sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Até que ponto Deus é tolerante?

O Conceito da Bíblia
Até que ponto Deus é tolerante?
‘DEUS, EMBORA TENDO VONTADE DE DEMONSTRAR O SEU FUROR E DE DAR A CONHECER O SEU PODER, TOLEROU COM MUITA LONGANIMIDADE OS VASOS DO FUROR, FEITOS PRÓPRIOS PARA A DESTRUIÇÃO.’ — ROMANOS 9:22.
NO DECORRER da História, Deus tem tolerado muita maldade e clamorosa crueldade. Mais de 3.000 anos atrás, Jó lamentou: “Por que é que os próprios iníquos continuam vivendo, têm envelhecido, também se tornaram superiores em riqueza? Sua descendência está firmemente estabelecida com eles à sua vista, e seus descendentes, diante dos seus olhos. Suas casas são a própria paz, livres de pavor, e a vara de Deus não está sobre eles.” (Jó 21:7-9) Outros amantes da justiça, como o profeta Jeremias, também ficaram intrigados com a aparente tolerância de Deus para com os maus. — Jeremias 12:1, 2.
Qual é sua opinião a respeito? Fica perplexo com o fato de Deus permitir a perversidade? Acha às vezes que ele devia acabar logo com todos os maus? Veja o que a Bíblia diz sobre os limites da tolerância de Deus e as razões para isso.
Por que Deus é tolerante?
Em primeiro lugar, precisamos perguntar: Por que Deus, que possui os mais elevados padrões de justiça, tolera a maldade? (Deuteronômio 32:4; Habacuque 1:13) Significa isso que ele fecha os olhos à iniqüidade? De forma alguma! Pense na seguinte ilustração: imagine um cirurgião que não respeita os princípios básicos de higiene e que faz os pacientes sofrerem muito em suas mãos. Se ele trabalhasse num hospital, não seria removido rapidamente de sua função? Mas há circunstâncias que requerem tolerância extraordinária. Por exemplo, numa emergência extrema, digamos num campo de batalha, não é verdade que pode ser necessário tolerar que cirurgiões trabalhem em condições primitivas e perigosas, talvez até mesmo usando equipamento e instrumentos cirúrgicos que normalmente se considerariam abaixo do padrão aceitável?
De forma similar, hoje Deus tolera com paciência muitas coisas que considera totalmente inaceitáveis. Embora abomine a maldade, ele está permitindo que ela continue por um tempo — com bons motivos. Por exemplo, isso dá tempo para que as questões cruciais levantadas pela rebelião de Satanás no jardim do Éden sejam resolvidas de uma vez para sempre. Essas questões se relacionam com a justiça e a legitimidade do governo de Deus. Além disso, o fato de ele tolerar com paciência o proceder errado dá tempo e oportunidade para que os maus mudem de proceder.
Deus misericordioso e paciente
Nossos primeiros pais, Adão e Eva, se juntaram a Satanás na rebelião contra Deus. Com isso, Deus tinha todo o direito de destruí-los imediatamente. Mas ele se mostrou misericordioso e paciente, permitindo bondosamente que tivessem filhos. Acontece que esses filhos, e toda a família humana que descendeu deles, nasceram em pecado. — Romanos 5:12; 8:20-22.
O propósito de Deus era resgatar a humanidade de sua condição lastimável. (Gênesis 3:15) No ínterim, porém, visto que ele sabe como a imperfeição herdada de Adão nos afeta, ele mostra muita paciência e misericórdia. (Salmo 51:5; 103:13) Sendo “abundante em benevolência”, ele está pronto e disposto a ‘perdoar amplamente’. — Salmo 86:5, 15; Isaías 55:6, 7.
A tolerância de Deus tem limites
Porém, não seria amoroso nem razoável Deus permitir a perpetuação do erro. Nenhum pai amoroso toleraria para sempre a maldade de um filho que continuasse deliberadamente a causar grande sofrimento a outros membros da família. A paciência de Deus diante do pecado, portanto, sempre será equilibrada com qualidades como o amor, a sabedoria e a justiça. (Êxodo 34:6, 7) Uma vez que a longanimidade de Deus tenha alcançado seu objetivo, ele não mais tolerará a maldade. — Romanos 9:22.
