sexta-feira, 2 de março de 2012

Não use palavras agressivas

“Da mesma boca procedem bênção e maldição. Não é correto, meus irmãos, que estas coisas se dêem assim.” — TIAGO 3:10.
A FACULDADE da fala é uma característica exclusiva dos humanos — um dom que nos distingue dos animais. O lamentável é que algumas pessoas fazem mau uso desse dom. Insultam, blasfemam, dizem palavrões, obscenidades, grosserias e indecências — palavras que às vezes ferem mais do que agressões físicas. “Existe aquele que fala irrefletidamente como que com as estocadas duma espada”, diz a Bíblia. — Provérbios 12:18.
São cada vez mais as pessoas que têm por hábito dizer palavrões. Nas escolas, observa-se entre os alunos um aumento no uso de linguagem suja, de baixo calão. Mas alguns são da opinião que palavras agressivas têm o seu lado bom, principalmente quando usadas para dar vazão aos sentimentos — ajudam a aliviar a tensão. Um estudante de ciências políticas escreveu: “Palavrões são uma alternativa poderosa quando o vocabulário comum simplesmente não transmite a intensidade dos nossos sentimentos.” Mas, será que é bom os cristãos encararem com tanta naturalidade o uso de palavras agressivas? O que Deus pensa a respeito?
Não use palavras maliciosas
A linguagem obscena e maliciosa não é nenhuma novidade. Por incrível que pareça, há quase 2.000 anos, nos dias dos apóstolos, as pessoas já usavam termos obscenos. Parece que alguns na congregação de Colossos falavam obscenidades quando estavam com raiva. É possível que com isso quisessem agredir ou machucar outros, talvez em retaliação. Da mesma forma, hoje muitos soltam palavrões quando estão irados. É por isso que a carta de Paulo aos colossenses se aplica também aos nossos dias. Ele escreveu: “Afastai de vós a todas elas, o furor, a ira, a maldade, a linguagem ultrajante e a conversa obscena da vossa boca.” (Colossenses 3:8) Essas palavras são uma advertência bem clara aos cristãos, para não darem vazão à ira dizendo obscenidades como muitos fazem nesses momentos.
Por outro lado, muitos falam obscenidades sem nenhuma intenção de agredir ou machucar os outros. Na maioria das vezes a linguagem suja faz parte do seu vocabulário do dia-a-dia. Acham difícil comunicar-se sem palavrões. Outros gostam de usar esse palavreado para provocar riso. Será que isso é grave? Analise o seguinte.
Para alguns, expressões obscenas e chocantes são um meio de diversão. São ditas na forma de ‘brincadeiras’, na maior parte de apelo sexual. E muitos que se consideram pessoas decentes acham engraçado e riem. (Romanos 1:28-32) É por isso que tantos comediantes profissionais fazem piada do comportamento sexual — natural ou desnatural — de outros. Brincadeiras maliciosas são comuns também em filmes, programas de televisão e de rádio.
A Bíblia se declara sobre essa questão. O apóstolo Paulo escreveu para os cristãos em Éfeso: “A fornicação e a impureza de toda sorte, ou a ganância, não sejam nem mesmo mencionadas entre vós, assim como é próprio dum povo santo; nem conduta vergonhosa, nem conversa tola, nem piadas obscenas, coisas que não são decentes.” (Efésios 5:3, 4) Está bem claro que a linguagem obscena, quer para agredir quer para divertir, não agrada a Deus. Ela é imoral e agressiva. Ela machuca.
Palavras rudes não agradam a Deus
Palavras agressivas abrangem muito mais do que linguagem obscena. Insultos, sarcasmo, zombaria e crítica severa ferem, e muito. É verdade que todos nós pecamos por meio de palavras, principalmente no ambiente em que vivemos, onde impera o sarcasmo e a intriga. (Tiago 3:2) Mas nem por isso os cristãos devem encarar esse tipo de linguagem com naturalidade. A Bíblia é categórica ao dizer que Jeová Deus não aprova palavras agressivas.
