sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O tipo sanguíneo determina sua personalidade?

O Conceito da Bíblia
O tipo sanguíneo determina sua personalidade?
É COMUM em alguns países achar que a personalidade da pessoa é determinada pelo seu tipo sanguíneo. No Japão, por exemplo, ao iniciar conversas, não raro ouve-se a pergunta: “Qual é seu tipo sanguíneo?”. Defensores desse conceito alegam que as pessoas cujo sangue é do tipo A são calmas, responsáveis e desconfiadas; as do tipo B são sinceras, generosas, temperamentais, fáceis de serem enganadas; etc. Afirma-se também que uma pessoa com determinado tipo sanguíneo talvez ache difícil — ou fácil — se relacionar com alguém de outro tipo sanguíneo.
Com base nesse conceito, considera-se o tipo sanguíneo um fator importante na hora de classificar alunos na escola, selecionar executivos em empresas ou até mesmo escolher prospectivos cônjuges. Existe mesmo prova de que o tipo sanguíneo determina nossa personalidade? A Bíblia toca nesse assunto?
O que é o tipo sanguíneo?
Uma enciclopédia explica: “As membranas dos glóbulos vermelhos contêm proteínas chamadas antígenos. Identificaram-se mais de 300 antígenos de glóbulos vermelhos.” (The World Book Multimedia Encyclopedia) Algumas pessoas têm certos antígenos, ao passo que outras não os têm, e alguns antígenos não podem coexistir. Portanto, segundo a enciclopédia, “os cientistas classificaram o sangue humano em diversos grupos, baseado na presença ou ausência de determinados antígenos”.
Os quatro tipos sanguíneos no sistema de classificação mais amplamente aceito são os denominados A, B, AB e O. Além desse, há o fator Rh, outro método que também é largamente utilizado. Na verdade, há uns 20 sistemas de classificação de sangue conhecidos. Podemos concluir que o sangue é obviamente uma substância muito complexa. Outra enciclopédia declara: “A grande quantidade de diferentes antígenos dos glóbulos vermelhos faz com que seja extremamente improvável que duas pessoas, a não ser gêmeos univitelinos, tenham a mesma combinação de substâncias de grupo sanguíneo.” — Encyclopædia Britannica.
Isso sugere que, falando claramente, cada um tem um “tipo sanguíneo” exclusivo. Alegar que indivíduos com o mesmo tipo sanguíneo têm a mesma personalidade parece não ter fundamento. Na verdade, uma série de fatores é que determina a personalidade.
O que determina a personalidade?
“Personalidade são as características comportamentais, tanto inerentes quanto adquiridas, que distinguem cada indivíduo”, explica a Encyclopædia Britannica. Além da herança genética, há ainda outros fatores, como ambiente familiar, educação, companhias e experiências tanto boas quanto ruins, que afetam o desenvolvimento da personalidade. Portanto, a constituição genética não é o único fator que contribui para a personalidade. É comum gêmeos univitelinos terem personalidades diferentes, apesar de compartilharem a mesma constituição genética.
Outro fato importante é que a personalidade pode mudar ou ser mudada. O apóstolo Paulo enfatizou o poder que os ensinos cristãos têm de mudar as pessoas. Ele escreveu: “Desnudai-vos da velha personalidade com as suas práticas e revesti-vos da nova personalidade, a qual, por intermédio do conhecimento exato, está sendo renovada segundo a imagem Daquele que a criou.” (Colossenses 3:9, 10) Os cristãos reconhecem que são pecadores e que herdaram tendências pecaminosas. Para que Deus os aceitasse, sua personalidade precisava ser transformada.
O que torna essas mudanças possíveis? É o poder da palavra, ou mensagem, de Deus. Paulo escreveu sobre a forte influência da palavra de Deus, encontrada na Bíblia: “A palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” (Hebreus 4:12) Quando alguém se submete à influência do espírito de Deus e procura se enquadrar nos padrões de moral estabelecidos na Bíblia, sua personalidade pode mudar gradualmente. A personalidade cristã ajustada dessa maneira inclui as “ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e longanimidade”. — Colossenses 3:12.
Razoabilidade cristã
É verdade que não há princípio bíblico que proíba o estudo de tipos sanguíneos, mas qualquer relação que isso possa ter com o comportamento humano já é outro assunto. Assim como em qualquer aspecto da vida, devemos permitir que a Palavra de Deus dirija nossos passos. (Salmo 119:105) A razoabilidade também é imprescindível. — Filipenses 4:5.
Seria certamente desarrazoado alguém usar o tipo sanguíneo como desculpa para não tentar corrigir falhas de personalidade. Independentemente de sua constituição genética, os cristãos devem, tanto quanto possível, continuar fazendo ajustes na personalidade a fim de refletir as qualidades de Jeová e de Jesus. — Efésios 5:1.
Além disso, os cristãos esforçam-se para ter o mesmo conceito que Deus tem das pessoas. “Deus não é parcial.” (Atos 10:34, 35) Jeová aceita de bom grado todas as pessoas. Portanto, seria absurdo e anticristão evitar a companhia de certas pessoas por causa de seu tipo sanguíneo. O mesmo se aplica àquele que se relaciona exclusivamente com os que têm tipos sanguíneos “compatíveis”. A Bíblia exorta: “Se continuardes a mostrar favoritismo, estais praticando um pecado.” — Tiago 2:9.
À medida que a tecnologia faz progresso, surgem novas descobertas e teorias sobre o corpo humano. É natural que fiquemos fascinados por esses conceitos. Mesmo assim, os cristãos farão bem em deixar que a Bíblia — não teorias humanas — direcione seu modo de pensar. Em todas as áreas da vida, os cristãos precisam ‘certificar-se de todas as coisas’ e ‘apegar-se ao que é excelente’. — 1 Tessalonicenses 5:21.

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