sexta-feira, 25 de outubro de 2013

É sempre ruim ter sentimento de culpa?

O Conceito da Bíblia
É sempre ruim ter sentimento de culpa?
MUITAS pessoas hoje encaram o sentimento de culpa como algo indesejável. Elas concordam com o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que disse: “A culpa é a pior doença que pode acometer um homem.”
Mas alguns pesquisadores agora estão chegando a uma conclusão diferente. “Sem sentimento de culpa, a pessoa se torna desprovida de sensibilidade e responsabilidade”, diz Susan Forward, doutora em Filosofia e terapeuta e escritora de renome internacional. “É um mecanismo da consciência.” Assim sendo, será que é sempre ruim ter sentimentos de culpa? Existem algumas situações em que o sentimento de culpa é benéfico?
O que é sentimento de culpa?
A culpa é um sentimento que surge quando nos damos conta de que magoamos alguém de quem gostamos, ou quando não vivemos à altura dos padrões que achamos que devíamos seguir. Como diz certa obra de referência, a culpa se relaciona com “a cobrança que a pessoa faz de si mesma por ter cometido uma falha, ofensa, crime ou pecado”.
Nas Escrituras Hebraicas, a culpa estava associada com a falha do israelita de viver à altura da Lei de Deus — mais da metade das referências a ela na Bíblia se encontra nos livros de Levítico e Números. Curiosamente, a palavra aparece pouquíssimas vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. Mas nas raras ocasiões em que ocorre, ela também se relaciona com ofensas graves contra Deus. — Marcos 3:29; 1 Coríntios 11:27.
Pode acontecer também de nos sentirmos culpados sem que haja motivos reais para isso. Por exemplo, se a pessoa é perfeccionista e costuma estabelecer padrões elevados demais para si mesma, cada desapontamento pode gerar um sentimento de culpa infundado. (Eclesiastes 7:16) Ou podemos permitir que um justificado sentimento de remorso devido a um erro ou a uma transgressão se intensifique a tal ponto que se transforma em sentimentos aflitivos, e acabamos punindo a nós mesmos desnecessariamente. Assim sendo, como o sentimento de culpa pode nos beneficiar?
O sentimento de culpa pode ser benéfico
O sentimento de culpa pode ser benéfico de pelo menos três maneiras. Em primeiro lugar, ele sinaliza que estamos cientes de quais são os padrões aceitáveis. Mostra que a nossa consciência não é insensível. (Romanos 2:15) De fato, um livro publicado pela Associação Psiquiátrica Americana encara a ausência de sentimentos de culpa como comportamento socialmente perigoso. Pessoas com consciência aviltada ou calejada não conseguem enxergar a diferença entre o certo e o errado, o que é muito perigoso. — Tito 1:15, 16.
Em segundo lugar, o peso na consciência pode nos ajudar a evitar comportamentos indesejáveis. Assim como uma dor física nos alerta contra um possível problema de saúde, a dor emocional ligada à culpa nos alerta a um problema moral ou espiritual que precisa de nossa atenção. Uma vez que nos tenhamos conscientizado de certa fraqueza, tomamos mais cuidado para não ferir novamente a nós mesmos, às pessoas que amamos ou a outros. — Mateus 7:12.
Finalmente, confessar a culpa pode ajudar tanto o ofensor como a parte que foi lesada. O sentimento de culpa do Rei Davi, por exemplo, foi acompanhado de uma intensa aflição emocional. “Quando fiquei calado, meus ossos se gastaram por eu gemer o dia inteiro”, escreveu ele. Mas quando finalmente confessou seu pecado a Deus, ele cantou com alegria: “Cercar-me-ás de brados alegres ao pôr-me a salvo.” (Salmo 32:3, 7) A confissão pode fazer com que até mesmo a parte ofendida se sinta melhor porque a admissão da culpa pode assegurá-la de que a pessoa que errou a ama o suficiente para lamentar ter causado tanta mágoa. — 2 Samuel 11:2-15.
Conceito equilibrado sobre sentimentos de culpa
Para que possamos ter um conceito equilibrado sobre o sentimento de culpa, observe o nítido contraste na maneira em que Jesus e os fariseus encaravam os pecadores e o pecado. Em Lucas 7:36-50, lemos a respeito de uma mulher imoral que entrou na casa de um fariseu onde Jesus estava jantando. Ela se aproximou de Jesus, lavou-lhe os pés com as lágrimas e os perfumou com óleo dispendioso.
