terça-feira, 29 de outubro de 2013

É possível amar os inimigos?

O Conceito da Bíblia
É possível amar os inimigos?
“Eu vos digo”, declarou Jesus Cristo, “continuai a amar os vossos inimigos e a orar pelos que vos perseguem; para que mostreis ser filhos de vosso Pai, que está nos céus, visto que ele faz o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos”. — Mateus 5:44, 45.
VOCÊ vê a religião como uma força que promove o amor e a paz? Ou que promove o ódio e a violência? Para muitos hoje, a segunda opção reflete a realidade, principalmente quando a religião está envolvida com política, etnicidade ou nacionalismo. Mas, como Jesus disse, os verdadeiros ‘filhos de Deus’ imitam o amor divino — até mesmo pelos inimigos.
Outro servo de Deus disse: “Se o teu inimigo tiver fome, alimenta-o; se ele tiver sede, dá-lhe algo para beber . . . Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.” (Romanos 12:20, 21) Mas será que esse amor realmente pode existir neste mundo dividido? As Testemunhas de Jeová não têm dúvida de que isso é possível. Veja o exemplo de Jesus e seus primeiros discípulos.
Eles amaram os inimigos
Jesus ensinou a verdade sobre Deus, e muitas pessoas o ouviram com prazer. Outras, porém, se opuseram a ele, algumas por ignorância. (João 7:12, 13; Atos 2:36-38; 3:15, 17) Mesmo assim, Jesus continuou a divulgar sua mensagem salvadora a todos, incluindo opositores. (Marcos 12:13-34) Por quê? Ele sabia que alguns podiam mudar de atitude, reconhecê-lo como o Messias e se ajustar às verdades espirituais da Palavra de Deus. — João 7:1, 37-46; 17:17.
Mesmo na noite em que foi preso injustamente por opositores armados, Jesus mostrou amor por seus inimigos. De fato, ele curou um dos seus captores, a quem o apóstolo Pedro havia golpeado com uma espada. Nessa ocasião, Jesus estabeleceu um princípio importante que guia seus verdadeiros seguidores até hoje. Ele disse: “Todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” (Mateus 26:48-52; João 18:10, 11) Cerca de 30 anos mais tarde, Pedro escreveu: “Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos. . . . Quando sofria, não ameaçava, mas encomendava-se [a Deus].” (1 Pedro 2:21, 23) Fica claro que Pedro havia aprendido que o amor, não a retaliação, é o modo de agir dos verdadeiros seguidores de Cristo. — Mateus 5:9.
Todos os que ‘seguem de perto os passos de Jesus’ refletem sua disposição amorosa e bondosa. “O escravo do Senhor não precisa lutar, porém, precisa ser meigo para com todos, . . . restringindo-se sob o mal”, diz 2 Timóteo 2:24. Essas qualidades ficariam evidentes no modo de vida dos cristãos, que resulta em paz e reconciliação.
Pacíficos ‘embaixadores de Cristo’
O apóstolo Paulo escreveu a outros cristãos: “Somos, portanto, embaixadores, substituindo a Cristo . . . Rogamos, como substitutos de Cristo: ‘Sede reconciliados com Deus.’” (2 Coríntios 5:20) Os embaixadores não se envolvem em assuntos políticos e militares do país onde servem. Eles permanecem neutros. Sua função é representar e defender os interesses do seu governo.
Esse é também o caso dos embaixadores e enviados de Cristo. Eles encaram Jesus como Rei e defendem seu Reino celestial por proclamar pacificamente as boas novas. (Mateus 24:14; João 18:36) Por isso, Paulo escreveu aos cristãos dos seus dias: “Não travamos combate segundo o que somos na carne. Porque as armas de nosso combate não são carnais, mas poderosas em Deus para demolir . . . raciocínios e toda coisa altiva levantada contra o conhecimento de Deus.” — 2 Coríntios 10:3-5; Efésios 6:13-20.
Quando Paulo escreveu essas palavras, os cristãos estavam sendo perseguidos em muitos lugares. É verdade que eles podiam ter revidado. Em vez disso, continuaram a amar os inimigos e a pregar a mensagem de reconciliação a quem quisesse ouvir. A The Encyclopedia of Religion and War (Enciclopédia da Religião e da Guerra) declara: “Os primeiros seguidores de Jesus não apoiavam a guerra nem prestavam serviço militar”, encarando essas práticas como “incompatíveis com o amor ético de Jesus e com a injunção de amar os inimigos”.*
Assim como os primeiros cristãos, as Testemunhas de Jeová reconhecem Jesus como seu Rei. Também o reconhecem como Rei do Reino de Deus — um governo celestial que em breve trará segurança e paz duradoura à Terra. (Daniel 2:44; Mateus 6:9, 10) Assim, como embaixadores e enviados, elas proclamam as maravilhas desse Reino. Ao mesmo tempo, esforçam-se em ser bons cidadãos nos países onde moram, pagando os impostos e obedecendo à lei, desde que esta não entre em conflito com a lei de Deus. — Atos 5:29; Romanos 13:1, 7.
Infelizmente, porém, assim como os primeiros cristãos, as Testemunhas de Jeová às vezes são mal interpretadas, caluniadas e perseguidas. Mesmo assim, elas nunca revidam. Tentam ser ‘pacíficas com todos os homens’, esperando que alguns opositores possam ‘ser reconciliados com Deus’ e ter a perspectiva de vida eterna.* — Romanos 12:18; João 17:3.
[Nota(s) de rodapé]
“Escritores cristãos antes de Constantino [imperador romano de 306-337 EC] eram unânimes em condenar as matanças nas guerras”, diz The Encyclopedia of Religion and War. Uma mudança de atitude ocorreu quando a apostasia predita na Bíblia se alastrou. — Atos 20:29, 30; 1 Timóteo 4:1.
Assim como os cristãos do primeiro século, as Testemunhas de Jeová defendem legalmente sua liberdade religiosa quando necessário. — Atos 25:11; Filipenses 1:7.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Como os cristãos devem tratar os inimigos? — Mateus 5:43-45; Romanos 12:20, 21.
▪ Como Jesus reagiu ao ser perseguido? — 1 Pedro 2:21, 23.
▪ Por que os primeiros cristãos não apoiavam as guerras literais? — 2 Coríntios 5:20; 10:3-5.

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