O apóstolo Paulo não deixou dúvidas quanto a isso. Ele disse: “[Deus] permitiu, nas gerações passadas, que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos.” (Atos 14:16) Em outra ocasião, acrescentou que ‘Deus não tomou em conta os tempos de tal ignorância’ da parte dos que desobedeceram as suas leis e princípios. “Agora”, continuou Paulo, “ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam”. Por quê? “Porque ele fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada.” — Atos 17:30, 31.
Beneficie-se agora da tolerância de Deus
É lógico então que ninguém deve pensar que pode ignorar as leis de Deus e depois levianamente pedir o Seu perdão para escapar das conseqüências de suas ações. ( Josué 24:19) Muitos no Israel antigo achavam que podiam fazer isso. Mas não queriam mudar de proceder. Eles desacertaram o objetivo da tolerância e da paciência de Deus. Este, por sua vez, não tolerou para sempre a maldade daquele povo. — Isaías 1:16-20.
A Bíblia mostra que, para evitar o julgamento adverso de Deus, a pessoa precisa ‘arrepender-se’ — isto é, reconhecer com pesar sua condição imperfeita e pecaminosa diante de Deus e daí desviar-se com sinceridade do mal. (Atos 3:19-21) Dessa forma, com base no sacrifício de resgate de Cristo, Jeová Deus concederá perdão. (Atos 2:38; Efésios 1:6, 7) No seu devido tempo, Ele desfará todos os efeitos aflitivos do pecado adâmico. Haverá ‘novos céus e uma nova terra’, onde não mais tolerará “a presença . . . de coisas que pedem para ser destruídas”. (Revelação [Apocalipse] 21:1-5; Romanos 9:22Phillips) Que maravilhoso resultado da tolerância extraordinária — mas não sem limites — demonstrada por Deus!

É justificável Deus empregar a força?

O Conceito da Bíblia
É justificável Deus empregar a força?
O USO mortal da força bruta sempre esteve presente na história do homem. Segundo certa estimativa, aproximadamente 170 milhões de pessoas foram assassinadas no século 20 pelos seus próprios governos. Como a Bíblia acertadamente declara: o homem sempre domina o homem para o seu prejuízo. — Eclesiastes 8:9.
Em vista do mau uso que o homem faz da força bruta, alguns talvez questionem o uso que Deus faz da força para destruir seus inimigos. Afinal, os judeus não atacaram e mataram os habitantes cananeus da Terra Prometida, obedecendo às ordens diretas de Deus? (Deuteronômio 20:16, 17) E não é o próprio Deus quem diz que vai esmiuçar e pôr termo a todos os reinos inimigos? (Daniel 2:44) Algumas pessoas sinceras têm dúvidas quanto a se o uso da força de Deus é sempre justificado.
Abuso da força
É imprescindível entender que a habilidade de usar força é de suma importância para um governo. A administração que não consegue fazer valer seus decretos é, na realidade, inerte. Por exemplo, quantos estariam dispostos a abdicar da proteção fornecida pela polícia, apesar dos conhecidos abusos? E quem, em sã consciência, argumentaria que não é necessário haver um sistema judiciário com meios de fazer valer suas decisões?
Mohandas (Mahatma) Gandhi, que era reconhecido pela sua aversão à violência, declarou certa vez: “Suponhamos que um homem, possuído de fúria e com uma espada na mão, comece a matar todos com quem cruzar pelo caminho. Ninguém ousaria capturá-lo vivo, mas se alguém conseguir matar esse lunático, vai ganhar a gratidão da comunidade e ser considerado benevolente.” De fato, até mesmo Gandhi via a necessidade de usar a força sob determinadas circunstâncias.
É claro que a habilidade de aplicar a força é um elemento necessário em qualquer sociedade estável. Em geral, quando as pessoas condenam o uso da força, estão, na realidade, condenando o abuso dela. — Eclesiastes 4:1-3.
