sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Esportes radicais — Vale a pena correr o risco?

O Conceito da Bíblia
Esportes radicais — Vale a pena correr o risco?
“HOJE EM DIA, CADA VEZ MAIS PESSOAS DEIXAM DE SER MEROS ESPECTADORES PARA PARTICIPAR DE ESPORTES COMO PÁRA-QUEDISMO, RAPEL, CANOAGEM E MERGULHO COM TUBARÕES.” — JORNAL THE WILLOW GLEN RESIDENT.
ESSE comentário descreve uma tendência cada vez mais comum nos esportes. O aumento significativo na popularidade de atividades como pára-quedismo acrobático, escalar montanhas de gelo, paragliding e BASE jumping* reflete um mundo fascinado com o perigo. Os aficionados dos snowboards, mountain bikes, skateboards e skates in-line também estão sempre procurando quebrar o seu próprio recorde por tentar conquistar as montanhas mais altas, descer os penhascos mais íngremes e dar os saltos de maior distância. Segundo a revista Time, a crescente popularidade dos “esportes radicais” — esportes em que os participantes assumem grandes riscos — destaca a ânsia de milhões de chegar ao “limite, onde o perigo, a habilidade e o medo se combinam para proporcionar aos guerreiros de fim de semana e aos atletas profissionais a emoção de alcançar o desempenho máximo”.
Mas o aumento da popularidade vem acompanhado de aumentos do custo. Cada vez mais pessoas ficam feridas quando esportes relativamente seguros são levados a extremos. Nos Estados Unidos, durante o ano de 1997, o aumento no número dos que foram parar em um pronto-socorro devido a ferimentos causados por skateboarding, snowboarding e escalar montanhas foi de mais de 33%, 31% e 20%, respectivamente. No caso de outros esportes, os resultados são ainda mais dramáticos, como se evidencia no crescente número de mortes relacionadas com esportes radicais. Os defensores desses esportes estão cientes dos perigos. Certa mulher que participa de esqui radical diz: “A idéia da morte sempre me persegue.” Um snowboarder profissional resume o assunto por dizer que, “se você não se machuca, é porque não está se esforçando o suficiente”.
Em vista do que consideramos, como o cristão deve encarar a participação em tais atividades? Como a Bíblia pode nos ajudar a decidir se devemos participar de esportes radicais? Considerarmos qual é o conceito de Deus sobre a santidade da vida nos ajudará a responder a essas perguntas.
O conceito de Deus sobre a vida
A Bíblia nos diz que Jeová é “a fonte da vida”. (Salmo 36:9) Ele não só criou a humanidade, mas também teve todo o cuidado de nos dar tudo o que é necessário para usufruir a vida. (Salmo 139:14; Atos 14:16, 17; 17:24-28) É razoável, portanto, concluir que ele espera que cuidemos do que nos deu com tanta bondade. As leis e os princípios fornecidos à nação de Israel nos ajudam a avaliar isso.
A Lei mosaica requeria que a pessoa tomasse medidas para proteger a vida de outros. Se isso fosse negligenciado e se perdesse uma vida, a pessoa que poderia ter evitado a tragédia teria culpa de sangue. Por exemplo, o proprietário de uma casa tinha de construir um parapeito (uma mureta ou grade) no terraço de sua casa. Se isso não fosse feito e alguém caísse do terraço e morresse, a família teria culpa de sangue. (Deuteronômio 22:8) Se um touro inesperadamente escornasse e matasse uma pessoa, o dono do touro não seria considerado responsável. Mas suponhamos que o touro fosse conhecido como perigoso e o dono, embora alertado a respeito, não tivesse tomado as devidas precauções de prendê-lo. Nesse caso, se o touro escorneasse alguém, o dono teria culpa de sangue e poderia ser morto. (Êxodo 21:28, 29) Visto que a vida é preciosa para Jeová, sua Lei refletia grande respeito pela preservação e proteção da vida.
Os servos fiéis de Deus entendiam que esses princípios se aplicavam também a assumir riscos. Certo relato bíblico diz que Davi expressou o desejo de “beber da água da cisterna de Belém”, cidade que na época estava sob o controle dos filisteus. Ao ouvirem Davi expressar esse desejo, três dos seus guerreiros abriram caminho no acampamento dos filisteus, tiraram água da cisterna de Belém e a trouxeram a Davi. Qual foi a sua reação? Ele não quis beber da água, mas a derramou no chão, dizendo: “Da minha parte, no que se refere ao meu Deus, é inconcebível fazer isso! Beberia eu o sangue destes homens que arriscaram as suas almas? Porque foi arriscando as suas almas que a trouxeram.” (1 Crônicas 11:17-19) Para Davi era inconcebível arriscar uma vida para satisfazer a si mesmo.
Jesus reagiu de maneira similar quando, provavelmente numa visão, o Diabo o desafiou a jogar-se do parapeito do templo para ver se os anjos o protegeriam de sofrer dano. Jesus respondeu: “Não deves pôr Jeová, teu Deus, à prova.” (Mateus 4:5-7) Como vemos, tanto Davi como Jesus reconheceram ser errado aos olhos de Deus colocar em risco, desnecessariamente, a vida humana.
Com esses exemplos em mente, talvez perguntemos: ‘Qual é a linha demarcatória que determina se um esporte é radical, ou perigoso? Visto que até mesmo uma forma comum de recreação, que não seja perigosa em si, pode ser levada a limites extremos, como podemos determinar até onde podemos ir?’
Vale a pena correr o risco?
Uma avaliação honesta de qualquer atividade que tenhamos em mente nos ajudará a encontrar a resposta. Por exemplo, podemos nos perguntar: ‘Qual é o índice de acidentes nesse esporte? Tenho o treinamento ou o equipamento de segurança necessários para prevenir ferimentos? Quais serão as conseqüências se o salto der errado ou se o equipamento de segurança falhar? Será apenas um arranhão, ou existe a probabilidade de grave ferimento ou morte?’
No caso de um cristão verdadeiro, assumir riscos desnecessários por mera recreação pode afetar sua preciosa relação com Jeová bem como a sua qualificação para privilégios especiais na congregação. (1 Timóteo 3:2, 8-10; 4:12; Tito 2:6-8) Torna-se claro, portanto, que mesmo com relação a atividades recreativas, os cristãos farão bem em considerar o conceito do Criador sobre a santidade da vida.
[Nota(s) de rodapé]
BASE são as iniciais de building (prédio), antenna (antena), span(vão de ponte) e earth (terra, ou penhasco). Esse esporte, que consiste em saltar de pára-quedas a partir de bases firmes como prédios, pontes e penhascos é considerado tão perigoso que é proibido pelo Serviço Nacional de Parques nos Estados Unidos.

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