sexta-feira, 2 de março de 2012

Será que Deus não leva em conta as nossas fraquezas?

‘Não sou perverso! Já fiz de tudo para largar os maus hábitos, mas não consigo. Sou fraco demais!’
REFLETEM esses sentimentos o que você, ou alguém que você conhece, sente? Muitos concluem que é praticamente impossível vencer fraquezas morais arraigadas. Alguns são dependentes do álcool, do tabaco ou de drogas. Muitos outros são dominados pela ganância. E há os que cedem à má conduta sexual, alegando que são irremediavelmente viciados em sexo.
Conforme indica Mateus 26:41, Jesus expressou bondosamente sua compreensão das fraquezas humanas. De fato, o registro bíblico inteiro deixa bem claro que, tanto Jeová Deus como Jesus, são de fato misericordiosos com os humanos. (Salmo 103:8, 9) Mas pode-se esperar que Deus desconsidere todos os nossos defeitos?
Moisés e Davi
Veja o relato sobre Moisés. Ele era considerado “em muito o mais manso de todos os homens na superfície do solo”, e se esforçou arduamente em manter essa boa qualidade. (Números 12:3) Na sua jornada pelo deserto, os israelitas muitas vezes agiram sem bom senso e desrespeitaram a Deus e a Seus representantes. Mas Moisés, humildemente, sempre buscava a orientação divina. — Números 16:12-14, 28-30.
No entanto, quase no fim da longa e cansativa jornada, ele se descontrolou perante toda a nação e desobedeceu às instruções divinas. Deus o perdoou, mas será que desconsiderou esse incidente? Não. Ele disse a Moisés: ‘Visto que não mostraste fé em mim, não levarás esta congregação à terra que lhes hei de dar.’ Moisés não entraria na Terra Prometida. Após 40 anos lutando por esse esplêndido privilégio, uma séria falha humana privou-o de alcançá-lo. — Números 20:7-12.
Outro homem piedoso, o Rei Davi, também tinha uma fraqueza. Em certa ocasião, ele cedeu à paixão e teve relações sexuais com a esposa de outro homem. Daí, tentou encobrir isso provocando a morte do marido dela. (2 Samuel 11:2-27) Mais tarde, ele se arrependeu amargamente de seus crimes, e Deus o perdoou. Mas Davi havia destruído uma família, e Jeová não o protegeu das calamidades devastadoras que se seguiram. O bebê de Davi ficou muito doente, mas Jeová não interferiu, apesar das orações de Davi em favor da criança. O menino morreu, e a família de Davi sofreu uma série de tragédias. (2 Samuel 12:13-18; 18:33) Davi pagou um preço altíssimo por ceder à fraqueza moral.
Esses exemplos mostram que Deus considera os humanos responsáveis pela sua conduta. Os que desejam servi-lo precisam lutar contra os aspectos fracos de sua espiritualidade e se tornar cristãos melhores. No primeiro século, muitos fizeram isso.
A luta para derrotar o pecado
O apóstolo Paulo é considerado, com justiça, um modelo de vida cristã. Mas sabia que ele tinha uma luta constante contra as suas fraquezas? Romanos 7:18-25 descreve vividamente esse conflito, ou, segundo o versículo 23, essa ‘guerra’. Paulo lutava sem tréguas, pois sabia que o pecado é implacável. — 1 Coríntios 9:26, 27.
Antes de se tornarem membros da congregação cristã na antiga Corinto, alguns deles eram transgressores habituais. A Bíblia diz que haviam sido ‘fornicadores, adúlteros, homens que se deitavam com homens, ladrões, gananciosos, beberrões’. Mas diz também que foram “lavados”. (1 Coríntios 6:9-11) Como? O conhecimento exato, o companheirismo cristão e o espírito de Deus os fortaleceram para acabar com as suas práticas perversas. Por fim, foram declarados justos por Deus em nome de Cristo. Sim, Deus ofereceu misericórdia, dando-lhes assim uma consciência limpa. — Atos 2:38; 3:19.
Paulo e os cristãos em Corinto não minimizaram suas tendências pecaminosas. Em vez disso, lutaram contra elas e, com a ajuda de Deus, triunfaram. Aqueles adoradores do primeiro século tornaram-se moralmente belos, apesar do ambiente que os cercava e de suas inclinações imperfeitas. Que dizer de nós?
Deus espera que lutemos contra as nossas fraquezas
Lutar contra uma fraqueza talvez não resulte em eliminá-la por completo. Embora isso não signifique que precisemos ceder à nossa imperfeição, não podemos destruí-la. Ela gera fraquezas que podem ser muito persistentes. Todavia, não devemos sucumbir a essas fraquezas. (Salmo 119:11) Por que isso é tão importante?
Porque Deus não permite que a imperfeição seja uma desculpa constante para a má conduta. (Judas 4) Jeová deseja que os humanos se purifiquem, que levem uma vida de boa moral. A Bíblia diz: “Abominai o que é iníquo.” (Romanos 12:9) Por que Deus assume essa posição tão firme?
Uma das razões é que ceder às fraquezas é prejudicial. “O que o homem semear, isso também ceifará”, diz a Bíblia em Gálatas 6:7. Os que cedem a vícios, à ganância e à promiscuidade não raro colhem uma terrível safra de sofrimento na vida. Mas existe uma razão mais importante.
O pecado ofende a Deus. Causa “separação” entre nós e Jeová. (Isaías 59:2) Visto que os praticantes do pecado não podem ganhar o Seu favor, ele os exorta: “Lavai-vos; limpai-vos; . . . cessai de fazer o mal.” — Isaías 1:16.
Nosso Criador é amoroso e misericordioso. ‘Ele não deseja que alguém seja destruído, mas que todos alcancem o arrependimento.’ (2 Pedro 3:9) Ceder constantemente às fraquezas nos priva do favor de Deus. Assim, visto que Deus não desconsidera as nossas fraquezas, nós também não as devemos desconsiderar.

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