégio, que é o costume entre as Testemunhas de Jeová. — 1 Timóteo 3:1.
 2. A distinção entre clérigos e leigos exalta a classe clerical, e uma evidência disso são os títulos religiosos lisonjeiros. Mas Jesus disse:“Quem se comportar como menor entre todos vós é o que é grande.” (Lucas 9:48) Em harmonia com esse espírito de humildade, ele disse que seus discípulos não deviam usar títulos religiosos. — Mateus 23:8-12.
 3. Uma classe clerical assalariada pode impor um fardo financeiro sobre os leigos, principalmente quando os clérigos têm um estilo de vida extravagante. Por outro lado, os superintendentes cristãos trabalham para suprir suas necessidades materiais, deixando assim um bom exemplo para os outros.* — Atos 18:1-3; 20:33, 34; 2 Tessalonicenses 3:7-10.
 4. Visto que um clérigo talvez dependa do apoio financeiro de outros, pode ser que distorça a mensagem da Bíblia só para agradar os fiéis. De fato, as Escrituras avisaram que isso ocorreria. “Haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos.” — 2 Timóteo 4:3.
 5. A distinção entre clérigos e leigos tende a fazer com que as pessoas achem que só os clérigos devem cuidar de assuntos religiosos, enquanto elas devem apenas freqüentar cultos e missas semanais. No entanto, todos os cristãos devem estar conscientes de sua necessidade espiritual e ser bons estudantes da Bíblia. — Mateus 4:4; 5:3.
 6. Quando os leigos sabem pouco da Bíblia, podem ser facilmente enganados e até explorados pelos clérigos. A História está repleta de abusos desse tipo.* — Atos 20:29, 30.
As Testemunhas de Jeová seguem de perto o padrão estabelecido na Bíblia e por isso não têm uma classe clerical. Seus instrutores espirituais não são remunerados e cuidam do rebanho de Deus com prazer. Que tal comprovar isso por visitar o Salão do Reino próximo de sua casa?
[Nota(s) de rodapé]
No primeiro século, superintendentes itinerantes às vezes ‘viviam por meio das boas novas’, aceitando a hospitalidade e as contribuições que lhes eram oferecidas espontaneamente. — 1 Coríntios 9:14.
A venda de indulgências, a Inquisição católica e até a queima de Bíblias por clérigos que queriam manter a Palavra de Deus fora do alcance de seus rebanhos são bons exemplos disso. — Veja a revista A Sentinela de 15 de novembro de 2002, página 27.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Como todos os servos de Deus devem encarar uns aos outros? — Mateus 23:8.
▪ Quais são as qualificações para um homem cristão ser superintendente na congregação? — 1 Timóteo 3:1-7.
▪ Por que a distinção entre clérigos e leigos não tem a bênção de Deus? — 1 Coríntios 4:6.

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