sexta-feira, 2 de março de 2012

Será que Deus perdoa pecados graves?

A MISERICÓRDIA é uma das principais qualidades de Deus. (Salmo 86:15) Até que ponto vai a misericórdia dele? Um salmista escreveu: “Se vigiasses os erros, ó Jah, ó Jeová, quem poderia ficar de pé? Pois contigo há o verdadeiro perdão, a fim de que sejas temido.” (Salmo 130:3, 4) Outro salmo diz: “Tão longe como o nascente é do poente, tão longe pôs de nós as nossas transgressões. Assim como o pai é misericordioso para com os seus filhos, Jeová tem sido misericordioso para com os que o temem. Porque ele mesmo conhece bem a nossa formação, lembra-se de que somos pó.” — Salmo 103:12-14.
Não há dúvida de que a misericórdia de Jeová é completa e imensa, e leva em conta nossas limitações e imperfeições, ou seja, o fato de que somos “pó”. Veja alguns exemplos bíblicos que revelam o alcance da misericórdia de Deus.
O apóstolo Pedro negou a Cristo três vezes. (Marcos 14:66-72) Antes de se converter ao cristianismo, o apóstolo Paulo perseguia os seguidores de Cristo. Quando alguns deles estavam para ser executados, Paulo votava a favor disso. Até mesmo aprovou o assassinato de um desses seguidores. (Atos 8:1, 3; 9:1, 2, 11; 26:10, 11; Gálatas 1:13) Antes de se tornarem cristãos, alguns membros da congregação em Corinto eram beberrões, extorsores e ladrões. (1 Coríntios 6:9-11) Mas todos eles vieram a ter o favor divino. Por que Deus os perdoou?
Três passos para ganhar a misericórdia de Deus
“Foi-me concedida misericórdia, porque eu era ignorante e agi com falta de fé”, escreveu Paulo. (1 Timóteo 1:13) Suas palavras honestas indicam o primeiro passo que precisamos dar para conseguir o perdão de Deus: remover o véu da ignorância por obter o conhecimento exato de Jeová e de suas normas conforme registrados na Bíblia. (2 Timóteo 3:16, 17) De fato, não há como agradar nosso Criador sem conhecê-lo bem. Jesus disse em oração a seu Pai: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” — João 17:3.
Quando pessoas sinceras obtêm esse conhecimento, elas lamentam profundamente os erros passados e sentem-se movidas a expressar arrependimento de coração. Esse é o segundo passo para conseguir o perdão de Deus. Atos 3:19 diz: “Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a fim de que os vossos pecados sejam apagados.”
Esse versículo também menciona o terceiro passo: dar meia-volta. Isso significa abandonar as atitudes e o proceder anteriores e adotar as normas e os conceitos de Deus. (Atos 26:20) Dito de modo simples, a pessoa mostra por meio de seu novo modo de vida que está realmente falando sério quando pede perdão a Deus.
O perdão de Deus tem limites
Deus não perdoa os pecados de todas as pessoas. Paulo escreveu: “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectativa terrível de julgamento [condenatório].” (Hebreus 10:26, 27) A expressão ‘praticar o pecado deliberadamente’ indica um coração realmente perverso onde a maldade está bem arraigada.
Judas Iscariotes desenvolveu um coração assim. Jesus disse: “Teria sido melhor para ele, se esse homem não tivesse nascido.” (Mateus 26:24, 25) E a respeito de alguns líderes religiosos de seus dias, Jesus disse: “Vós sois de vosso pai, o Diabo . . . Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é um mentiroso e o pai da mentira.” (João 8:44) Como no caso de Satanás, a maldade desses homens vinha do coração. Eles não sentiam nenhum arrependimento pelo que haviam feito e ficaram ainda mais obstinados em seu proceder perverso. É verdade que, por causa de imperfeição e fraqueza, até mesmo cristãos verdadeiros às vezes cometem pecados graves. Mas suas falhas não revelam uma disposição má que vem do coração. — Gálatas 6:1.
Misericordioso até o fim
Jeová não observa apenas o pecado, mas também a atitude do pecador. (Isaías 1:16-19) Pense um pouco nos dois malfeitores pendurados em estacas ao lado de Jesus. É evidente que os dois cometeram crimes graves, pois um deles admitiu: “Estamos recebendo plenamente o que merecemos pelas coisas que fizemos; mas este homem [Jesus] não fez nada fora de ordem.” Essas palavras indicam que o malfeitor tinha algum conhecimento sobre Jesus. E é provável que esse conhecimento tenha contribuído para uma mudança de atitude. Isso é indicado pela súplica que ele fez a Jesus: “Lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Como Cristo reagiu a esse pedido sincero? Ele respondeu: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” — Lucas 23:41-43.
Pense nisto: as últimas palavras de Jesus como humano incluíram uma expressão de misericórdia dirigida a um homem que havia admitido merecer a pena de morte. Isso é muito encorajador! Podemos, então, ter certeza de que Jesus Cristo e seu Pai, Jeová, mostrarão compaixão a todos que manifestarem verdadeiro arrependimento, independentemente do que fizeram no passado. — Romanos 4:7.
[Nota(s) de rodapé]
Veja o artigo “Será que eu pequei contra o espírito santo?”, nas páginas 16-20 de A Sentinela de 15 de julho de 2007.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Como descreveria a misericórdia de Deus? — Salmo 103:12-14; 130:3, 4.
▪ Que passos precisam ser dados para se conseguir o favor de Deus? — João 17:3; Atos 3:19.
▪ O que Jesus prometeu a um malfeitor pendurado numa estaca? — Lucas 23:43.

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