O fariseu religioso olhou com desprezo para a mulher como indigna de merecer sua atenção. Ele pensou: “Este homem [Jesus], se fosse profeta, saberia quem e que espécie de mulher é que o toca, que ela é pecadora.” (Lucas 7:39) Jesus rapidamente corrigiu o seu conceito. “Tu não untaste a minha cabeça com óleo”, disse ele. “Mas esta mulher untou os meus pés com óleo perfumado. Em virtude disso, eu te digo que os pecados dela, embora sejam muitos, estão perdoados, porque ela amou muito.” Sem dúvida, essas palavras bondosas animaram aquela mulher e aliviaram-lhe o coração. — Lucas 7:46, 47.
Jesus de forma alguma estava desculpando a imoralidade. Ao contrário, ele estava ensinando ao orgulhoso fariseu que o amor é a maior motivação para servir a Deus. (Mateus 22:36-40) Sem dúvida alguma, era apropriado que a mulher se sentisse culpada devido ao seu passado imoral. A maneira de ela agir evidenciou que ela estava arrependida, pois ela chorou, não procurou justificar sua conduta anterior e honrou a Jesus em público. Vendo isso, Jesus lhe disse: “Tua fé te salvou; vai em paz.” — Lucas 7:50.
Por outro lado, o fariseu continuou a desprezá-la como pecadora. Talvez ele quisesse dar a entender que ela teria de prestar contas a Deus e quisesse fazer com que ela se sentisse envergonhada. Mas constantemente tentar fazer com que outros se sintam culpados quando eles nem sempre fazem as coisas como achamos que deveriam é desamoroso e, em longo prazo, contraproducente. (2 Coríntios 9:7) A melhor coisa é imitar a Jesus — dar o exemplo correto, elogiar com sinceridade e expressar confiança nas pessoas mesmo que às vezes talvez haja necessidade de repreensão e conselhos. — Mateus 11:28-30; Romanos 12:10; Efésios 4:29.
O sentimento de culpa, portanto, pode ser benéfico, até necessário, caso tenhamos feito algo errado. Provérbios 14:9 diz: “Os tolos pecam e não se importam.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje) A consciência pesada pode e deve nos mover a confessar o erro e tomar outras medidas corretivas. No entanto, a razão básica para servirmos a Jeová deve ser o amor, não o sentimento de culpa. (Jó 1:9-11; 2:4, 5) A Bíblia nos assegura de que, quando pessoas de bom coração são encorajadas e reanimadas com esse conceito em mente, elas farão tudo ao seu alcance para agradar a Deus. Mais importante, farão isso com alegria.

Os cristãos podem contar com a proteção divina?

O Conceito da Bíblia
Os cristãos podem contar com a proteção divina?
A Bíblia faz muitas referências à capacidade de Deus de proteger seus servos. O Rei Davi disse: “Socorre-me dos homens maus, ó Jeová; que tu me resguardes mesmo do homem de atos de violência.” (Salmo 140:1) Hoje há muitos servos de Deus que enfrentaram violência, crime ou desastres naturais e mal conseguiram escapar vivos e sem ferimentos. Surge a pergunta: Foi um milagre da parte de Deus que os protegeu nessas ocasiões? Isso porque há outros casos de pessoas tementes a Deus que não conseguiram escapar ilesas. Sofreram grandes tragédias e em alguns casos até mesmo chegaram a ter uma morte violenta.
SERÁ que Jeová Deus protege a alguns e não a outros? Podemos contar com milagres quando nos deparamos com violência, acidentes ou calamidades?
Relatos bíblicos falam de proteção milagrosa
A Bíblia relata muitos casos em que Deus interveio a favor de seus servos. (Isaías 38:1-8; Atos 12:1-11; 16:25, 26) Mas também menciona outras ocasiões em que Jeová não socorreu os seus servos e eles tiveram um fim trágico. (1 Reis 21:1-16; Atos 12:1, 2; Hebreus 11:35-38) Isso dá a entender que é Jeová quem decide quando proteger alguém por uma ou outra razão. Assim o cristão que não escapar de uma provação, mas tiver de enfrentá-la, não deve concluir que Deus o abandonou. Temos de ser realistas. Coisas ruins vão acontecer até mesmo a servos fiéis de Jeová. Mas por quê?