Prova disso está no livro bíblico de Segundo Reis que conta o caso de um grupo de meninos que agrediu verbalmente o profeta Eliseu. O relato diz que eles “começaram a fazer troça dele” e “lhe diziam: ‘Sobe, careca! Sobe, careca!’” Jeová viu a maldade no coração dos meninos e levou a sério sua agressão verbal. Segundo esse relato, Deus executou 42 meninos por causa de suas palavras agressivas. — 2 Reis 2:23, 24.
Os israelitas “caçoavam continuamente dos mensageiros do verdadeiro Deus e desprezavam as suas palavras, e zombavam dos seus profetas até que subiu o furor de Jeová contra o seu povo, até que não havia mais cura”. (2 Crônicas 36:16) É verdade que a razão principal de subir o furor de Deus foi o fato de o povo ser idólatra e desobediente. Mas é interessante como a Bíblia menciona de modo específico a agressividade verbal contra os profetas de Deus. Isso salienta que Deus desaprova totalmente esse tipo de proceder.
De acordo com isso, a Bíblia adverte os cristãos: “Não critiques severamente um ancião.” (1 Timóteo 5:1) Esse princípio se aplica a nossos tratos com todos. A Bíblia nos aconselha a ‘não ultrajar a ninguém, a não ser beligerantes, a ser razoáveis, exibindo toda a brandura para com todos os homens’. — Tito 3:2.
É bom refrear os lábios
Às vezes, a vontade de agredir outro com palavras é tão grande que é difícil resistir. A pessoa injustiçada pode se achar no direito de punir o ofensor com palavras cruéis e duras — quer pessoalmente quer pelas costas. Mas mesmo assim os cristãos devem se controlar. Provérbios 10:19 declara: “Na abundância de palavras não falta transgressão, mas quem refreia seus lábios age com discrição.”
Os anjos de Deus são um bom exemplo disso. Eles estão bem cientes de todo o mal praticado pela humanidade. Mesmo tendo mais força e poder do que os humanos, eles não os acusam com termos agressivos “não o fazendo de respeito por Jeová”. (2 Pedro 2:11) Os anjos sabem muito bem que Deus está a par do erro de todos e que tem capacidade de corrigir a situação, e por isso refreiam os lábios. Miguel, chefe dos anjos, se conteve até com o Diabo, não usando termos agressivos contra ele. — Judas 9.
Os cristãos se esforçam para imitar os anjos. Seguem a advertência bíblica: “Não retribuais a ninguém mal por mal. Provede coisas excelentes à vista de todos os homens. Se possível, no que depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens. Não vos vingueis, amados, mas cedei lugar ao furor; pois está escrito: ‘A vingança é minha; eu pagarei de volta, diz Jeová.’” — Romanos 12:17-19.
É interessante que às vezes são o tom e o volume da voz que tornam as palavras agressivas. Muitos casais gritam um com o outro dizendo coisas que machucam. Há pais que gritam com os filhos. Mas não há necessidade de gritar para dizer o que sentimos. A Bíblia insta: “Sejam tirados dentre vós toda a amargura maldosa, e ira, e furor, e brado (gritos), e linguagem ultrajante.” (Efésios 4:31) A Bíblia diz também: “O escravo do Senhor não precisa lutar, porém precisa ser meigo para com todos.” — 2 Timóteo 2:24.
Palavras que curam
Hoje é muito comum as pessoas usarem palavras agressivas e de baixo calão. Isso torna necessário que os cristãos adotem uma boa estratégia para resistir a essa influência prejudicial. A Bíblia fornece essa boa estratégia — amar ao próximo. (Mateus 7:12; Lucas 10:27) A preocupação genuína e o amor ao próximo são motivos suficientes para sempre nos dirigirmos a outros com palavras que curam, que edificam. A Bíblia diz: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida, mas a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, para que confira aos ouvintes aquilo que é favorável.” — Efésios 4:29.
Outra ajuda para não usarmos palavras agressivas é inculcarmos a Palavra de Deus em nossa mente. Ler as Escrituras Sagradas e meditar no que lemos é um meio de ‘afastar toda a imundície’. (Tiago 1:21) A Palavra de Deus tem o poder de curar a nossa mente.

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