“Todos os seus caminhos são justiça”
Não há registro na história de que Deus um dia tenha abusado do poder. Jeová não é déspota. Ele quer que o adoremos porque o amamos. (1 João 4:18, 19) Aliás, Deus não usa a força se há uma maneira justa de evitá-la. (Jeremias 18:7, 8; 26:3, 13; Ezequiel 18:32; 33:11) E quando ele decide usar a força, ele sempre avisa com suficiente antecedência para que os envolvidos tomem medidas corretivas, se o quiserem. (Amós 3:7; Mateus 24:14) Pode-se dizer que essas são atitudes de um Deus cruel, déspota?
A força de Deus em ação não tem nada a ver com o abuso de poder injustificado por parte de humanos. “Todos os seus caminhos são justiça”, disse Moisés, “Deus de fidelidade e sem injustiça”. (Deuteronômio 32:4) Diferentemente dos governos de tiranos, a maneira de Deus governar não se baseia em ameaças de uso de força. Em todos os casos envolvendo o uso de força, Jeová o fez em harmonia com o seu perfeito amor, sabedoria e justiça. — Salmo 111:2, 3, 7; Mateus 23:37.
Por exemplo, Deus só destruiu os ímpios no Dilúvio depois de terem sido avisados ao longo de muitos anos. Qualquer um podia se beneficiar da proteção da arca e ter sobrevivido, mas só oito fizeram isso. (1 Pedro 3:19, 20; 2 Pedro 2:5) Nos dias de Josué, Israel executava o julgamento de Deus sobre os corruptos cananeus, algo que havia sido predito mais de 400 anos antes! (Gênesis 15:13-21) Durante todo esse período, era impossível que os cananeus não ficassem sabendo que os israelitas eram evidentemente o povo escolhido de Deus. (Josué 2:9-21; 9:24-27) Mesmo assim, com exceção dos gibeonitas, nenhuma nação cananéia buscou a misericórdia, desperdiçando, portanto, a oportunidade de fazer as pazes. Antes, os cananeus decidiram endurecer o coração para com Deus. — Josué 11:19, 20.
Deus detém autoridade
Para começar a entender o uso que Deus faz da força, temos de encarar uma verdade básica em conexão com a nossa situação perante Deus. “Somos o barro e tu és o nosso Oleiro”, reconheceu humildemente o profeta Isaías. (Isaías 64:8) É evidente que, como o Criador do Universo, Deus pode usar a força da maneira que melhor lhe convier. Podemos dizer, assim como Salomão, em reconhecimento da autoridade de Deus: “A palavra do rei é o poder do controle; e quem lhe pode dizer: ‘Que estás fazendo?’” — Eclesiastes 8:4; Romanos 9:20, 21.
Pelo fato de Deus ser o Criador onipotente, somente ele tem o poder de dar e de tirar a vida. Na verdade, o homem não tem a perspectiva correta sobre isso porque lhe falta conhecimento de causa e o direito de questionar a força que Deus usa. O homem precisa aprender a ajustar o seu modo de pensar ao de Deus. “Não são os vossos caminhos que não são acertados?”, perguntou Jeová. — Ezequiel 18:29; Isaías 45:9.
É o senso de justiça de Jeová e seu amor pelas pessoas que o induzirá a eliminar os que abusam do poder e que de maneira violenta passam por cima dos direitos de outros. O uso da força em ação nesse caso específico é que vai estabelecer condições ideais na Terra para todos os amantes da paz. (Salmo 37:10, 11; Naum 1:9) Portanto, o governo de Deus ficará justificado e será vindicado para sempre. — Revelação (Apocalipse) 22:12-15.

Qual é o conceito cristão sobre ofeng shui?

O Conceito da Bíblia
Qual é o conceito cristão sobre ofeng shui?
NA ÁSIA, ele é usado ao se escolher o lugar das sepulturas. Prédios são construídos e decorados segundo seus princípios. Vendem-se e compram-se propriedades com base nele. Em chinês, é conhecido como feng shui, uma forma de geomancia ou augúrio. Na Ásia, o feng shui é conhecido há séculos, mas em anos recentes começou a se popularizar no Ocidente. Alguns arquitetos o usam para projetar arranha-céus, escritórios e casas. Donas-de-casa usam-no para decorar a casa. Dezenas de livros e sites na Internet o promovem e o ensinam.