Por que acontecem coisas ruins aos servos fiéis de Deus?
Uma razão é que todos nós herdamos o pecado e a imperfeição de Adão e Eva. Então, todos estamos sujeitos a dor, sofrimento e morte. (Romanos 5:12; 6:23) Outra razão é que vivemos nos últimos dias. A Bíblia descreve as pessoas de nossos dias como sendo ‘sem afeição natural, não dispostas a acordos, caluniadoras, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade’. (2 Timóteo 3:1-5) Prova disso são os incidentes de estupro, seqüestro, assassinato e outros crimes brutais.
Muitos servos fiéis de Deus vivem e trabalham entre pessoas violentas e às vezes acontece de se tornarem suas vítimas. Podemos nos ver numa situação de vida e morte simplesmente por estarmos no lugar errado na hora errada. Essa é a realidade expressa por Salomão: “O tempo e o imprevisto sobrevêm a todos.” — Eclesiastes 9:11.
Outro fator, segundo o apóstolo Paulo, é que os cristãos são alvo de perseguição devido à adoração que prestam a Deus. Ele disse: “De fato, todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12) E em anos recentes essa é a realidade em muitos países.
Em vista disso, pessoas tementes a Deus não estão livres dos efeitos da violência, do crime, de desastres naturais e de acidentes fatais. No passado, Satanás argumentou que Jeová coloca como que uma sebe, ou cerca, em volta de seu povo para que não lhe aconteça nada de mau. (Jó 1:9, 10) Mas não é bem assim. De uma coisa, contudo, podemos ter certeza: só porque às vezes Jeová não livra com um milagre os seus servos em dificuldades não quer dizer que ele não os esteja protegendo.
Como Jeová protege seu povo hoje
É por meio de sua Palavra que Jeová fornece orientação divina para proteger seu povo. Com espiritualidade e conhecimento da Bíblia, a pessoa passa a ter bom critério e sensatez. Aprende a evitar cometer erros desnecessários e a tomar decisões acertadas. (Salmo 38:4; Provérbios 3:21; 22:3) Exemplo disso é como os cristãos se poupam de muitos problemas por acatar os conselhos da Bíblia sobre a ganância, a ira, a violência e a moral em relação ao sexo. Também pelo fato de evitarem ter amizade com pessoas de má índole ficam menos sujeitos a estar em locais perigosos — no lugar errado, na hora errada. (Salmo 26:4, 5; Provérbios 4:14) Os que seguem os princípios bíblicos têm uma vida de qualidade bem superior, muitas vezes resultando em melhor saúde mental e física.
Como é bom saber que mesmo permitindo que aconteçam coisas ruins a seus servos, Deus lhes dará a força necessária para suportá-las! O apóstolo Paulo nos assegura: “Deus é fiel, e ele não deixará que sejais tentados além daquilo que podeis agüentar, mas, junto com a tentação, ele proverá também a saída, a fim de que a possais agüentar.” (1 Coríntios 10:13) A Bíblia também promete “poder além do normal” para nos ajudar a suportar tragédias. — 2 Coríntios 4:7.
Deus age segundo a sua vontade
Todas as vezes que surgir uma calamidade, os cristãos poderão esperar ser poupados por um milagre da parte de Deus? O registro bíblico não apóia essa idéia.
É claro que, se Jeová quiser, ele poderá intervir diretamente a favor de qualquer um de seus servos. E se alguém crê que foi livrado de uma tragédia por intervenção divina, não cabe a nós criticá-lo. Por outro lado, se Jeová não intervier, a pessoa não deve achar que ele não gosta dela.
Tenhamos confiança de que, como servos fiéis de Jeová, não importa a provação ou a situação que enfrentemos, ele sempre nos protegerá. Como? Removendo o problema, nos dando forças para suportá-lo ou, caso venhamos a morrer, nos ressuscitando para a vida eterna no seu novo mundo. — Salmo 37:10, 11, 29; João 5:28, 29.

Deus aprova as guerras?

O Conceito da Bíblia
Deus aprova as guerras?
QUANTAS vezes governantes, generais e até mesmo clérigos declararam ou apoiaram guerras em nome de Deus! Em 1095, com as bênçãos do Papa Urbano II, a Primeira Cruzada partiu com a missão de retomar Jerusalém, a “Cidade Santa”. O objetivo era devolvê-la ao domínio da cristandade. Mas antes de conseguirem atingir seu objetivo, um grupo deles foi dizimado pelos turcos, cujo fervor por Alá não ficava atrás da fé dos cruzados na Trindade.
