sexta-feira, 2 de março de 2012

Os humanos tornam-se anjos quando morrem?

ARGYRO morreu com apenas 7 anos de idade. Arrasados, seus pais a observavam no caixão, vestida de branco. Tentando consolá-los, um ministro religioso disse-lhes: “Deus queria mais um anjo no céu e levou Argyro para ficar com ele. Agora, sua alma voa ao redor do trono do Todo-Poderoso.”
Apesar de poucas religiões apoiarem oficialmente esse entendimento, muitos acreditam profundamente que os anjos são almas de humanos que faleceram. A mídia popularizou essa idéia por meio de filmes e seriados de TV que retratam pessoas falecidas que se tornam anjos ao ajudar e proteger os viventes.
Será que realmente há base para você acreditar que seus entes queridos se tornam anjos quando morrem? O que a Bíblia ensina sobre esse assunto? Para responder a essas perguntas, considere primeiro o que as Escrituras Sagradas na verdade dizem a respeito da natureza dos anjos e da real condição dos mortos.
Anjos — criação ímpar
Os anjos são servos de Deus invisíveis e poderosos que habitam o domínio espiritual. A existência deles não tem nenhuma relação com a existência dos humanos. Os anjos são espíritos criados por Deus. A Bíblia diz: “Louvem [os anjos] o nome de Jeová; pois ele mesmo deu ordem, e foram criados.” — Salmo 148:2, 5.
A Bíblia revela que muitos milhões de fiéis criaturas celestiais, incluindo serafins e querubins, servem obedientemente em papéis específicos de acordo com sua posição e designação. (Salmo 103:20, 21; Isaías 6:1-7; Daniel 7:9, 10) Será que humanos tiveram de morrer para que Deus trouxesse todos esses anjos à existência? Isso na verdade é impossível. Por quê?
A Bíblia mostra que os anjos foram criados muito antes dos humanos. Quando Jeová criou o planeta que os humanos habitariam muito mais tarde, os anjos — chamados poeticamente de estrelas da manhã — ‘gritaram de júbilo e começaram a bradar em aplauso’. (Jó 38:4-7) Portanto, eles já existiam incontáveis eras antes de o homem surgir na Terra.
Além disso, a natureza dos anjos e a posição ocupada por eles no propósito de Jeová são muito diferentes da natureza humana e do papel dos humanos no propósito divino. Deus criou o homem “um pouco menor que os anjos”, por isso essas criaturas espirituais são corretamente consideradas sobre-humanas; os anjos têm maior capacidade mental e mais poder. (Hebreus 2:7) A “moradia correta” deles é o céu. (Judas 6) Quanto aos humanos, o propósito original de Deus era que vivessem para sempre na Terra. (Gênesis 1:28; 2:17; Salmo 37:29) Se o primeiro casal humano tivesse sido obediente a Deus, nunca teria morrido. Portanto, desde o início, os humanos e os anjos têm papéis muito diferentes no propósito de Deus.
O que acontece na morte?
Outras perguntas importantes que precisamos analisar são: O que acontece aos humanos que morrem? Será que continuam a existir, mas em outra forma, talvez como anjos no domínio espiritual? A Bíblia dá a seguinte resposta clara e simples: “Os viventes estão cônscios de que morrerão; os mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada.” (Eclesiastes 9:5) Portanto, ao morrer, os humanos deixam de existir. Os mortos não sabem, não sentem nem vivenciam absolutamente nada.
Há esperança para os mortos? Com certeza! A Bíblia mostra que a esperança para a maioria dos humanos que já morreu é a ressurreição. A grande maioria dos mortos será ressuscitada para a vida numa Terra paradisíaca. — Lucas 23:43; João 5:28.
Alguns humanos têm a esperança de ser ressuscitados para viver no céu. O número desses, porém, é pequeno — 144.000 ao todo. Mas eles são bem diferentes das criaturas geralmente chamadas de anjos. Por exemplo, os 144.000 reinam como reis e sacerdotes imortais com Cristo. Eles têm autoridade como juízes. (1 Coríntios 6:3; Revelação [Apocalipse] 20:6) Será que eles são bebês que morreram? Não. São seguidores de Cristo que foram plenamente testados e provados. — Lucas 22:28, 29.
Analise também o contraste entre os mortos e os anjos. Os humanos falecidos “não estão cônscios de absolutamente nada”; já os anjos têm plena consciência, sentimentos e vontade pessoal. Eles têm livre-arbítrio. (Gênesis 6:2, 4; Salmo 146:4; 2 Pedro 2:4) Os mortos são descritos como “impotentes”, mas os anjos são “poderosos em poder”. (Isaías 26:14; Salmo 103:20) E, ao passo que os descendentes de Adão morrem por causa do pecado e da imperfeição, os anjos tementes a Deus são perfeitos, tendo uma posição totalmente aprovada perante Jeová. — Mateus 18:10.
A idéia de que os anjos são almas de humanos falecidos pode ser muito útil para filmes e criativos seriados de TV, mas a Bíblia não apóia esse conceito. As verdades bíblicas explicadas neste artigo nos ajudam a evitar entendimentos incorretos sobre o que acontece com nossos entes queridos falecidos. A Bíblia nos garante que os anjos fiéis — criados separadamente dos humanos — são poderosos servos de Deus, superiores aos humanos e estão sempre prontos para fazer a vontade de Jeová. Felizmente, é da vontade de Deus que os anjos vigiem e ajudem os que sinceramente respeitam a Jeová e buscam servir a Ele. — Salmo 34:7.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Seus entes queridos que já morreram são atualmente anjos que servem a Deus no céu? — Eclesiastes 9:5, 10.
▪ As crianças morrem porque Deus quer mais anjos no céu? — Jó 34:10.
▪ Os mortos podem voltar para proteger os vivos? — Isaías 26:14.
[Nota(s) de rodapé]
O termo “anjo”, que literalmente significa “mensageiro”, às vezes pode ter um sentido mais amplo, abrangendo várias criaturas espirituais e até servos humanos de Deus. Mas neste artigo estamos fazendo referência às criaturas espirituais a quem a Bíblia normalmente chama de anjos.

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