Por que é cada vez mais popular? Segundo um de seus defensores, o feng shui pode trazer “vida melhor, saúde, casamentos ou parcerias melhores, mais riqueza e paz mental pessoal”. Tudo isso parece muito atraente. Mas exatamente o que é essa prática e como os cristãos devem encará-la?
O que é?
As palavras chinesas feng shui significam literalmente “vento—água”. As origens dessa prática remontam a milhares de anos, quando se desenvolveram muitas das filosofias orientais. Entre essas, estava a crença no chamado equilíbrio entre yin e yang(escuridão e luz, quente e frio, negativo e positivo). O conceito deyin e yang foi combinado com a idéia do ch’i, que literalmente significa “ar” ou “fôlego”. O yin, o yang e o ch’i, bem como os chamados cinco elementos (madeira, terra, água, fogo e metal), são partes integrantes da teoria do feng shui. Os defensores dessa prática acreditam que poderosas linhas de energia percorrem todos os lugares. O objetivo deles é determinar os locais em que as energias, ou ch’i, da terra e do céu se encontram em equilíbrio. Consegue-se isso alterando a própria paisagem ou fazendo mudanças dentro de um prédio situado em determinado lugar. Supõe-se que esse equilíbrio traga boa sorte para os que trabalham ou vivem ali.
Em geral, os mestres de feng shui consultam uma bússola geomântica.* Trata-se de uma pequena bússola magnética colocada no meio do que é basicamente uma carta astrológica. Na bússola há círculos concêntricos atravessados por linhas. A bússola geomântica contém dados sobre constelações, estações e períodos dos ciclos solares. Durante a análise de um lugar ou prédio, fazem-se várias leituras com a bússola. O mestre de feng shui observa onde a agulha da bússola intercepta pontos nas linhas ou círculos externos e, com base nisso, determina o que é necessário para “curar” um lugar.
A topografia da região, cursos de água, encanamentos de esgoto e até a localização das janelas e portas do prédio, entre outras coisas, são levadas em conta ao decidir como deixar o lugar em equilíbrio. Por exemplo, no Canadá, a dona de uma loja pendurou um espelho na porta dos fundos do estabelecimento para “corrigir” o posicionamento das portas. O praticante de geomancia talvez recomende que se mude plantas ou mobília de lugar, que se troque uma foto, acrescentem-se sinos de vento, ou se compre um aquário para trazer equilíbrio a um prédio ou aposento.
O conceito cristão
O interessante é que no catálogo da maioria das bibliotecas os livros sobre feng shui são incluídos na seção de astrologia e adivinhação. De fato, o dicionário Michaelis descreve a geomancia como “pretensa adivinhação por figuras e linhas, que resultam de pontos feitos ao acaso e de círculos traçados sobre a terra”. (O grifo é nosso.) Assim, muitos concordam que o feng shui e outros tipos de geomancia são formas de adivinhação. Envolvem práticas adivinhatórias e espíritas, que não são nenhuma novidade.
Quando os israelitas deixaram o Egito e por fim entraram na terra de Canaã no século 15 AEC, diversas formas de adivinhação eram muito comuns em ambos os países. Por meio de Moisés, Deus disse o que está registrado em Deuteronômio 18:14: “Estas nações que estás desapossando costumavam escutar os que praticam a magia e os que adivinham; mas, quanto a ti, Jeová, teu Deus, não te deu nada disso.” As muitas formas de adivinhação do Egito e de Canaã se originaram na Babilônia antiga. Quando Jeová confundiu a língua das pessoas em Babilônia, elas se espalharam para outros lugares, levando consigo práticas ligadas à adivinhação e ao espiritismo babilônicos. — Gênesis 11:1-9.
Repetidas vezes, Jeová Deus advertiu a Israel com firmeza que não adotasse as práticas adivinhatórias de outras nações, dizendo: “Não se deve achar em ti alguém que . . . empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, . . . Pois, todo aquele que faz tais coisas é algo detestável para Jeová, e é por causa destas coisas detestáveis que Jeová, teu Deus, as expulsa de diante de ti.” (Deuteronômio 18:9-12; Levítico 19:26, 31) Quem praticasse adivinhação deveria ser morto, sem falta. — Êxodo 22:18; Levítico 20:27.
