sexta-feira, 2 de março de 2012

É moralmente errado o uso de contraceptivos?

O QUE você acha? É errado pessoas casadas usarem contraceptivos? É bem provável que sua resposta dependa de suas convicções religiosas. A Igreja Católica ensina que qualquer ação feita com o objetivo de impedir a procriação “é intrinsicamente má”. O dogma católico promove a idéia de que toda relação sexual entre marido e mulher deve permanecer aberta à transmissão da vida. Assim, para a Igreja Católica, os contraceptivos são “moralmente inadmissíveis”.
Muitas pessoas acham difícil aceitar esse ponto de vista. Um artigo sobre o assunto publicado no Pittsburgh Post-Gazette declarou que “mais de 75% dos católicos nos Estados Unidos dizem que a Igreja devia permitir o uso de métodos artificiais de controle de natalidade. . . . E milhões de pessoas ignoram a proibição desses métodos todos os dias”. Uma delas, Linda, mãe de três filhos, que admite abertamente usar contraceptivos, diz: “De acordo com a minha consciência, não acredito estar cometendo um pecado.”
O que a Palavra de Deus tem a dizer sobre esse assunto?
A vida é preciosa
Deus considera preciosa a vida de uma criança, mesmo nos estágios bem iniciais de seu desenvolvimento. O Rei Davi, de Israel, foi inspirado por Deus a escrever: “Mantiveste-me abrigado no ventre de minha mãe. Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” (Salmo 139:13, 16) Uma nova vida começa na concepção, e a Lei mosaica mostra que uma pessoa podia ser responsabilizada se causasse dano a uma criança por nascer. De fato, Êxodo 21:22, 23 indica que, caso uma mulher grávida, ou seu filho por nascer, sofresse um acidente fatal por causa de uma briga entre dois homens, o assunto devia ser levado aos juízes designados. Eles analisariam as circunstâncias e o grau de intenção dos envolvidos, mas a penalidade poderia ser “alma por alma”, ou vida por vida.
Esses princípios devem ser levados em conta no que diz respeito à contracepção, visto que alguns métodos de controle de natalidade podem ser abortivos. Tais métodos não se harmonizam com o princípio divino do respeito à vida. A maioria deles, porém, não causam aborto. Então, o que se pode dizer sobre o uso desses métodos?
Em parte alguma a Bíblia ordena que os cristãos tenham filhos. Deus disse ao primeiro casal humano e à família de Noé: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra.” Mas essa ordem não foi repetida aos cristãos. (Gênesis 1:28; 9:1) Portanto, os casados podem decidir por si mesmos se constituirão família ou não, quantos filhos terão e quando os terão. Da mesma forma, as Escrituras não condenam o controle da natalidade. Assim, do ponto de vista bíblico, a decisão do marido e da esposa sobre o uso de algum método contraceptivo que não cause aborto é, na verdade, um assunto pessoal. Então, por que a Igreja Católica condena a contracepção?
Sabedoria humana versus sabedoria divina
Fontes católicas dizem que foi no segundo século da EC que os professos cristãos adotaram a regra estóica de que o único objetivo legítimo para as relações sexuais no casamento era a procriação. Assim, o raciocínio usado nesse argumento era filosófico e não bíblico. Era baseado não na sabedoria divina, mas na sabedoria humana. Essa filosofia perdurou ao longo dos séculos e foi incrementada por vários teólogos católicos. Portanto, era de esperar que esse raciocínio levasse à idéia de que o prazer sexual como um fim em si mesmo é errado e, conseqüentemente, as relações sexuais que excluem a possibilidade de procriação são imorais. Mas não é isso o que as Escrituras ensinam.
Usando uma linguagem poética, o livro bíblico de Provérbios descreve a alegria resultante da intimidade sexual correta entre marido e mulher: “Bebe água da tua própria cisterna e filetes de água do meio do teu próprio poço. Mostre-se abençoada a tua fonte de água e alegra-te com a esposa da tua mocidade, gama amável e encantadora cabra-montesa. Inebriem-te os seus próprios seios todo o tempo. Que te extasies constantemente com o seu amor.” — Provérbios 5:15, 18, 19.
As relações sexuais entre marido e mulher são uma dádiva de Deus. Mas a procriação não é seu único objetivo. As relações sexuais também permitem ao casal expressar amor e carinho um pelo outro. Portanto, caso o marido e a esposa decidam evitar a possibilidade de gravidez usando algum método contraceptivo, a escolha é deles, e ninguém deve condená-los por isso. — Romanos 14:4, 10-13.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Há algo de errado nas relações sexuais entre marido e mulher? — Provérbios 5:15, 18, 19.
▪ O que os cristãos devem considerar ao usar métodos contraceptivos? — Êxodo 21:22, 23.
▪ Como as outras pessoas devem encarar os casados que usam métodos contraceptivos? — Romanos 14:4, 10-13.
[Nota(s) de rodapé]
Foi apenas no século 13 que Gregório IX decretou o que a New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) chama de “a primeira lei universal de um papa condenando o uso de contraceptivos”.

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