sexta-feira, 2 de março de 2012

O cristianismo falhou? O cristianismo falhou?

CERCA de um terço da população mundial afirma ser cristã. No entanto, o mundo parece estar mais politicamente dividido e violento do que nunca. Significa isso que o cristianismo ensinado por Jesus é de alguma forma falho? Ou será que a falha está no modo como muitos aplicam os ensinamentos de Cristo?
Este artigo examinará o que Cristo de fato ensinou, bem como o exemplo que deixou para seus discípulos. Considerará também um conceito comum entre os professos cristãos, que na verdade entra em conflito com o que o cristianismo realmente representa.
Uma forma distorcida de cristianismo
Centenas de anos após a morte de Cristo, uma forma distorcida de cristianismo tornou-se a religião favorecida pelo Império Romano. Os membros desse grupo de professos cristãos, antes marginalizados, logo passaram a ter uma influência fundamental na vida social e política de Roma. Líderes da Igreja, como Agostinho, reagiram a essa mudança por ensinar que o aguardado Reino de Deus já havia chegado. Tais líderes ensinavam que essa influência política e religiosa recém-conquistada era o meio para se realizar a vontade de Deus na Terra. Portanto, deu-se ênfase ao valor dos empenhos humanos para assumir o controle dos assuntos da Terra.
Em resultado, muitos começaram a crer que o cristão tem um papel a cumprir na estrutura política da sociedade. A maioria acha que para desempenhá-lo, o cristão precisa, em determinados momentos, sujeitar certos aspectos de sua crença à vontade da sociedade em que vive. Por exemplo, muitos afirmam seguir os ensinamentos de Cristo sobre o amor e a paz, mas isso só da boca para fora, pois ao mesmo tempo dão apoio a guerras cruéis. Pela mesma razão, as igrejas talvez incentivem seus adeptos a orar pelo Reino de Deus, mas, por outro lado, apóiam governantes opressivos.
Essa forma falsificada de cristianismo não é a religião estabelecida por Jesus. Em vez disso, é uma versão inventada pelo homem, sendo praticada pela maioria dos que hoje afirmam ser cristãos. É essa versão que tem falhado, o que fica evidente pelo amplo desrespeito que hoje em dia toda a cristandade tem pelos princípios bíblicos.
O que Jesus realmente ensinou?
Alguns podem ficar surpresos de saber que Jesus disse que seus seguidores não deveriam ‘fazer parte do mundo, assim como ele não fazia parte do mundo’. (João 17:15, 16) Por que Jesus incentivaria seus discípulos a tomar tal posição? O apóstolo João, amado discípulo de Jesus, forneceu a resposta. Ele escreveu: “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” — 1 João 5:19.
Por esse motivo, os ensinamentos de Cristo não direcionam as pessoas para entidades humanas, mas para o Reino celestial de Deus como o meio que estabelecerá a justiça na Terra. (Mateus 6:10) O próprio Jesus não mostrou a mínima disposição de interferir na estrutura social de sua época. Ele rejeitou terminantemente cargos políticos. (João 6:15) Também rejeitou a violência como meio para resolver diferenças. (Mateus 26:50-53; João 18:36) Jesus não deixou como legado nenhuma constituição ou código civil nem tomou partido nas questões políticas dos seus dias. Por exemplo, ele não se tornou um ativista a favor dos direitos dos escravos nem se envolveu no conflito do povo judeu com Roma.
Isso não significa, porém, que Jesus não se preocupava com as pessoas e seus problemas. Ele ensinou muito a respeito da responsabilidade que cada um tem para com seu semelhante. Incentivou a honestidade no pagamento de impostos e enfatizou a importância de se estar sujeito aos que ocupam posições legítimas de autoridade. (Mateus 22:17-21) Ensinou como demonstrar interesse ativo pelo bem-estar dos necessitados. Também ensinou como respeitar a dignidade dos outros e como mostrar empatia, ser perdoador e misericordioso. (Mateus, capítulos 5-7) Um fato bem conhecido é que o ponto principal dos ensinamentos de Cristo foi o amor a Deus e ao próximo. — Marcos 12:30, 31.
O verdadeiro cristianismo hoje
Portanto, como deveria agir um verdadeiro seguidor de Cristo? Da mesma forma que Jesus agiu. Tal pessoa obedeceria fielmente às leis do país, porém, permaneceria neutra no que diz respeito aos assuntos políticos. (João 12:47, 48) Não deixaria de aplicar os princípios cristãos, mesmo sob grande pressão. (1 Pedro 2:21-23) Por outro lado, não agiria como um observador indiferente. Um verdadeiro cristão demonstraria interesse ativo no bem-estar dos que estão a sua volta, assim como Jesus fazia. (Marcos 6:34) Daria de si ao ajudar outros a levar uma vida mais feliz, auxiliando-os a entender e a aplicar o que Cristo ensinou. — João 13:17.
É por isso que aqueles que são Testemunhas de Jeová hoje em dia se esforçam em imitar a Cristo no modo de lidar com o mundo a sua volta. São cidadãos pacíficos que acatam a lei, mas não fazem parte do mundo. Assim como Jesus, recusam-se a tomar partido nas violentas controvérsias políticas tão comuns hoje em dia. Sua esperança está firmemente estabelecida no Reino de Deus como a solução dos problemas do mundo. O verdadeiro cristianismo proporciona a seus membros uma vida mais feliz e harmoniosa. (João 13:34, 35) Ele com certeza não falhou.
JÁ SE PERGUNTOU?
▪ Os cristãos devem envolver-se na política? — João 6:15.
▪ Jesus recomendou a violência como meio para resolver diferenças? — Mateus 26:50-53.
▪ Qual é o sinal identificador dos verdadeiros cristãos? — João 13:34, 35.

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