Por que a adivinhação era condenada tão veementemente? Atos 16:16-19 fala de uma mulher que tinha “um demônio de adivinhação”. De fato, a adivinhação está intimamente ligada ao demonismo. Assim, praticar qualquer forma de adivinhação coloca a pessoa em contato com Satanás e seus demônios. Isso pode ser desastroso em sentido espiritual. — 2 Coríntios 4:4.
Alguns estilos populares de decoração e paisagismo, orientais ou ocidentais, talvez tenham sido originalmente influenciados por práticas religiosas falsas como o feng shui. Mas em muitos casos esses estilos perderam totalmente o significado religioso. Por outro lado, usar o feng shui para adivinhar o futuro ou trazer boa  sorte ou saúde seria uma clara violação da lei de Deus. Iria de encontro à ordem clara da Bíblia de não tocar em nada ‘impuro’. — 2 Coríntios 6:14-18.
[Nota(s) de rodapé]
No Ocidente, os praticantes tentaram dar ao feng shui uma aparência mais científica. Alguns até usam computadores para ajudar a analisar lugares geográficos.

As comemorações de ano-novo são próprias para os cristãos?

O Conceito da Bíblia
As comemorações de ano-novo são próprias para os cristãos?
“A TARDE que antecede o ano-novo é uma calmaria fora do comum”, comenta Fernando, um médico brasileiro. “Então, a partir das 11 horas da noite, começa a aparecer uma enxurrada de pacientes com facadas, com ferimentos causados por tiros, jovens que se machucaram em acidentes de carro e mulheres casadas espancadas. O álcool quase sempre está envolvido.”
Tendo em vista os comentários acima, não é de admirar que um jornal brasileiro tenha-se referido ao ano-novo como “o dia internacional da ressaca”. Uma agência de notícias européia observa que “o ano-novo é para os hedonistas leigos” e acrescentou que “trata-se de mais uma rodada na eterna batalha do homem contra as bebidas alcoólicas”.
É verdade que nem todos comemoram o ano-novo bebendo muito e agindo com violência. De fato, muitos têm lembranças agradáveis dessa ocasião. “Quando criança, mal podia esperar pelo ano-novo”, diz Fernando, mencionado anteriormente. “Sempre havia muitos jogos, comida e bebida. À meia-noite, a gente se abraçava, beijava e cumprimentava dizendo: ‘Feliz ano-novo!’”
Da mesma forma, muitas pessoas hoje acham que conseguem comemorar o ano-novo sem exageros. Ainda assim, os cristãos fazem bem em examinar a origem e o significado dessa festa popular. Será que a celebração de ano-novo se choca com os ensinos bíblicos?
Uma olhada no passado
Antigas inscrições indicam que as comemorações de ano-novo datam de 3000 AEC, na Babilônia. Celebrada em meados de março, essa festividade era decisiva. “Nessa ocasião, o deus Marduque resolvia qual seria o destino do país no ano seguinte”, comenta The World Book Encyclopedia. A comemoração do ano-novo dos babilônios durava 11 dias e incluía sacrifícios, procissões e ritos de fertilidade.
Por um tempo, o ano-novo dos romanos também começava em março, mas, em 46 AEC, o imperador Júlio César assinou um decreto estabelecendo o início dele em 1.° de janeiro. Esse dia já era dedicado a Jano, o deus das origens, e a partir daí também marcaria o início do ano romano. A data havia mudado, mas o clima de festa continuava. A Cyclopedia de McClintock e Strong relata que, em 1.° de janeiro, as pessoas “entregavam-se a intemperança e a várias formas de superstições pagãs”.
Ritos supersticiosos têm seu lugar nas comemorações de ano-novo até nos dias de hoje. Por exemplo, em algumas regiões da América do Sul, as pessoas saúdam o ano-novo apoiadas apenas no pé direito. Outros tocam buzinas e soltam rojões. Segundo um costume tcheco, come-se sopa de lentilhas no ano-novo, ao passo que a tradição eslovaca dita que se deve colocar dinheiro ou escamas de peixe debaixo da toalha de mesa. Esses rituais, cujo objetivo é espantar a má sorte e garantir a prosperidade, simplesmente perpetuam a antiga crença de que a virada do ano é uma ocasião para decidir destinos.
