sexta-feira, 2 de março de 2012

Quando as pessoas que amamos são de outra religião

SEGUNDO uma estimativa, existem mais de 10.000 religiões e seitas no mundo. Em certo país, 16% da população adulta mudou de religião num dado momento da vida. Por isso, é de esperar que haja desentendimentos com respeito a crenças religiosas entre parentes e amigos. Às vezes, isso acaba gerando relacionamentos tensos. Portanto, a questão é: “Como os cristãos devem tratar as pessoas queridas que não são da mesma religião deles?”
Um relacionamento especial
Analise, por exemplo, o que a Bíblia diz sobre o relacionamento especial entre pais e filhos. A ordem de Êxodo 20:12 de ‘honrar o pai e a mãe’ não especifica nenhuma faixa etária. De fato, pelo que Jesus comentou sobre essa ordem, em Mateus 15:4-6, fica óbvio que ele estava falando da honra que os filhos adultos devem dar aos pais.
O livro bíblico de Provérbios acautela contra o desrespeito para com os pais. Provérbios 23:22 nos aconselha a ‘não desprezar a mãe só porque ela envelheceu’. De maneira enfática, Provérbios 19:26 avisa que “aquele que maltrata o pai [e] que põe em fuga a mãe é filho que age de modo vergonhoso e ignominioso”.
As Escrituras deixam claro que não devemos negligenciar os pais. Não aceitarem nossa religião não anula o relacionamento que temos com eles. De maneira similar, esses princípios bíblicos se aplicam a outras relações consangüíneas e ao cônjuge. Obviamente então, os cristãos têm a obrigação bíblica e moral de amar seus parentes.
A razoabilidade é imprescindível
É claro que a Bíblia alerta contra as más companhias e essa influência poderia vir da família imediata. (1 Coríntios 15:33) Diversos servos fiéis de Deus do passado tomaram uma posição firme a favor do que é correto, embora seus pais não os apoiassem. Esse com certeza foi o caso dos filhos de Corá. (Números 16:32, 33; 26:10, 11) Os cristãos verdadeiros não devem colocar em risco sua fé só para agradar os outros, mesmo que esses sejam familiares. — Atos 5:29.
Em alguns casos, os pais ou outras pessoas queridas são completamente contra as crenças de um cristão. Alguns talvez até se tornem inimigos do cristianismo verdadeiro. Nessas situações, os cristãos tomam medidas razoáveis para proteger sua espiritualidade. Jesus disse apropriadamente: “Os inimigos do homem serão pessoas de sua própria família. Quem tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior afeição pelo filho ou pela filha do que por mim, não é digno de mim.” — Mateus 10:36, 37.
Na maioria das vezes, no entanto, os cristãos não enfrentam uma oposição ferrenha das pessoas a quem amam. Seus parentes apenas não compartilham o mesmo entendimento dos ensinos bíblicos. As Escrituras Sagradas incentivam os seguidores de Cristo a tratar os descrentes “com brandura” e “profundo respeito”. (2 Timóteo 2:25; 1 Pedro 3:15) A Bíblia aconselha apropriadamente: “O escravo do Senhor não precisa lutar, porém, precisa ser meigo para com todos.” (2 Timóteo 2:24) O apóstolo Paulo também aconselhou os cristãos a ‘não ultrajar a ninguém, a não ser beligerante, a ser razoáveis, exibindo toda a brandura para com todos os homens’. — Tito 3:2.
Mantenha contato e demonstre amor
Em 1 Pedro 2:12 há o seguinte incentivo para os cristãos: “Mantende a vossa conduta excelente entre as nações [descrentes] para que . . . eles, em resultado das vossas obras excelentes, das quais são testemunhas oculares, glorifiquem a Deus.” É comum as pessoas a quem amamos e que não compartilham nossas crenças perceberem as mudanças que a Bíblia fez em nossa vida. Devemos nos lembrar de que muitas pessoas antes indiferentes e que até se opunham às verdades bíblicas mudaram de idéia. Pode ser que essas pessoas tenham levado anos observando cuidadosamente a boa conduta do cônjuge ou de um filho até investigarem o motivo de agirem assim. Por outro lado, caso não aceitem as verdades bíblicas, que não seja por negligência de um parente cristão.
É verdade que as circunstâncias variam e alguns cristãos que são Testemunhas de Jeová vivem longe de seus pais. Talvez não seja possível visitá-los tanto quanto gostariam, mas escrever cartas, dar um telefonema ou manter algum tipo de contato com certa freqüência demonstrará para as pessoas queridas que temos afeição por elas. Muitos que não são cristãos verdadeiros amam os pais e outros parentes e entram em contato uns com os outros regularmente, não importando a denominação religiosa a que pertencem. Será que os cristãos deveriam fazer menos que isso?

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