sexta-feira, 2 de março de 2012

Precisa obedecer aos Dez Mandamentos?

FOI no ano 1513 AEC que o dedo de Deus escreveu em pedra. Desde então, os Dez Mandamentos têm sido copiados pelos homens e disseminados ao redor do mundo. Centenas de milhões de pessoas já os leram, e muitos os sabem de cor. Provavelmente não existe nenhum outro conjunto de leis que tenha recebido tanta atenção. A questão é, em seu 3.500.° aniversário, em 1988: Ainda vigoram os Dez Mandamentos, de modo que você precise obedecê-los? — Êxodo 20:1-17; 31:18.
Para Quem Foram Tencionados?
Deus forneceu os Dez Mandamentos para o povo conhecido como israelitas. Em suas palavras iniciais, ele deixou claro que era para esta nação específica que ele falava: “Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa dos escravos.” Isto indica que os Dez Mandamentos visavam ser parte de um código nacional de leis. — Êxodo 20:2.
Transmitidos aos Cristãos?
No entanto, eram os Dez Mandamentos de natureza tão universal que sempre estariam em vigor, e se aplicariam também aos não-israelitas? Não. Séculos depois, quando se formou a congregação cristã, este código da Lei não foi transmitido a ela. Por quê? Porque a Bíblia diz que “Cristo é o fim da Lei”. (Romanos 10:4) O que significa isto?
À guisa de ilustração, lá em 1912 o recorde mundial de salto em altura em pista descoberta era de 2,01 metros. Setenta e cinco anos depois, em 1987, o recorde era de 2,43 metros. Tem de haver, contudo, um limite máximo de quão alto um homem consegue saltar sobre um sarrafo apoiado em dois suportes. O campeão que alcançar tal limite porá fim a todos os recordes mundiais de saltos em altura. Poder-se-ia dizer também que ele foi “o fim” deles. Bem, como isto poderia aplicar-se aos Dez Mandamentos?
Quando Deus instituiu “a Lei”, que abrangia os Dez Mandamentos, junto com mais de 600 outras leis e estatutos, e a forneceu aos israelitas, ele fixou o máximo alvo ou padrão de perfeição. Ele colocou o sarrafo no nível mais alto, por assim dizer. Esta Lei divina tinha um padrão moral tão elevado que apenas um humano perfeito poderia alcançá-lo. Eclesiastes 7:20 diz: “Não há nenhum homem justo na terra, que continue fazendo o bem e que não peque.”
Assim, o sarrafo — o padrão justo de Deus — foi colocado alto demais para os imperfeitos israelitas ou judeus. Por quê? O apóstolo cristão, Paulo, explica: “Ela [a Lei] foi acrescentada para tornar manifestas as transgressões, até que chegasse o descendente [Messias, ou Cristo] a quem se fizera a promessa.” (Gálatas 3:19) Pela Lei, Deus mostrou aos judeus que todos eles eram transgressores imperfeitos, incapazes de alcançar o alvo de serem declarados justos por suas próprias obras.
Só havia um que conseguiria passar por cima de tal sarrafo: o vindouro e prometido Messias, ou Cristo. Por conseguinte, esse elevado padrão foi colocado perante os judeus como algo a buscar, enquanto se aguardava que o derradeiro Campeão, o Messias, passasse por cima dele, e uma vez por todas.
“Conduzindo a Cristo”
Em harmonia com isto, Paulo prossegue, no terceiro capítulo de Gálatas, versículo 24: “A Lei, por conseguinte, tornou-se o nosso tutor, conduzindo a Cristo, para que fôssemos declarados justos devido à fé [nele].” Um tutor, nos tempos bíblicos, acompanhava a criança até seu professor, e podia também instruir e disciplinar a criança.
Os Dez Mandamentos, bem como o restante da Lei, preparariam assim os judeus para o Messias, e os guiariam a ele. Quando Jesus veio, viveu entre eles, e morreu perfeitamente obediente à Lei, ele se tornou “o fim da Lei”. Daí, Deus removeu tal sarrafo, por assim dizer, e ofereceu aos judeus algo melhor. Agora podiam, “como dádiva gratuita”, finalmente ser “declarados justos pela benignidade imerecida dele, por intermédio do livramento pelo resgate pago por Cristo Jesus”. — Romanos 3:24.
Paulo também diz: “Não estais debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida”, e: “Se estais sendo conduzidos por espírito, não estais debaixo de lei.” — Romanos 6:14; Gálatas 5:18.
A Que Deve Obedecer
Então, visto que os cristãos não estão “debaixo de lei”, acham-se porventura livres de todas as restrições morais? De forma alguma. Como Paulo mostrou, os cristãos estão sendo dirigidos pelo espírito santo de Deus, e este não conduz ninguém ao pecado. Insta com eles a também manterem distância dos pecados abordados pelos Dez Mandamentos. Por exemplo, se ler 1 Coríntios 6:9, 10, encontrará ali diversas leis cristãs similares aos Dez Mandamentos. São proibições à idolatria, ao adultério, ao roubo e à cobiça.
Cristo também sintetizou o antigo código da Lei, que incluía os Dez Mandamentos, nestas duas máximas: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente”, e: “Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37-39) Por esforçar-se a obedecê-las, pedindo perdão quando falhar, e exercendo fé no resgate de Cristo, você obterá a benignidade imerecida de Deus, e Sua aprovação para a vida eterna. — 2 Tessalonicenses 2:16.

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