O que a Bíblia diz sobre isso
A Bíblia alerta os cristãos a ‘andar decentemente, não em festanças e em bebedeiras’.* (Romanos 13:12-14; Gálatas 5:19-21; 1 Pedro 4:3) Visto que as comemorações de ano-novo se enquadram exatamente nos excessos que a Bíblia condena, os cristãos não participam nessas festividades. Isso não quer dizer que são uns “desmancha-prazeres”. Muito pelo contrário, eles sabem que a Bíblia diz diversas vezes aos adoradores de Deus que se alegrem, e por vários motivos. (Deuteronômio 26:10, 11; Salmo 32:11; Provérbios 5:15-19; Eclesiastes 3:22; 11:9) A Bíblia também reconhece que a comida e a bebida andam de mãos dadas com a alegria. — Salmo 104:15; Eclesiastes 9:7a.
No entanto, conforme já observamos, as comemorações de ano-novo estão arraigadas em costumes pagãos. A adoração falsa é impura e detestável do ponto de vista de Jeová e os cristãos rejeitam costumes que têm essas origens. (Deuteronômio 18:9-12; Ezequiel 22:3, 4) O apóstolo Paulo escreveu: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial?” Ele tinha bons motivos para acrescentar: “Cessai de tocar em coisa impura.” — 2 Coríntios 6:14-17a.
Os cristãos se dão conta de que participar em ritos supersticiosos não garante felicidade nem prosperidade — especialmente porque esse tipo de celebração incorre no desfavor de Deus. (Eclesiastes 9:11; Isaías 65:11, 12) Além do mais, a Bíblia adverte os cristãos a serem moderados e equilibrados na conduta. (1 Timóteo 3:2, 11) É claro que seria impróprio para alguém que alega seguir os ensinamentos de Cristo participar em comemorações que se caracterizam por excessos.
Por mais atraentes e agradáveis que pareçam ser as comemorações de ano-novo, a Bíblia nos exorta a ‘cessar de tocar em coisa impura’ e a ‘purificarmo-nos de toda imundície da carne e do espírito’. Para os que lhe obedecem, Jeová oferece a calorosa garantia: “Eu vos acolherei. . . . Eu serei pai para vós e vós sereis filhos e filhas para mim.” (2 Coríntios 6:17b-7:1) De fato, ele promete bênçãos eternas e prosperidade a todos os que são leais a ele. — Salmo 37:18, 28; Revelação (Apocalipse) 21:3, 4, 7.
[Nota(s) de rodapé]
Quando Paulo se referiu a ‘festanças e bebedeiras’, ele talvez estivesse falando também das comemorações de ano-novo, visto que já eram populares em Roma no primeiro século.

Quem é Miguel, o arcanjo?

O Conceito da Bíblia
Quem é Miguel, o arcanjo?
DE ACORDO com a Bíblia, há milhões de criaturas angélicas que habitam o domínio espiritual. (Daniel 7:9, 10; Revelação [Apocalipse] 5:11) Do início ao fim, as Escrituras fazem centenas de referências aos anjos que permanecem leais a Deus. Mas apenas duas dessas criaturas espirituais são mencionadas por nome. Uma é o anjo Gabriel, que comunicou pessoalmente mensagens de Deus a três pessoas, em um período de cerca de 600 anos. (Daniel 9:20-22; Lucas 1:8-19, 26-28) O outro anjo mencionado por nome na Bíblia é Miguel.
Obviamente, Miguel é um anjo de destaque. Por exemplo, no livro de Daniel, faz-se uma descrição de Miguel lutando contra demônios perversos, a favor do povo de Jeová. (Daniel 10:13; 12:1) Na carta inspirada de Judas, Miguel enfrenta Satanás em uma disputa sobre o corpo de Moisés. (Judas 9) O livro de Revelação mostra que Miguel guerreia contra Satanás e seus demônios, lançando-os fora do céu. (Revelação 12:7-9) Nenhum outro anjo é retratado com tão grande poder e autoridade sobre os inimigos de Deus. É natural, portanto, que a Bíblia se refira apropriadamente a Miguel como “o arcanjo”. O prefixo “arc” (ou arqu[e/i]-) significa “o chefe”, ou “o principal”.
