sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mentir: existe justificativa?

O Conceito da Bíblia
Mentir: existe justificativa?
“UMA PEQUENA INVERDADE ÀS VEZES POUPA MILHARES DE EXPLICAÇÕES.”
ESTE ditado ilustra como muitas pessoas vêem a mentira. Elas partem do princípio de que não há nada de errado em mentir, se não prejudicar ninguém. Essa lógica já tem até um nome acadêmico — ética circunstancial, que diz que a única lei que é preciso seguir é a lei do amor. Em outras palavras, “se você tem uma boa razão e boas intenções (então) o fato de mentir . . . não vem ao caso”, explica a autora Diane Komp.
Este é um ponto de vista comum hoje em dia. Mentiras ditas por políticos destacados e por líderes mundiais acabam em escândalos que abalam a sociedade. Este clima condiciona muitos a não levar tão a sério a questão de falar a verdade. Em alguns meios a mentira já se tornou um procedimento de rotina. “Sou paga para mentir. Mentindo, eu ganho prêmios em vendas e anualmente recebo muitos elogios. . . . Isto parece ser a essência dos cursos de vendas em geral”, queixa-se uma vendedora. Muitos acham que não há mal nenhum em se falar uma mentirinha. É assim mesmo? Será que há ocasiões em que os cristãos estão justificados a mentir?
O padrão elevado da Bíblia
A Bíblia condena categoricamente todo tipo de mentira. ‘Deus destruirá os que falam mentiras.’ (Salmo 5:6; veja Revelação [Apocalipse] 22:15.) Em Provérbios 6:16-19, a Bíblia menciona sete coisas que Jeová odeia. Entre elas estão bem destacadas a “língua falsa” e “a testemunha falsa que profere mentiras”. Por quê? Porque Jeová odeia o mal causado pela falsidade. Esta é uma das razões de Jesus chamar a Satanás de mentiroso e homicida. As mentiras dele causaram sofrimento e morte à humanidade. — Gênesis 3:4, 5; João 8:44; Romanos 5:12.
O caso de Ananias e Safira ilustra a gravidade da mentira para Jeová. Eles mentiram aos apóstolos, uma ação proposital e pensada, na tentativa de evidenciar uma falsa generosidade. O apóstolo Pedro declarou: “Trapaceaste, não homens, mas a Deus.” Por esta razão, Deus eliminou os dois. — Atos 5:1-10.
Anos mais tarde o apóstolo Paulo aconselhou aos cristãos: “Não estejais mentindo uns aos outros.” (Colossenses 3:9) Essa advertência é particularmente vital na congregação cristã. Jesus disse que o amor baseado em princípios identificaria seus seguidores verdadeiros. (João 13:34, 35) Este amor sincero só pode crescer e aumentar num meio de total honestidade e confiança. Dificilmente amaremos uma pessoa se não confiarmos que ela sempre diz a verdade.
Ao passo que mentir é sempre errado, algumas mentiras são mais graves do que outras. Por exemplo, uma pessoa mente por constrangimento ou por medo. Outra já tem o mau costume de mentir: mente com a intenção de prejudicar ou ferir. Esta motivação maldosa torna o mentiroso um perigo para os outros e se não se arrepender é desassociado da congregação. Visto que nem todas as mentiras têm um fundo de maldade, deve-se cuidar para não julgar alguém antes de se inteirar de todos os fatores que o levaram a mentir. Os motivos e as circunstâncias atenuantes devem ser avaliados. — Tiago 2:13.
“Cautelosos como as serpentes”
Por outro lado, isto não quer dizer que quando alguém nos faz uma pergunta, somos obrigados a dizer tudo o que sabemos. “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos, para que nunca . . . voltando-se, vos dilacerem”, advertiu Jesus em Mateus 7:6. Por exemplo, pessoas com más intenções não devem ter acesso a certos fatos. Os cristãos estão cientes de que vivem num mundo hostil. Tendo isto em vista, Jesus aconselhou seus discípulos a ser “cautelosos como as serpentes”, sem deixar de ser “inocentes como as pombas”. (Mateus 10:16; João 15:19) Jesus nem sempre dizia toda a verdade, especialmente quando revelar todos os fatos poderia colocar em perigo a ele e aos discípulos. Mas, mesmo nessas ocasiões, ele não mentia. Em vez disso, ele optava por ficar calado ou mudar de assunto. — Mateus 15:1-6; 21:23-27; João 7:3-10.
Homens e mulheres fiéis mencionados na Bíblia, como Abraão, Isaque, Raabe e Davi, também usavam de bom senso e de cautela ao lidar com inimigos potenciais. (Gênesis 20:11-13; 26:9; Josué 2:1-6; 1 Samuel 21:10-14) A Bíblia classifica estes homens e mulheres de verdadeiros adoradores, dignos de ser imitados, pois a vida deles foi de obediência. — Romanos 15:4; Hebreus 11:8-10, 20, 31, 32-39.
Há ocasiões em que mentir parece ser a saída mais fácil. Os cristãos, porém, ao se deparar com situações difíceis, fazem bem em imitar a Jesus e agir segundo sua consciência treinada pela Bíblia. — Hebreus 5:14.
A Bíblia nos encoraja a falar a verdade e a ser honestos. Não é correto mentir e devemos seguir o conselho bíblico: “Falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo.” (Efésios 4:25) Assim teremos a consciência tranqüila, promoveremos a paz e o amor na congregação e continuaremos a honrar o “Deus da verdade”. — Salmo 31:5; Hebreus 13:18.

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