Em agosto de 1914, enquanto lutava na Primeira Guerra Mundial, um jovem alemão escreveu do acampamento militar: “Se existe justiça e se é Deus quem traça o rumo da História — fato de que eu tenho absoluta certeza — sairemos vitoriosos.” Naquele mesmo mês, o czar Nicolau II enviou os exércitos da Rússia para lutar contra a Alemanha, proclamando: “Envio os mais sinceros cumprimentos às minhas valentes tropas e a meus nobres aliados. Deus está do nosso lado!”
Com esse incentivo, milhões de soldados foram à batalha certos de que tinham o apoio de Deus. Muitos acham que Deus permite as guerras como preço a ser pago pela liberdade e procuram apoiar seu argumento referindo-se às guerras citadas nas Escrituras Hebraicas (conhecidas como Velho Testamento). Será que essas pessoas estão interpretando corretamente a Palavra de Deus?
Guerras do Israel antigo
Jeová Deus decretou que Israel travasse guerras para expulsar os depravados cananeus da Terra Prometida. (Levítico 18:1, 24-28; Deuteronômio 20:16-18) Ele usou a nação de Israel como instrumento de execução, da mesma forma que usara o Dilúvio nos dias de Noé e fogo no caso de Sodoma e Gomorra para punir os malfeitores. — Gênesis 6:12, 17; 19:13, 24, 25.
De acordo com a Bíblia, Israel travou outras batalhas sob a direção de Deus, em geral em resposta a ameaças inimigas. Quando a nação obedecia a Jeová, as batalhas eram bem-sucedidas. (Êxodo 34:24; 2 Samuel 5:17-25) Mas as conseqüências eram desastrosas quando eles presunçosamente iam à guerra desobedecendo ordens divinas. Veja o caso do Rei Jeroboão. Desconsiderando um aviso profético direto, ele mandou seu enorme exército numa guerra civil contra Judá. Quando a desastrosa batalha finalmente chegou ao fim, Jeroboão havia perdido 500.000 soldados. (2 Crônicas 13:12-18) Até mesmo o fiel Rei Josias certa vez participou de uma batalha que não era dele. Sua decisão precipitada lhe custou a vida. — 2 Crônicas 35:20-24.
O que nos ensinam esses eventos? Aprendemos que, no Israel antigo, era Deus quem decidia se uma batalha devia ser travada ou não. (Deuteronômio 32:35, 43) As guerras que ele ordenou que seu povo travasse tinham objetivos específicos. É bom lembrar que esses objetivos há muito foram cumpridos. Além do mais, Jeová predisse que aqueles que o servissem ‘na parte final dos dias forjariam das suas espadas relhas de arado e não aprenderiam mais a guerra’. (Isaías 2:2-4) Torna-se claro que as guerras bíblicas não justificam os conflitos atuais, pois nenhum deles é travado sob a orientação ou a ordem de Deus.
O efeito dos ensinos de Jesus
Enquanto estava na Terra, Jesus ensinou que devemos substituir o ódio pelo amor altruísta. Ele ordenou: ‘Amai uns aos outros, assim como eu vos amei.’ (João 15:12) Ele também declarou “felizes os pacíficos”. (Mateus 5:9) Nessa passagem a palavra grega para “pacíficos” significa muito mais do que um estado de tranqüilidade. Significa realmente cultivar a paz, promovê-la ativamente.
Quando Jesus foi preso, o apóstolo Pedro tentou defendê-lo com uma arma letal. Mas o Filho de Deus o repreendeu, dizendo: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” (Mateus 26:52) Como os cristãos do primeiro século entendiam essas palavras? Observe as seguintes citações.
“Uma cuidadosa análise de toda a informação disponível mostra que, até o tempo de Marco Aurélio [121-180 EC], nenhum cristão se tornou soldado, e nenhum soldado, depois de tornar-ser cristão, permaneceu no serviço militar.” — The Rise of Christianity (A Ascensão do Cristianismo).
O comportamento dos [primeiros] cristãos era muito diferente do [comportamento] dos romanos. . . . Visto que Cristo havia pregado a paz, [os cristãos] recusavam-se a tornar-se soldados.” — Our World Through the Ages (Nosso Mundo no Decurso das Eras).
