sexta-feira, 2 de março de 2012

Aborto — a resposta para a superpopulação?

QUER se trate de diretriz nacional, quer duma escolha pessoal, o aborto tem sido um meio comum de controle da população, tanto no passado como no presente.
Certa reportagem publicada num jornal canadense, intitulada “A agonia da China são 53 milhões de abortos”, citou o Ministro da Saúde Pública na China como relatando esse dado surpreendente referente ao período de 1979 a 1984. Esse total de abortos em cinco anos equivale a mais do que o dobro da população do Canadá!
O Japão calcula que 30 por cento dos 2,1 milhões de concepções anuais naquele país são abortados. Algumas dessas crianças que não chegaram a nascer são lembradas por pequenas imagens de pedra, plástico ou gesso, colocadas nos templos budistas em todo o país.
Do outro lado do mundo, na Suécia, o aborto a pedido tem sido permitido desde 1946 por “motivos médicos, sociomédicos, humanitários e eugênicos, ou por danos causados ao feto”. Atualmente, como em outros países, muitas mulheres suecas encaram o aborto como forma socialmente aceitável e popular de limitar o tamanho da família.
Antiga Prática Popular
Na antiga Atenas, o aborto era utilizado para regular o crescimento populacional. “A limitação voluntária da família era a ordem do dia, quer por anticoncepção, quer por aborto, quer por infanticídio”, segundo o historiador Will
Durant em The Story of Civilization (A História da Civilização).
O aborto também era popular no império romano. Por que motivos? Durant prossegue: “As mulheres desejavam ser belas em sentido sexual em vez de em sentido maternal; em geral, o desejo de liberdade individual parecia ir de encontro com as necessidades da raça. . . . Dentre os que se casavam, a maioria parecia ter limitado a família por meio de aborto, infanticídio, coito interrompido e anticoncepção.” Não se dá hoje o aumento dos abortos por motivos similares?
O Conceito dos Primitivos Cristãos
Em nítido contraste com isso, os primitivos cristãos adotavam uma posição firme contra os abortos. Durant acrescenta: “O aborto e o infanticídio, que estavam dizimando a sociedade pagã, eram proibidos para os cristãos como equivalentes a assassinato.” Portanto, embora a limitação da família se tornasse um fenômeno social notável tanto na era grega como na romana, a comunidade cristã aderiu firmemente a um estrito código moral que edifica o respeito para com a santidade da vida. Assim como no antigo Israel, os filhos eram sinal da bênção do Criador. O salmista declara: “Eis que os filhos são uma herança da parte de Jeová; o fruto do ventre é uma recompensa.” — Salmo 127:3.
A Palavra de Deus, a Bíblia, mostra que Jeová, “a fonte da vida”, reconhece o direito à vida da criança por nascer. Como? Antes de mais nada, a Bíblia indica que ele considera o nascituro como mais do que um simples glóbulo de tecido. O interesse de Deus em seu maravilhoso arranjo criativo é descrito pelo salmista do seguinte modo: “[Tu, Jeová] mantiveste-me abrigado no ventre de minha mãe. . . . Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” — Salmo 36:9; 139:13-16.
Ademais, Deus exige prestação de contas de alguém que acidentalmente interfira no curso natural dos acontecimentos que envolvem uma criança por nascer. Note que a Lei mosaica impunha pesada responsabilidade sobre tais, declarando: “Se, no decurso de uma discussão entre homens, um deles for de encontro a uma mulher grávida, e se ela der à luz sem outras complicações, o culpado ficará sujeito à indenização imposta pelo marido da mulher que pagará na presença dos juízes. Mas se de tal fato advier dano, então pagará vida por vida.” — Êxodo 21:22, 23, Missionários Capuchinhos.
Bem, se Jeová encara uma interferência acidental, envolvendo uma criança por nascer, como assunto de tão sérias conseqüências, quanto mais responsabilidade haveria no caso duma interferência deliberada, como é o aborto! Também, visto que Deus não estabeleceu limites quanto à idade do nascituro em sua lei expressa em Êxodo, capítulo 21, argüições com base na idade tornam-se mero debate.
A Resposta Para a Superpopulação
Ainda assim, alguns talvez raciocinem que, com a crescente escassez de alimentos, falta de habitações adequadas e reduzidos suprimentos de água potável, o aborto seletivo como meio de controle populacional aliviaria a pressão para as gerações futuras. Mas, é esse o único modo de equilibrar a população do mundo com o ambiente da terra?
Uns 6.000 anos atrás, Jeová Deus anunciou seu propósito com respeito à população do planeta Terra. Jeová declarou ao primeiro casal humano: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.” (Gênesis 1:28) Note que o propósito declarado de Deus é encher, não superpovoar, a terra. O Criador conseguirá estabelecer o equilíbrio populacional do mundo — manter uma densidade populacional razoável, o equilíbrio ecológico e uma produção adequada de alimentos. — Isaías 65:17-25.
É razoável concluir que o próprio Criador das faculdades reprodutivas humanas regulará de modo eqüitativo seu uso, a fim de atingir esse equilíbrio perfeito. Não haverá necessidade de abortos para limitar o crescimento populacional. Jeová, mediante o Reino de seu Filho, Cristo Jesus, assegurará que a terra fique confortavelmente cheia de humanos obedientes que então viverão num paraíso global. — Isaías 55:8-11; Revelação 21:1-5.

“O aborto e o infanticídio. . . eram proibidos para os cristãos como equivalentes a assassinato.” — Will Durant, historiador.

“Na época em que o feto tem seis meses de idade, ele consegue enxergar, ouvir, sentir, provar sabores e até mesmo aprender.” — Dr. T. Verny, autor do livro “The Secret Life of the Unborn”.

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