sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O que é materialismo?

O Conceito da Bíblia
O que é materialismo?
O HOMEM tem a capacidade inerente de desenvolver a espiritualidade e a necessidade inata de adorar a Deus. Contudo, tendo sido criado a partir de elementos materiais, ele também tem necessidades físicas e a capacidade de apreciar coisas materiais. Alguns cristãos possuem muitos bens materiais. Significa isso, em si mesmo, que são materialistas e que não têm espiritualidade? Por outro lado, diria que os pobres são menos propensos ao materialismo e mais voltados à espiritualidade?
Certamente você concorda que o materialismo envolve muito mais do que o mero fato de possuir riquezas ou bens. Vejamos alguns exemplos bíblicos para determinar o que realmente é materialismo e como evitar os perigos que isso pode representar para a nossa espiritualidade.
Ricos e famosos
Alguns dos servos fiéis dos tempos bíblicos eram ricos e famosos. Abraão, por exemplo, “era bem abastado de manadas, e de prata, e de ouro”. (Gênesis 13:2) Jó, dono de enormes manadas, rebanhos e um grande número de servos, era conhecido como “o maior de todos os orientais”. (Jó 1:3) Alguns reis de Israel, como Davi e Salomão, se tornaram riquíssimos. — 1 Crônicas 29:1-5; 2 Crônicas 1:11, 12; Eclesiastes 2:4-9.
Na congregação do primeiro século havia cristãos bem abastados. (1 Timóteo 6:17) Lídia é mencionada como “vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e adoradora de Deus”. (Atos 16:14) O corante púrpura e roupas tingidas com ele eram caros, acessíveis apenas aos nobres e aos abastados. Concluímos assim que a própria Lídia talvez fosse relativamente rica.
Em contraste com isso, alguns adoradores fiéis de Jeová nos tempos bíblicos eram muito pobres. Calamidades naturais, acidentes e morte faziam com que algumas famílias caíssem na pobreza. (Eclesiastes 9:11, 12) Para os que sofriam carência, deve ter sido muito provador observar outros desfrutarem de riquezas e bens materiais. Mesmo em tais circunstâncias, porém, não teria sido correto que os pobres julgassem os ricos como materialistas ou concluíssem que os que não tinham riquezas serviam a Deus mais plenamente. Por quê? Vejamos o que está no âmago do materialismo.
O amor ao dinheiro
Certo dicionário define materialismo como “comportamento, maneira de viver, estado de espírito de uma pessoa . . . extremamente devotada aos bens, valores e prazeres materiais”. Assim, o que está no âmago do materialismo são os nossos desejos, prioridades e alvos na vida. Vemos isso claramente nos seguintes dois exemplos bíblicos.
Baruque, secretário do profeta Jeremias, foi fortemente aconselhado por Jeová. É provável que ele fosse pobre devido às circunstâncias em Jerusalém e sua associação com o impopular Jeremias. Mas note o alerta que Jeová lhe deu: “No que se refere a ti, estás procurando grandes coisas para ti. Não continues a procurar.” Talvez Baruque estivesse desenvolvendo uma tendência materialista ao ver a riqueza e a segurança material de outros. Jeová o lembrou de que o livraria da destruição que sobreviria a Jerusalém, mas que não preservaria suas posses. — Jeremias 45:4, 5.
Jesus contou a ilustração de um homem rico que também estava preocupado com coisas materiais. Esse homem tinha toda a sua atenção voltada para as riquezas em vez de usar o que possuía para ampliar seu serviço a Deus. Ele disse: “Derrubarei os meus celeiros e construirei maiores, . . . e direi à minha alma: ‘Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.’” Jesus declarou então: “Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’ Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.” — Lucas 12:16-21.
O que aprendemos desses dois relatos? Eles nos mostram que o que determina se a pessoa é ou não materialista não é o quanto ela possui, mas o fato de dar prioridade às coisas materiais. O apóstolo Paulo disse: “Os que estão resolvidos a ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitos desejos insensatos e nocivos, que lançam os homens na destruição e na ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” (1 Timóteo 6:9, 10) A raiz dos problemas é a determinação de ser rico e o amor às coisas materiais.
A importância de fazer uma auto-análise
Independentemente da situação financeira, os cristãos procuram ter o cuidado de evitar o laço do materialismo. O poder das riquezas é ilusório e pode sufocar a espiritualidade. (Mateus 13:22) Podemos sem perceber passar a priorizar as coisas materiais em vez de as espirituais, com tristes conseqüências para nós mesmos. — Provérbios 28:20; Eclesiastes 5:10.
Assim sendo, os cristãos devem examinar suas prioridades e objetivos na vida. Não importa se têm pouco ou muito em sentido material, as pessoas de mentalidade espiritual procuram seguir a admoestação de Paulo de depositar sua esperança não “nas riquezas incertas, mas em Deus, que nos fornece ricamente todas as coisas para o nosso usufruto”. — 1 Timóteo 6:17-19.

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