Uma vez que os discípulos de Cristo se recusavam a servir nas legiões do imperador, os romanos entregaram muitos deles à morte. Por que os cristãos mantiveram uma postura tão impopular? Porque Jesus lhes ensinou a ser pacificadores.
Guerras atuais
Imagine que situação mais aflitiva e trágica se os seguidores de Cristo fossem lutar em dois exércitos oponentes, tentando eliminar-se mutuamente. Isso iria contra os princípios cristãos. Realmente, os que obedecem ao Deus da Bíblia jamais causariam dano aos seus semelhantes — nem mesmo a seus inimigos.* — Mateus 5:43-45.
Está claro que Deus não abençoa as guerras que são travadas hoje. Sendo pacíficos, os verdadeiros cristãos promovem a paz que será estabelecida no mundo todo sob o Reino de Deus.
[Nota(s) de rodapé]
A Bíblia fala do “Har-Magedon”, também chamado de “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. Isso se refere, não às guerras humanas, mas à destruição seletiva dos malfeitores por parte de Deus. Portanto, o Har-Magedon não pode ser usado como justificativa para as guerras da atualidade, nem para afirmar que elas têm a aprovação de Deus. — Revelação (Apocalipse) 16:14, 16; 21:8.

O que é a fé verdadeira?

O Conceito da Bíblia
O que é a fé verdadeira?
“SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR-LHE BEM, POIS AQUELE QUE SE APROXIMA DE DEUS TEM DE CRER QUE ELE EXISTE E QUE SE TORNA O RECOMPENSADOR DOS QUE SERIAMENTE O BUSCAM.” — HEBREUS 11:6.
O QUE é fé? Para alguns a fé é uma crença religiosa em Deus sem provas sólidas da Sua existência. H. L. Mencken, jornalista americano, definiu fé como “a crença ilógica na ocorrência do improvável”. Será que é esta a fé descrita na Bíblia? É vital entendermos bem o que a fé é, pois segundo as palavras citadas acima, ‘sem fé é impossível agradar a Deus’.
A Bíblia diz: “A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos.” (Hebreus 11:1A Bíblia na Linguagem de Hoje) A fé, portanto, tem base no conhecimento exato, em fatos nos quais podemos nos apoiar a fim de tomarmos decisões corretas. Só a crença não basta, é preciso haver uma razão para crer.
A título de ilustração: você tem um amigo em quem confia. Pode contar com ele, sabe que é uma pessoa de palavra e que, quando você tiver um problema, ele não o abandonará. É claro que você não encara assim uma pessoa que conheceu há um ou dois dias, mas sim alguém que repetidas vezes já mostrou ser de confiança e de palavra. Com a fé religiosa acontece a mesma coisa: ela deve produzir esperança e convicção alicerçadas em evidência sólida e confiável.
Fé ou credulidade?
Muitas vezes a palavra fé é empregada quando na realidade se deveria empregar credulidade, uma prontidão para se acreditar em coisas sem base ou fundamento. A credulidade com freqüência se alicerça em bases instáveis como as emoções e as superstições. A credulidade não é igual à fé visto que não tem um fundamento confiável.
A credulidade pode nos fazer tirar conclusões precipitadas que não estão em harmonia com a verdade bíblica. É por isso que a Bíblia nos adverte contra a fé sem fundamento: “Qualquer inexperiente põe fé em cada palavra, mas o argucioso considera os seus passos.” (Provérbios 14:15) O apóstolo Paulo escreveu: “Certificai-vos de todas as coisas; apegai-vos ao que é excelente.” (1 Tessalonicenses 5:21) A Bíblia é a favor da fé baseada em evidências e não da credulidade.
Distinguir entre a fé verdadeira e a credulidade não é tão simples assim. A pessoa pode ser religiosa e não ter a fé verdadeira. Paulo observou: “A fé não é propriedade de todos.” (2 Tessalonicenses 3:2) Mas existem pessoas que têm essa fé baseada na Bíblia e ela tem efeito na vida delas.
A fé verdadeira vincula o homem a Deus
Pode-se dizer que a fé é uma corrente formada de elos de confiança que vinculam o homem a Deus. Como nós não nascemos com a fé verdadeira, precisamos cultivá-la. Como? A Bíblia explica: “A fé segue à coisa ouvida. Por sua vez, a coisa ouvida vem por intermédio da palavra acerca de Cristo.” — Romanos 10:17.