Quem é Miguel?
As religiões da cristandade, bem como o judaísmo e o islamismo, têm idéias divergentes quando o assunto são anjos. Algumas explanações são vagas. Por exemplo, The Anchor Bible Dictionarydeclara: “Pode haver um único anjo superior e/ou um grupo pequeno de arcanjos (em geral quatro ou sete).” De acordo comThe Imperial Bible-Dictionary (Dicionário Bíblico Imperial), Miguel é o “nome de um ser sobre-humano, a respeito de quem tem havido, em geral, duas opiniões divergentes: ou ele é o Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, ou é um dos chamados sete arcanjos”.
 Segundo a tradição judaica, esses sete arcanjos são: Gabriel, Jeremiel, Miguel, Raguel, Rafael, Sariel e Uriel. O islamismo, porém, acredita em quatro arcanjos: Jibril, Mical, Izrail e Israfil. O catolicismo também acredita em quatro arcanjos: Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel. E a Bíblia, o que diz? Existem vários arcanjos?
A resposta da Bíblia
Além de Miguel, nenhum outro arcanjo é mencionado na Bíblia. As Escrituras não usam o termo “arcanjo” no plural. A Bíblia descreve Miguel como o arcanjo, indicando que somente ele tem essa designação. Assim, é razoável concluir que Jeová Deus delegou a uma, e somente uma, de suas criaturas celestiais plena autoridade sobre todos os outros anjos.
Além do próprio Criador, fala-se de apenas uma pessoa fiel que tem anjos em sujeição — Jesus Cristo. (Mateus 13:41; 16:27; 24:31) O apóstolo Paulo fez menção específica do “Senhor Jesus” e “seus anjos poderosos”. (2 Tessalonicenses 1:7) E Pedro descreveu o ressuscitado Jesus, ao dizer: “Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e foram-lhe sujeitos anjos, e autoridades, e poderes.” — 1 Pedro 3:22.
Embora não haja nenhuma declaração na Bíblia que identifique categoricamente Miguel, o arcanjo, como Jesus, há um versículo que faz ligação de Jesus com o cargo oficial de arcanjo. Em sua carta aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo profetizou: “O próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro.” (1 Tessalonicenses 4:16) Nesse versículo, Jesus é descrito como tendo assumido o poder qual Rei messiânico de Deus. Mas ele fala “com voz de arcanjo”. Observe também que ele tem o poder para levantar os mortos.
Quando esteve na Terra como humano, Jesus ressuscitou várias pessoas. Ao fazer isso, ele usou a voz para pronunciar chamadas dominantes. Por exemplo, quando ressuscitou o filho de uma viúva da cidade de Naim, ele disse: “Jovem, eu te digo: Levanta-te!” (Lucas 7:14, 15) Mais tarde, antes de ressuscitar seu amigo Lázaro, Jesus “clamou com voz alta: ‘Lázaro, vem para fora!’”. ( João 11:43) Mas nessas ocasiões, a voz de Jesus era a de um homem perfeito.
Depois de sua própria ressurreição, Jesus foi enaltecido “a uma posição superior” no céu, como criatura espiritual. (Filipenses 2:9) Não sendo mais humano, ele tem a voz de arcanjo. Portanto, quando a trombeta de Deus soou a chamada para ‘os que estavam mortos em união com Cristo’ serem levantados e levados para o céu, Jesus emitiu “uma chamada dominante”, desta vez “com voz de arcanjo”. É razoável concluir que somente um arcanjo chamaria “com voz de arcanjo”.
Há outras criaturas angélicas de ordem superior, como os serafins e os querubins. (Gênesis 3:24; Isaías 6:2) Mas as Escrituras apontam para o ressuscitado Jesus Cristo como o mais importante de todos os anjos — Miguel, o arcanjo.