Isso significa que você precisa dedicar tempo para conhecer a Deus e os ensinos de seu Filho, Jesus Cristo. Adquirir esse conhecimento exige esforço. (Provérbios 2:1-9) Você deve empenhar-se para descobrir o que a Bíblia diz a fim de se convencer de que ela é confiável.
A fé verdadeira, contudo, não se limita apenas a se ter conhecimento ou a se crer que algo é verdade. O coração, a fonte das motivações, também está envolvido. Romanos 10:10 diz: “Com o coração se exerce fé.” Como assim? Ao meditar nas coisas referentes a Deus e aumentar o seu apreço por elas, você permite que a mensagem da Bíblia penetre bem fundo no coração. A sua fé cresce e fica mais forte à medida que as promessas de Deus o motivam e você vê as bênçãos Dele. — 2 Tessalonicenses 1:3.
A fé verdadeira é certamente uma preciosidade! Ela nos ajuda a confiar em Deus ao enfrentarmos situações difíceis, a confiar na sua capacidade de guiar nossos passos e a acreditar na sua disposição de cuidar das nossas necessidades. Além do mais, Jesus Cristo, o Filho de Deus, apontou para um benefício duradouro da fé: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna.” (João 3:16) Vida eterna — que presente maravilhoso para os que têm fé!
Ter fé na promessa de Deus de recompensar seus servos nos dá uma nova perspectiva para a vida. Hebreus 11:6 diz que a fé verdadeira envolve a crença na capacidade de Deus de recompensar os “que seriamente o buscam”. Está bem claro, portanto, que a fé verdadeira não é credulidade e é muito mais do que apenas acreditar que Deus existe. Envolve aceitar o fato de que Deus tem a capacidade de recompensar os que seriamente o buscam. Você quer de coração conhecer a Deus? Se a resposta for sim, então adquira conhecimento exato da Palavra Dele, a Bíblia, e a sua fé será recompensada. — Colossenses 1:9, 10.

Conceito equilibrado sobre costumes populares

O Conceito da Bíblia
Conceito equilibrado sobre costumes populares
“É INCONCEBÍVEL EXISTIR UM PADRÃO DE COMPORTAMENTO QUE NÃO TENHA SIDO CONDENADO EM ALGUMA ÉPOCA E EM ALGUM LUGAR, MAS QUE PASSOU A SER ACEITO COMO REGRA EM OUTRA ÉPOCA E EM OUTRO LUGAR.”
COM essa frase, o historiador irlandês William Lecky resumiu a natureza volúvel do ser humano. O comentário dele também poderia ser aplicado às tradições no decorrer dos anos. Na verdade, muitos costumes que antes eram encarados como fazendo parte do cotidiano, em tempos mais recentes acabaram sendo rejeitados. Não é de se admirar, pois o apóstolo cristão Paulo observou que “está mudando a cena deste mundo”. — 1 Coríntios 7:31.
Sim, a sociedade humana é efêmera e nota-se isso por meio das extensas mudanças nas atitudes e nos hábitos das pessoas. Os cristãos “não fazem parte do mundo”, ou seja, eles se mantêm separados da sociedade humana afastada de Deus. Ainda assim, a Bíblia reconhece que os cristãos vivem “no mundo” e não exige que eles se isolem. Portanto, é vital ter um conceito equilibrado sobre os costumes. — João 17:11, 14-16; 2 Coríntios 6:14-17; Efésios 4:17-19; 2 Pedro 2:20.
O que são costumes?
Costumes são hábitos que as pessoas têm em seu convívio social e que são comuns a um lugar específico ou próprio duma classe de pessoas. Alguns costumes, como as boas maneiras à mesa e regras de etiqueta, talvez tenham surgido duma necessidade de convencionar o comportamento das pessoas em atividades coletivas, permitindo-lhes interagir com respeito e cortesia mútuos. Nesses casos, as boas maneiras podem ser comparadas a um lubrificante nas engrenagens do relacionamento humano.
Os costumes têm recebido uma influência maciça da religião. Muitos deles, na verdade, originaram-se de superstições e também de noções antibíblicas sobre religião. Por exemplo, o costume de dar flores a uma pessoa enlutada pode ter sua origem numa superstição religiosa.* Também, pensava-se que a cor azul — sempre associada a um bebê do sexo masculino — afugentasse os demônios. O rímel servia de proteção contra o mau-olhado, ao passo que o batom era usado para evitar que os demônios entrassem pela boca da mulher e a possuíssem. Mesmo o costume inofensivo de cobrir a boca com a mão ao bocejar pode ter surgido da idéia de que a alma da pessoa escaparia através da boca aberta. No entanto, ao longo do tempo, o vínculo com a religião sumiu e essas práticas e costumes não têm mais conotação religiosa.
O receio dos cristãos
Quando um cristão tem de decidir se adere ou não a certo costume, sua principal preocupação deve ser: qual é o conceito de Deus expresso na Bíblia? No passado, Deus condenou determinadas práticas que eram toleradas em alguns lugares, o que incluía o sacrifício de crianças, o mau uso do sangue e várias práticas sexuais. (Levítico 17:13, 14; 18:1-30; Deuteronômio 18:10) Do mesmo modo, alguns costumes comuns hoje obviamente não estão em harmonia com os princípios bíblicos. Entre eles estão as tradições associadas a feriados religiosos — Natal, Páscoa, etc. — ou a práticas supersticiosas relacionadas com o espiritismo.
E os costumes que antes estavam relacionados com práticas questionáveis mas hoje são encarados apenas como formalidade? Por exemplo, muitos costumes populares numa cerimônia de casamento — troca de alianças, bolo, etc. — podem ter tido origem pagã. Significa então que os cristãos estão proibidos de aderir a esses costumes? Será que eles precisam fazer uma análise meticulosa de todos os costumes da comunidade para verificar se em algum lugar ou em alguma época esses costumes tiveram conotação antibíblica?
Paulo frisou que “onde estiver o espírito de Jeová, ali há liberdade”. (2 Coríntios 3:17; Tiago 1:25) Deus quer que usemos essa liberdade, não como induzimento para desejos carnais, mas para treinar as faculdades perceptivas a fim de distinguir o certo do errado. (Gálatas 5:13; Hebreus 5:14; 1 Pedro 2:16) Por isso, nos assuntos em que não há nenhuma violação clara dos princípios bíblicos, as Testemunhas de Jeová não criam regras inflexíveis. Em vez disso, os cristãos devem avaliar as circunstâncias do momento e tomar uma decisão por conta própria.
Buscar a vantagem do próximo
Então, isso significa que é sempre correto aderir a certo costume desde que não viole diretamente os princípios bíblicos? Não. (Gálatas 5:13) Paulo mencionou que o cristão deve buscar não só a sua própria vantagem, “mas a dos muitos”. Deve também ‘fazer todas as coisas para a glória de Deus’ e não se tornar causa de tropeço. (1 Coríntios 10:31-33) Dessa forma, alguém que procura a aprovação de Deus talvez queira perguntar-se: ‘como os outros encaram esse costume? A comunidade o relaciona com algum significado questionável? Aderir a esse costume daria a entender que eu estou de acordo com práticas ou idéias que desagradam a Deus?’ — 1 Coríntios 9:19, 23; 10:23, 24.
Mesmo que talvez sejam inofensivos, alguns costumes podem ser praticados na localidade duma forma que vai de encontro com os princípios bíblicos. Por exemplo, em ocasiões específicas, dar flores pode assumir um significado especial que entra em choque com os ensinos da Bíblia. Então, qual deve ser a preocupação primária do cristão? Apesar de talvez existirem razões para se examinar a origem dum costume específico, há casos em que é mais importante levar em conta o que o costume significa para as pessoas na época e no local onde o cristão está morando agora. Se o costume assumir conotações quer antibíblicas quer de outro modo negativas durante um período específico do ano ou sob outras circunstâncias, os cristãos podem optar sabiamente por evitá-lo naquela época.
Paulo orou para que os cristãos aumentassem em amor com conhecimento exato e pleno discernimento. Quando mantêm um conceito equilibrado sobre costumes populares, os cristãos ‘se certificam das coisas mais importantes para que sejam sem defeito e não façam outros tropeçar’. (Filipenses 1:9, 10) Paralelamente, eles permitem que sua ‘razoabilidade seja conhecida de todos os homens’. — Filipenses 4:5.
[Nota(s) de rodapé]
Segundo alguns antropólogos, o buquê de flores às vezes era usado como oferta para os mortos a fim de evitar que eles perturbassem os vivos.